Coluna Brasília/DF, publicada em 11 de agosto de 2024, por Denise Rothenburg
A soltura de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, acusado de fazer parte de um grupo que tramava um golpe de Estado, soou a muitos integrantes da base de Lula como um sinal de que perdeu força o discurso de defesa da democracia que ajudou o petista logo depois do quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023. Foi essa certeza que levou o presidente a articular o encontro com os ministros na semana passada, de forma a organizar a “hora de mostrar serviço”. A certeza, no Planalto, é a de que “acabou o recreio”. Daqui para a frente, é “mata-mata”, ou seja, não dá mais para errar nem deixar para depois.
A avaliação do governo é que há três elementos que precisam de muita atenção: a irritação dos congressistas com a suspensão de grande parte das emendas Pix pelo Supremo Tribunal Federal; a eleição municipal, período em que cotoveladas são inevitáveis; e a disputa pela Presidência da Câmara, em polvorosa nos bastidores. O comportamento dos ministros e do próprio presidente é que irá definir se esses fatos serão um tsunami ou uma “marolinha”.
Alguns fiéis escudeiros do ex-presidente Jair Bolsonaro acreditam que ele vai esperar até o último minuto para lançar um candidato a presidente da República. Há quem aposte, inclusive, que ele vai segurar esse espaço até no período eleitoral para, se não conseguir recuperar a elegibilidade, colocar um parente em seu lugar na última hora.
É nesse sentido que o ex-presidente tem feito questão de participar dos jantares e dos movimentos de campanha do PL. No jantar da semana passada, muitos saíram com a certeza de que Bolsonaro deixará cada vez mais claro que a capacidade de mobilização do partido está diretamente relacionada à presença dele.
E é fato que Bolsonaro reúne multidões, algo importante para qualquer partido. Portanto, até aqui, ninguém reclama de deixar a definição da candidatura presidencial a cargo do ex-presidente.
O governo do presidente Lula tem até o primeiro turno da eleição municipal para fechar um acordo sobre a liberação dos quase R$ 8 bilhões em emendas pendentes, incluindo na conta as tais emendas Pix. A partir da segunda semana de outubro, as cobranças de hoje prometem virar uma batalha campal.
Os diplomatas têm esperanças de que o acordo entre Brasil e União Europeia seja assinado ainda neste semestre. Essa expectativa se baseia na escolha do ex-primeiro-ministro de Portugal Antonio Costa como presidente do Conselho Europeu e a recondução de Ursula von der Leyen ao comando da Comissão Europeia. Costa toma posse em janeiro.
A tendência desta semana no Congresso é de mais dedicação aos bastidores do que às votações. Com o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo e a tensão em torno das emendas, os parlamentares dizem que não há clima para muita coisa.
Na sexta-feira, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux e Dias Toffoli, e oito governadores têm encontro marcado no Rio de Janeiro, no 23º Forum Empresarial Lide, sob o comando do ex-governador João Doria.
Aos pais que podem comemorar com os seus filhos, não tem presente maior. Aqui, o registro do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, em seu Instagram, com o primeiro filho, Pedro, que completará um mês no próximo dia 17.
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