Categoria: Política
Voto impresso: maioria dificultará retomada da discussão no plenário
O placar com uma margem expressiva de parlamentares da comissão especial contrários ao voto impresso, 23 a 11, deixou pouco espaço para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), leve essa questão ao plenário esticando o debate sobre a urna eletrônica e as bravata de que, sem voto impresso, não haver eleição. Já tem alguns lideres dispostos a aconselhar Arthur Lira nessa direção, de acolher o resultado da Comissão Especial como definitivo a fim de evitar que o clima de confronto se estenda. Lira, porém, só deve decidir a respeito daqui a alguns dias.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, está numa sinuca de bico. O lado favorável à proposta de contagem manual dos votos foi justamente aquele que apostou na sua eleição para comandar a Câmara e ele está muito pressionado pelos bolsonaristas mais aguerridos a levar o tema ao plenário. Embora já tenha dito que isso pode ocorrer. Ao mesmo tempo, afirmou que essa questão não se pode se tornar um conflito entre os Poderes. Hoje, no final da tarde, ele fará um pronunciamento a respeito da crise entre os Poderes, e deve inclusive tratar deste tema do voto impresso.
A PEC, se for ao plenário, precisará de 308 votos em dois turnos para ser aprovada. Depois segue para o Senado, onde os aliados do governo não têm maioria para garantir a aprovação. A tendência é a rejeição do texto.
Rompimento de relações entre Fux e Bolsonaro eleva tom da crise
A reação há pouco do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, ao anunciar o cancelamento de reunião entre os Poderes visa chamar o presidente Jair Bolsonaro à razão. A avaliação dos ministros do STF é a de que Bolsonaro está agindo em busca do confronto, da mesma forma que seus aliados fizeram em 2019, sem levar em conta a liturgia de respeito aos Poderes constituídos. O que levou Fux a esse duro pronunciamento, em que disse ser “necessário e inegociável respeito entre os Poderes para harmonia institucional do país”, foi o convencimento dos ministros do STF de que Bolsonaro quer criar um clima para dar um golpe. E não vai parar de atacar o STF, por exemplo, Alexandre de Moraes, com ameaças do tipo, “seu dia vai chegar”.
Durante toda a manhã, os ministros trocaram telefonemas e concluíram que era preciso uma dura resposta a Bolsonaro. O STF, conforme relatou um ministro ao blog, resolveu se unir para ver se consegue fazer com que o presidente mude sua postura de ataques à Suprema Corte. Agora à tarde, em solenidade no Planalto, o presidente chegou a dizer, citando o ministro da Defesa, Braga Netto, a seguinte frase: “Tudo farei, prezado Braga Netto, para garantir um bem mais sagrado que a própria vida, me perdoem os médicos, que é a nossa liberdade”, afirmou. A frase e a citação a Braga Netto, foi vista com um pedido velado de sustentação a ações fora dos preceitos constitucionais.
A ideia de aliados do presidente é aproveitar o fim de semana para tentar baixar o tom da crise entre os Poderes. Caso contrário, essa guerra não terá vencedores, porque, quanto mais esse fogaréu subir, mais os investidores vão pisar no freio, tratando criação de empregos, desenvolvimento e retomada da economia. Ou seja, ninguém ganha.
Além da campanha em favor do voto impresso, a família Bolsonaro surfa na notícia de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu à Policia Federal que investigasse invasão ao seu sistema dez dias depois das eleições de 2018 para pedir uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Estou preparando a peça para abrir a CPI das urnas eletrônicas com base nas graves denúncias embasadas no relatório da POLÍCIA FEDERAL em que através de documentos o próprio TSE admite que o sistema foi invadido pelo menos em 2018”, tuitou há pouco o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
A perspectiva da CPI sair é remota. Até porque as urnas são sistemas estanques, que não estão conectadas à internet, logo, dizem os técnicos, não estariam expostas a invasões. A maioria dos líderes partidários também não deseja abrir esta CPI agora, uma vez que seria mais uma frente de desgaste do clima politico, num momento em que é preciso acalmar os ânimos a fim de criar um clima favorável às reformas. Ou seja, numa primeira análise, os líderes consideram que Eduardo dificilmente terá sucesso na empreitada.
