Os estrategistas políticos dos partidos aliados ao governo, que não são necessariamente os estrategistas policias do presidente da República, planejaram começar esta semana com um clima mais ameno entre os Poderes. Ms não e isso que se vê diante da retomada dos trabalhos do Congresso e do Judiciário. O recado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, em defesa da democracia e do diálogo, e com um alerta, foi claro: “Harmonia e independência entre os Poderes não implicam em impunidade de atos”. Ou seja, se há algo errado nos demais Poderes, seja no Executivo, seja no Legislativo, cabe ao Judiciário julgar.
O discurso de Fux não fará com que o presidente Jair Bolsonaro recue nas suas posições. O presidente da República continuará na sua toada, de levantar suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral, de forcar o voto impresso. Se não der para fazer valer a sua vontade __ e tudo indica que o voto impresso não será aprovado __, o presidente terá o discurso de que a classe politica não quis eleições limpas. Se insistir nisso, de levantar suspeitas sobre o processo eleitoral, a tendência, conforme os estrategistas de partidos aliados, é o centrão se afastar e lavar as mãos. E nem toda a habilidade de Ciro Nogueira será capaz de manter o seu grupo próprio a Bolsonaro.
A partir da derrota do voto impresso, esse tema tenderá cair no esquecimento e os verdadeiros temas de 2022 vã estar em cena, emprego, gestão da pandemia, vacinas, desenvolvimento econômico e social. Não por acaso, o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, começa a semana com uma reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar do novo valor do Bolsa Família. Ciro já está na próxima fase do jogo eleitoral, enquanto Bolsonaro terá que encontrar um jeito de sair desse discurso do voto impresso e entrar na pauta que interessa à maioria do eleitorado. cCmo bem lembrou Fux em seu discurso, “o povo não quer polarizações. Quer vacina, emprego e comida na mesa”.
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