O cardápio da casa é inspirado na culinária italiana e é comandado pelo chef Rodrigo Cabral. Já a produção de vinho é orientada pelo enólogo gaúcho Carlos Sanabria
A pouco mais de um quilômetro acima da margem do Paranoá e 17 da rodoviária central, fica o Vinhedo Lacustre, que reúne mais de meia dúzia de castas, tendo ao centro um bistrô aberto há duas semanas sob o comando do chef fluminense Rodrigo Cabral, de 48 anos, professor de gastronomia na Universidade Católica de Brasília (UCB). Com um cardápio enxuto inspirado na culinária italiana, a casa funciona praticamente a semana inteira para jantar; sábado e domingo também no almoço.
A bela vista do Lago Norte pode ser apreciada do alto de um mirante que domina a propriedade, cujo primeiro plantio foi de uvas de mesa, chamadas americanas, as mesmas usadas em suco, e que dão ainda um vinho rústico semelhante ao de garrafão, típico das colônias italianas do Sul. “Esse vinho é uma paixão do meu pai, que iniciou a plantação das parreiras há mais de dez anos”, lembra o proprietário Marcos Ritter, de 42 anos, formado em arquitetura. Ao se descobrir herdeiro do prazer pelo vinho, o arquiteto tratou de converter o vinhedo plantado pelo médico Odelmo de Gregório em uvas viníferas, entre elas, cabernet sauvignon, merlot, syrah, pinot noir, tannat, pinotage, cabernet franc, viognier e alvarinho.
Pato, codorna e bacalhau
Com risoni, ervilha fresca, cenoura, cebola, cubos de frango, acelga e feijão branco, um minestrone finalizado com caldo do próprio frango e pesto (R$ 42) abre o cardápio na seção de antepastos que tem ainda creme de batata roxa e repolho roxo (R$ 39); mix de folhas e verduras da própria horta e uma surpreendente entradinha de azeitonas recheadas com carne de frango e de porco empanadas, muçarela e maionese de berinjela (R$ 48). Como todo o italiano que se preze, o menu sugere primeiro prato de pasta, como ravióli de grano duro recheado com batata e azeitona preta ao molho de manteiga e sálvia (R$ 72).
Já o principal é uma opção dificílima entre três proteínas altamente gastronômicas reveladoras do talento do experiente chef, que atuou por muito tempo nas cozinhas de embaixadas em Brasília e de hotéis ao redor do mundo, como Roma, Londres, Dublin, Toronto e até no Sultanato de Omã. Com polenta cremosa vêm a coxa e sobrecoxa de pato (R$ 94); molho da própria ave banha a codorna recheada de acelga e castanhas com mil folhas de tubérculo (R$ 98) e legumes confitados escoltam delicioso lombo de bacalhau norueguês (R$ 149). Há ainda risoto de queijos da serra da Canastra e parmesão guarnecendo escalope de filé-mignon, saltimbocca para os italianos por R$ 105. No encerramento, tiramisù de banana e canole siciliano.
Primeiro espumante
Quem orienta a produção de vinho é o enólogo gaúcho Carlos Sanabria, 32 anos, que há dois vem desenvolvendo parceria na Lacustre, de onde saiu o primeiro espumante do Distrito Federal, um Chardonnay com pequeno acréscimo de sauvignon blanc. Sai por R$ 119 e por enquanto só pode ser comercializado no local, como os tintos, entre os quais o cabernet sauvignon Vista Norte (R$ 149); o sirah Solo Fértil e o merlot Relevo, ambos por R$ 179.
“A minha filosofia é elaborar um vinho frutado e leve com mais baixo teor alcoólico e com o mínimo de intervenção humana”, ressalta o enólogo, que está conseguindo boa aceitação para o produto, considerado altamente promissor no mundo dos vinhos. Fica no Núcleo Rural Jerivá, Entrada C Chácara 144.13 Lago Norte. Reservas: 98145-9929 (whatsapp).