Os estrategistas políticos dos partidos aliados ao governo, que não são necessariamente os estrategistas policias do presidente da República, planejaram começar esta semana com um clima mais ameno entre os Poderes. Ms não e isso que se vê diante da retomada dos trabalhos do Congresso e do Judiciário. O recado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, em defesa da democracia e do diálogo, e com um alerta, foi claro: “Harmonia e independência entre os Poderes não implicam em impunidade de atos”. Ou seja, se há algo errado nos demais Poderes, seja no Executivo, seja no Legislativo, cabe ao Judiciário julgar.
O discurso de Fux não fará com que o presidente Jair Bolsonaro recue nas suas posições. O presidente da República continuará na sua toada, de levantar suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral, de forcar o voto impresso. Se não der para fazer valer a sua vontade __ e tudo indica que o voto impresso não será aprovado __, o presidente terá o discurso de que a classe politica não quis eleições limpas. Se insistir nisso, de levantar suspeitas sobre o processo eleitoral, a tendência, conforme os estrategistas de partidos aliados, é o centrão se afastar e lavar as mãos. E nem toda a habilidade de Ciro Nogueira será capaz de manter o seu grupo próprio a Bolsonaro.
A partir da derrota do voto impresso, esse tema tenderá cair no esquecimento e os verdadeiros temas de 2022 vã estar em cena, emprego, gestão da pandemia, vacinas, desenvolvimento econômico e social. Não por acaso, o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, começa a semana com uma reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar do novo valor do Bolsa Família. Ciro já está na próxima fase do jogo eleitoral, enquanto Bolsonaro terá que encontrar um jeito de sair desse discurso do voto impresso e entrar na pauta que interessa à maioria do eleitorado. cCmo bem lembrou Fux em seu discurso, “o povo não quer polarizações. Quer vacina, emprego e comida na mesa”.
Conhecedor do signo da politica, o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, começa a trabalhar fazendo um périplo pelos Ministérios, a fim de ter um panorama de tudo o que está sendo discutido em cada pasta e, assim, montar uma estratégia para o futuro. Como o “lado de fora”, ou seja, o Congresso, ele já conhece e tem o mapeamento dos partidos, ele quer aproveitar esse dias cuidar da “parte interna”, o que está em curso no governo, uma vez que a Casa Civil é responsável pela coordenação de todos os ministérios.
Começou pelos “da Casa”, como são chamados os ministros que despacham no Palácio do Planalto. A primeira, aliás, foi Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, de forma a dissipar as intrigas palacianas. Flávia teve problemas com o antecessor de Ciro, o general Luiz Eduardo Ramos, que tentou manter praticamente todos os assessores que havia colocado para a Segov. A relação entra a ministra e o general nunca foi das melhores. Agora, com Ciro Nogueira, a expectativa é a de uma convivência muito melhor, uma vez que Ciro já chegou defendendo essa parceria com a Segov. O diálogo, segundo parlamentares ligados a Ciro, fluiu muito bem.
A Segov é um cargo é visto como um cago “complicado”, porque, ali, os parlamentares vão carregados de pedidos que, invariavelmente, dependem de outras pastas para serem atendidos. E, sem a Casa Civil, que coordena os Ministérios, nessa tarefa de cobrança, fica difícil. Agora, Ciro já recebeu sinal verde de Bolsonaro para melhorar esse diálogo do governo com o Congresso. Portanto, para Flávia Arruda, Ciro surge como alguém capaz de facilitar o seu trabalho e ainda desafogar a agenda, uma vez que ele deve canalizar parte das conversas com os parlamentares.
Outro que Ciro também procurou para uma demorada conversa foi o ministro da Cidadania, João Roma, que, a cada dia, ganha mais destaque na seara politica do governo, uma vez que é responsável pelo novo Bolsa Família, o programa social em que o presidente Jair Bolsonaro aposta suas fichas a fim de recuperar popularidade e votos. Hoje, ele deve conversar com outros ministros, inclusive, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura.
Ciro tem apenas oito meses para mostrar serviço e organizar a “Casa”. É o prazo para deixar o cargo, caso seja candidato a governador do Piauí, algo que não é uma obsessão. Afinal, ele já tem mais quatro anos de Senado garantidos, uma vez que seu mandato vai até 31 de janeiro de 2027.
