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A tragédia política que se abateu sobre Petrópolis

Por Carlos Alexandre de Souza –

A tragédia política que se abateu sobre Petrópolis
As cenas devastadoras em Petrópolis são o retrato doloroso do divórcio entre o poder público e a sociedade no Brasil. São muitos os fatores que, conjugados, tornam previsível a calamidade que se abateu na cidade serrana fluminense: a inoperância dos alertas contra chuvas e deslizamentos, a permissividade com o crescimento urbano desordenado, a ação tardia de municípios, estados e União, após a morte de dezenas de pessoas e a ruína de uma cidade. Especialistas afirmam que Petrópolis sofreu a pior chuva dos últimos 90 anos. É mais um exemplo de como fenômenos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes, apesar dos negacionistas climáticos.
Onze anos se passaram desde a tragédia que assolou a mesma região. Em 2011, as chuvas mataram mais de 900 pessoas. Mas uma década não foi suficiente para os representantes da Federação formarem um plano de prevenção a desastres no período de verão. As chuvas deste ano provocaram morte e destruição em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Mas não se observa qualquer iniciativa, seja do governo federal, seja dos estados atingidos, para evitar mais mortes. As manifestações das autoridades se limitam a notas de condolências nas redes sociais. Em meio a tanta dor, há uma certeza: no próximo ano, tem mais tragédia.
Irmãs na dor
É inevitável estabelecer o paralelo entre a tragédia de Petrópolis e a calamidade da pandemia de covid-19. Quantas vidas teriam sido salvas se o Estado brasileiro — em regime de cooperação entre União, estado e município — se empenhasse efetivamente na prevenção e no combate emergencial de tragédias de grande impacto social?
Oposição renovada
O deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE) assumiu ontem o posto de líder da oposição na Câmara. Ele substitui Alessandro Molon (PSB-RJ). O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), por sua vez, é o novo líder da minoria, cargo ocupado até então por Marcelo Freixo (PSB-RJ). “Fizemos com muita resistência o enfrentamento para barrar retrocessos e avançar em pautas necessárias para garantir dignidade e direitos ao povo”, disse Queiroz. A bancada de oposição reúne seis legendas: PDT, PT, PSB, PSOL, PCdoB e Rede.
Hora da campanha
Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ) deixam os cargos de liderança para se dedicar à campanha eleitoral. O primeiro pretende se candidatar ao governo do Rio de Janeiro. Já Molon articula disputar uma vaga no Senado.
Crime e castigo
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi designado relator do novo Código Penal, em tramitação no Senado Federal a partir de proposta apresentada por uma comissão de juristas.  Contarato diz estar pronto para “conduzir um processo de busca de inovações e consensos para atualizar e modernizar o Código Penal!”, disse o senador, que é delegado e professor de Direito. O novo Código Penal tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Nova lei militar
A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, em votação simbólica, projeto de lei que atualiza o Código Penal Militar (CPM). A proposta, da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, tem como finalidade compatibilizar o CPM com o Código Penal comum e com a Constituição Federal de 1988. O texto vai ao Senado. Entre as alterações propostas, o PL suprimiu do artigo 166 do CPM, que considera crime a publicação ou crítica pública e indevida a um ato de superior hierárquico.
Gasolula
Em entrevista a uma rádio cearense, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que pretende “abrasileirar” o preço do combustível. “Nós vamos abrasileirar o preço da gasolina. O preço vai ser brasileiro, porque os investimentos são feitos em reais, a gente vai tirar gasolina, a gente vai aumentar a capacidade de refino”, prometeu o ex-presidente, criticando a venda de refinarias no país, e declarando a necessidade de se fazer mais refinarias.
Morocast
O pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro, lança nas próximas semanas o Morocast, um podcast com dois episódios semanais que serão transmitidos no YouTube. O objetivo é aproximar o ex-ministro da Justiça sobretudo do público jovem e quebrar a imagem “formal e sisuda” do ex-magistrado. Nesse novo programa, Moro deixa o papel de entrevistado e passa a ser o entrevistador. O podcast ainda está em fase de produção, mas tem a data de estreia agendada para março.
Guerra política
A cada quatro horas, o Brasil registra um ato de violência política. O dado foi apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a partir de estudo das organizações Terra de Direitos e Justiça Global. Na audiência pública, que teve a participação de parlamentares e convidados, Costa lembrou que denúncias podem ser enviadas ao e-mail violenciapolitica@senado.leg.br
“O que aconteceu com minha irmã e com muitas outras mulheres é inadmissível. Essa violência política assassinou Marielle e mostra que a democracia brasileira ainda é frágil”
Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, vítima de violência política em 2018
Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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