Categorias: coluna Brasília-DF

A jogada de Lula por Geraldo Alckmin no PSD

Nas conversas durante o jantar do grupo Prerrogativas, o ex-presidente Lula, candidatíssimo para voltar ao Planalto em 2022, deixou escapar a aliados que o PSD seria o melhor destino para o ex-governador Geraldo Alckmin. Só tem um probleminha: o partido já tem candidato a presidente da República — o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG). Nesse sentido, alguns consideram que o ex-presidente fez essa menção diante de várias testemunhas e de forma proposital, para “abrir uma porta” ao discurso do “infelizmente não deu”. Caso as alas do PT contrárias à composição com Alckmin ganhem mais força mais à frente, ele já tem no bolso o discurso para buscar outra construção.

Hoje, Alckmin tem as portas escancaradas para a vaga de vice na chapa de Lula, tanto no PSB quanto no Solidariedade. Mas não no PSD, que lhe oferece a vaga apenas para concorrer ao governo de São Paulo. A ordem agora no PT é segurar Geraldo Alckmin ao lado do seu candidato, mas sem marcar o casamento.

São Paulo e as vacinas

O governo de João Doria vai fazer de tudo para comprar as vacinas da Pfizer para o público infantil, e o mais rápido possível. Nem que tenha de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Separados em Sampa
Em público, muitos ainda dizem que pode haver acordo entre PSB e PT para concorrer ao governo de São Paulo. Mas se teve algum grande consenso na noite em que Lula reuniu seus potenciais aliados foi o de que os dois partidos vão separados para a eleição estadual. Fernando Haddad está na frente de Márcio França nas pesquisas e não deseja concorrer ao Senado. E França é visto no PSB como aquele que tem mais potencial de crescimento. Assim, eles vão separados, e quem for ao segundo turno apoiará o finalista contra o governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Os gestos
O fato de Lula citar suas conversas com Alckmin como algo corriqueiro e, de quebra, dizer com todas as letras que não tratará de vice agora foi a senha para que os petistas tivessem a certeza de que, hoje, Alckmin tem mais interesse na aliança do que o próprio Lula. O petista não chamou Alckmin ao palco, não pediu salva de palmas para o ex-governador nem fez nenhum gesto mais incisivo em direção ao ex-tucano.

O funk do Orçamento
Cientes das dificuldades de fechar acordo, ainda hoje, para votar o Orçamento de 2022, muitos deputados sequer vão pisar em Brasília. A avaliação geral é a de que se o presidente está passeando de lancha no Guarujá, por que as excelências iriam se preocupar em aprovar um Orçamento do jeito que o governo deseja?

Enquanto isso, no Palácio dos Bandeirantes…
Doria comandou a última reunião do ano de seu secretariado com direito a sair mais cedo para um descanso de 10 dias com a família. Rodrigo Garcia ficará no comando. O governador volta depois do ano-novo e deixa o cargo apenas em abril. Até lá, vai bater bumbo das realizações de sua gestão.

Surgiu, saudou e sumiu/ Eis que, num determinado momento, os presidentes de partido presentes ao jantar foram chamados para tirar uma foto com Lula. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, discretamente saiu de perto e fingiu que não era com ele. Passou lá apenas para dar um abraço em Lula e nem ficou para ouvir o discurso. Ou seja, deu mais um passo para mostrar que, no primeiro turno, o seu partido terá candidato a presidente.

Padrinho em destaque/ Na sala reservada às autoridades no A Figueira Rubaiyat, Lula jantou de frente para Geraldo Alckmin e ao lado do governador da Bahia, Rui Costa. Fernando Haddad, ao lado de Alckmin. Na cabeceira da mesa, Márcio França, o construtor da ponte entre Lula e o ex-tucano.

Festa da fome/ A maioria das 500 pessoas (público pagante) do jantar do grupo Prerrogativas no A Figueira Rubaiyat já havia jantado, quando, de repente, chega o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), vindo da ala das autoridades. “Tem comida aí? Lá dentro está impossível jantar”.

Em nome do pai/ Luiza Sigmaringa, filha do ex-deputado Sigmaringa Seixas, foi a primeira chamada a ir ao palco na hora da exaltação às mulheres. Estava ali para uma dupla deferência: representar a família, em especial a mãe, Marina, e receber as flores na homenagem póstuma feita ao seu pai, Sigmaringa Seixas, patrono do Prerrogativas. Aliás, a maior parte do discurso de Lula foi sobre o ex-deputado, um amigo que nunca o abandonou: “Quando você está numa situação difícil, você perde amigos. O Sigmaringa, não. Ele ia me visitar, mesmo quando eu não tinha nada. E era engraçado: chegava lá em casa, tomava o controle remoto da minha mão e tomava conta da tevê. Faz muita falta”, disse Lula.

Feliz Natal!/ Por esses dias, a coluna ficará a cargo do editor Carlos Alexandre de Souza. Volto para o plantão de ano-novo.

Denise Rothenburg

Posts recentes

Não mexam com quem está quieto

Da coluna Brasília-DF publicado em 21 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg Revelado o…

21 horas atrás

Tentativa de golpe provoca racha entre partidos conservadores

Os líderes de partidos mais conservadores se dividiram em relação aos reflexos políticas relacionados à…

2 dias atrás

De legados e fracassos

Da coluna Brasília-DF publicado em 19 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda…

3 dias atrás

Galípolo baixa expectativas de juros do PT

  Da coluna Brasília-DF publicado em 17 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com…

5 dias atrás

Anistia é problema de Lira e vai para o fim da fila

Da coluna Brasília-DF publicado em 15 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda…

7 dias atrás

“Quem quiser nosso apoio, que coloque anistia em pauta”

  Por Denise Rothenburg - A deputada Bia Kicis (PL-DF) afirma que o seu…

1 semana atrás