Bolsonaro terá que arbitrar disputas internas entre Ramos e Ciro
As manobras que o quase ex-ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, adotou nos últimos dias para tentar permanecer no cargo deixaram a ala do governo mais afinada com a política muito preocupada com o que vem por aí. Há um temor na base de que o general tente continuar interferindo na Casa Civil, da mesma forma que tentou interferir na Secretaria de Governo, depois que foi guindado ao segundo posto mais importante do Planalto. E, diante da insatisfação e parte dos bolsonaristas com a posse de Ciro, há um receio de que Ramos vire uma espécie de muro das lamentações dentro do Planalto e passe a tentar atuar contra o sucesso do novo ministro.
Ramos não queria sair da Casa Civil. Chegou inclusive a dizer que o presidente do PP, Ciro Nogueira, deveria ser nomeado para a Secretaria de Governo, onde está Flávia Arruda. Não deu. O presidente Jair Bolsonaro já havia dito que o senador iria para a Casa Civil e qualquer coisa abaixo disso faria o novo ministro perder o brilho e o poder da novidade. Ramos irá, sim, para a Secretaria Geral, mais afeitas às questões de administração do Planalto e programas específicos do governo do que a articulação de Ministérios. Passará a ocupar o outro lado do corredor, mais distante do gabinete presidencial.
Dentro do Planalto, Ramos manteve alguns de seus assessores ainda na Secretaria de Governo. Há quem esteja com receio de que tente fazer o mesmo na Casa Civil. A diferença é que Ciro Nogueira, embora paciente e cordato, não é Flávia Arruda, que segurou as pontas diante da manutenção de parte da equipe do general e demorou a conseguir o seu próprio pessoal. Ciro é um senador experiente, preside o partido que é a quarta bancada da Câmara. Essas credenciais deram a senha, para que, com muita tranquilidade, Ciro dissesse na conversa de hoje ao presidente Jair Bolsonaro que precisa ter respaldo para trabalhar, ou seja, ser uma espécie de porta-voz do presidente Bolsonaro nas conversas politicas.
Ciro já avisou que precisará montar a própria equipe dentro da Casa Civil. Quer resolver os problemas políticos do governo com a política. Nesse caso, resta ao pessoal de Luiz Eduardo Ramos começar a fazer a mudança para o outro lado do corredor. Se essa relação trincar, Bolsonaro terá que arbitrar as disputas entre Ramos e a ala política, hoje muito maior no coração do governo.
Ao defender voto impresso, Braga Netto mantém tensão com o Congresso
A nota que o Ministério da Defesa soltou há pouco foi vista por muitos como mais um recado em prol do voto impresso do que propriamente um desmentido a respeito da reportagem publicada em O Estado de S.Paulo. É que, ao mesmo tempo em que desmente a notícia de que o ministro Braga Netto teria enviado um interlocutor para dizer a Arthur Lira que, se não houver voto impresso, não haverá eleições, a nota entra na seara politica, algo que não cabe aos ministros militares. “Acredito que todo o cidadão deseja a maior transparência e legitimidade no processo de escolha de seus representantes no Executivo, no Legislativo em todas as instâncias”, diz o texto e segue mencionando que a discussão sobre o voto eletrônico auditável é legítima, defendida pelo governo federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema”.
Em se tratando das Forças Armadas, esse trecho da nota permite a interpretação de que as Forças Armadas estão fechadas com o voto impresso e com as falas do presidente da República a respeito, manifestando, assim, uma opinião politica. E, se fosse para agir no limite da Constituição, não caberia aos militares entrarem em discussões políticas. No Congresso, muita gente pensa que Bolsonaro está levantando a tese do voto impresso como forma de tumultuar a fim de gerar um clima de desconfiança e dar um golpe e não como forma de garantir eleições limpas e livres. Ele já disse diversas vezes que, se não houver voto impresso, não teremos eleições. Resta saber se o militares apoiam essa parte do discurso presidencial ou não. E isso nesta nota divulgada há pouco não ficou claro.
Vale lembrar: Quem já fez os cálculos sabe que dificilmente daria tempo de implantar impressoras em todas as urnas. Essas impressoras têm que ser especiais e tudo testado para ser à prova de fraudes. O voto em cédula sempre foi objeto de fraudes no Brasil. E sempre haverá um candidato insatisfeito pedindo recontagem e, de repente, preparado para tentar fraudar um resultado via essas cédulas impressas. OU seja, pode gerar, sim, mais confusão e instabilidade do que segurança de fato. Tal e qual a nota divulgada há pouco pelo Ministério da Defesa.
Denise Rothenburg e Renato Souza
Jornalistas e pessoas que ainda mantêm o contato do ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno, que morreu no ano passado, tomaram um susto nesta quarta-feira, quando, de repente, Bebianno “entrou no telegram”. A conta mantinha inclusive a foto do ex-ministro. A mesma pessoa estava online no WhatsApp por volta das 18h. O repórter do Correio Renato Souza tentou entrar em contato, perguntou se se tratava de algum familiar do ex-ministro. A resposta foi “eu sou o Bebianno”.
Bebianno foi vítima de um infarto fulminante em 14 de março do ano passado, quando estava em em seu sítio em Teresópolis. Ele rompeu com o presidente Jair Bolsonaro logo no primeiro ano de governo e saiu atirando contra o presidente e os filhos, especialmente, Carlos, o 02, com quem entrou em rota de colisão por causa da comunicação governamental. Quando faleceu, era pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSDB e planejava se engajar num projeto presidencial de João Dória. Em entrevistas, dizia com todas as letras que não via Bolsonaro terminando o mandato. Dizia que ou o presidente renunciaria, sofreria um processo de impeachment, ou tentaria uma ruptura institucional.
O número de telefone e contas em redes sociais voltarem à ativa um ano e quatro meses depois da morte de Bebianno foi visto como uma brincadeira de mau gosto por muitos amigos do ex-ministro. Renato Souza tentou entrar em contato com familiares do ex-ministro e não obteve resposta.
Bolsonaro faz do voto impresso seu cavalo de batalha e compara terceira via a “vaselina”
O anúncio do presidente Jair Bolsonaro, de que entregará, na semana que vem, provas de que houve fraude na eleição de 2014, deixou o mundo da política com a certeza de que ele não desistiu do voto impresso e irá lutar com todas as armas de que dispõe para tentar alavancar a proposta de emenda constitucional (PEC) apresentada pela deputada Bia Kicis. A questão promete abrir o segundo período legislativo deste ano com temperaturas mais altas do que as que encerraram o primeiro. A entrevista à rádio Itatiaia, que você pode ler um resumo no site do Correio, mostra um “pot porri” do que vem por aí em termos do que o presidente pretende levar adiante no próximo semestre. E já avisou que não acredita em terceira via “Seja quente ou seja frio, não seja morno. Não vai agregar”, diz, em relação à terceira via para 2022, apelidando inclusive de “vaselina”.
Além do voto impresso, ele vai continuar defendendo os remédios contra a covid, alguns descartados inclusive pelo Ministério da Saúde. Em relação à CPI, diz que “relatório de Renan é para jogar no lixo. É uma palhaçada o que estão fazendo. “Eu tomei hidroxicloroquina e fiquei bom no dia seguinte”. Bolsonaro reafirma que até agora não foi encontrado nada de pagamento de propina em seu governo. “Tentativa de corromper o governo, existe sim e Brasília é o paraíso dos lobistas. Agora, conosco, não. Não compramos”, diz. É por aí que vai se contrapor ao que sair da CPI, que terá seu relatório apresentado em setembro.
As apostas do governo para 2022 também estão colocadas na entrevista. São a vacinação até novembro ou dezembro de todos aqueles brasileiros que desejarem. Em relação ao auxílio aos mais pobres, um Bolsa Família de R$ 300, a partir de novembro.E também a realização de obras, como a duplicação da BR 381, que atravessa Minas Gerais. Bolsonaro não diz que será candidato, afirma que ainda não decidiu, mas ao dizer que não aposta em terceira via, deixa praticamente certo que concorrerá e quer a polarização.
Logo no início da conversa com a Rádio Itatiaia, ele menciona que o PT saiu como aquele que não votou a favor do fundão de R$ 5,7 bilhões, “o PT votou contra o meu governo. É um dos mais ávidos por fundo eleitoral. Quem está sendo bombardeado é quem ajudou na aprovação da LDO”, diz ele, referindo-se à Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelece os parâmetros para elaboração do orçamento do ano que vem. ” Neste caso, como extrapolou muito o valor, muito acima do que ocorreu em 2018, tenho a liberdade de vetar. Agora, não quero problema com o Parlamento. Quantas mensagens eles deixam caducar. Por exemplo, a MP que tratava da regularização fundiária. Espero que não tenha problema. Agora, após o nosso veto, eles decidem lá se mantêm ou não”, disse o presidente.
2022 já está na pista e, a contar pelas palavras do presidente, até lá a temperatura subirá ainda mais. Especialmente, neste segundo semestre em que cada um escolherá suas armas para o ano que vem. Prepare-se, leitor, porque, como nós, jornalistas, costumamos dizer, de tédio não morreremos jamais.
Vídeo levanta suspeita de uso político da Saúde e outras mais
O vídeo em que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello aparece anunciando pessoalmente a compra de um lote de vacinas poderia até parecer uma boa iniciativa do governo, se não fosse a Coronavac a um preço muito maior do que o ofertado pelo Butantan. A suspeita agora é de que o governo queria evitar a qualquer custo dar crédito ao governador de São Paulo, João Doria. Justiça seja feita, o governador paulista foi a primeira autoridade brasileira a correr atrás de vacinas contra a covid-19.
Ao mesmo tempo em que avalia essa suspeita de uso político da Saúde, a CPI da Pandemia quer saber ainda que portas foram abertas nesse encontro, além do memorando para a compra das vacinas, uma vez que o empresário John menciona outros “produtos” e parceria muito além das vacinas. Já tem inclusive senador escalado para investigar esse pedaço. O memorando, segundo o Ministério da Saúde, não existe. O recesso promete.
Saldo
Até aqui, são três casos de tentativa de venda de vacinas “por fora” ao Ministério da Saúde, todos recebidos com tapete vermelho, enquanto a turma da Pfizer despejava e-mails sem resposta nos gabinetes do poder.
Estamos todos bem
O presidente Jair Bolsonaro fez questão de publicar fotos de despachos com ministros para afastar qualquer especulação de que poderia se afastar do cargo para tratamento de saúde. A oposição, porém, o acusou de uso político da obstrução intestinal.
Remédio & veneno
Amigos do presidente temem que, se o presidente se expor demais, a população possa entender que houve mesmo uso político de uma situação que exige cuidados médicos e requer repouso.
Por falar em Bolsonaro…
O presidente jé recebeu o seguinte aviso dos seus aliados no Congresso: Se voltar mais calmo depois dos dias de hospital, é possível que o Congresso encontre tranquilidade para votar os projetos de interesse do governo entre agosto e setembro Se voltar xingando senadores, como tem feito, nada passará.
CURTIDAS
De “mineirês” para português/ Os líderes que acompanham de perto os movimentos políticos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, têm a certeza de que ele será sim candidato ao Planalto. Tudo pelo fato de ele dizer “não me fecho a nenhuma das opções” e admitir que recebeu o convite do PSD para se filiar e concorrer à Presidência da República. Em se tratando de um mineiro, é um “sim”.
Treinamento Zen/ O relator da PEC do Voto Impresso, Filipe Barros (PSL-SP), falou o quanto quis na comissão, enquanto seu presidente, Paulo Martins (PSC-PR), fazia cara de paisagem aos protestos da oposição para votar o projeto. Era uma brigalhada e Martins nem “tchum”.
“Picareta!”/ Grito de um deputado quando Paulo Martins anunciou que a reunião da PEC do voto impresso estava encerrada, sem colocar o texto em votação. Agosto promete.
Comparações de Vitor Hugo/ O líder do PSL na Câmara, deputado Vitor Hugo, aproveitou a sessão da comissão do voto impresso para lembrar que a Casa se “diminuiu perante outro Poder” ao permitir que Daniel Silveira permanecesse preso. “Da mesma forma vejo essa votação”, afirmou ele, referindo-se a reclamações e outros Poderes sobre o voto impresso. Sinal de que os bolsonaristas ainda não engoliram a prisão de Silveira.