O estiloso Boteco, que sucedeu o Primo Piato na esquina de baixo da 406 Sul, fechou as portas antes de completar uma década. No mesmo lugar, surge Tio Armênio, que por ser do mesmo dono do estabelecimento anterior, preservou alguns hits, como o piso de azulejo hidráulico importado de Olinda, a coxinha de frango e a churrasqueira, de onde saem assados como linguiça, costela suína, pão de alho e coração com preços a partir de R$ 4.
O nome não é uma fantasia. Filho de português, o homenageado aos 80 anos vai todos os dias ao Leite, o restaurante centenário que funciona próximo ao Capiberibe e do qual Tio Armênio é dono desde 1956, ao lado dos irmãos Amadeu (já falecido) e Luis e de um amigo, que já deixou a sociedade. O Grupo Dias representa a quarta gestão experimentada pelo secular Leite, fundado ainda no Império.
Além do restaurante mais antigo do Brasil, o Grupo Dias (que tem no comando Amadeu, sobrinho de Armênio Dias) administra outras grifes, como o japonês Kojima aqui e no Recife, o próprio Boteco, que sobrevive em João Pessoa, e a rede Tio Armênio, espalhada em Fortaleza, João Pessoa, Belém, Manaus, São Luís e na capital pernambucana.
Bacalhau é o destaque
Exibindo um cardápio de inspiração portuguesa, natural que fosse o bacalhau a matéria-prima mais sugerida. Ela vem no bolinho (seis unidades por R$ 28); na panelinha (R$ 31); na casquinha (três unidades a R$ 19); no bacalhau à Bras; à portuguesa; à Gomes de Sá; na brandade e no arroz com espinafre, além de no bacalhau do chef, supimpa preparação de uma posta alta do peixe norueguês grelhada, puxada no azeite, alho, cebola, pimentões e azeitonas servida com arroz de brócolis e batata sauté.
“Nossa ideia é oferecer comida farta e praticar preço agressivo”, sintetiza o chef-restaurateur Alexandre Faierstein, responsável pela operação da nova casa, cumulativa com o seu Kojima, localizado seis lojas acima e no Shopping Quê, em Águas Claras. “Em que lugar você pode almoçar por menos de R$ 33, com bebida (suco) e sobremesa?”, desafia o administrador, que se alegra ao ver a casa ocupada por estudantes. “Aqui pagam menos do que no fast food”, exclama.
Dois tamanhos
Os preços são mesmo convidativos e ostentam duas versões, como o bacalhau do chef, por R$ 49 (individual) e R$ 92 (dá para até três pessoas). A oferta em dois tamanhos é comum a quase todo o menu, como salmão ao molho de tangerina, que sai por R$ 39 (individual) e R$ 70 (para duas pessoas). Outro must é um soberbo arroz de pato com chouriço português (R$ 33/R$ 61).
Ainda há opções clássicas brasileiras como a carne de sol acompanhada de queijo coalho, feijão-de-corda e farofa (R$ 32/R$ 59); picadinho (R$ 28/R$ 55) passando pela língua ao molho madeira (R$ 19/R$ 37).
Outra atração da casa é a peixada pernambucana que sai nos fins de semana cuidadosamente preparada com a pescada amarela, sem dendê e leite de coco, segundo a receita light do chef-executivo da rede, Adalberto Almeida, que passou por São Paulo (Rubaiyat e outros) antes de voltar ao Nordeste e assumir a função no Grupo Dias.
Nos dias de semana, a casa oferece menu executivo com três opções de prato (carne, frango ou peixe), acompanhado de um suco e uma sobremesa. Quinta-feira será lançada dobradinha. No item sobremesa, o carro-chefe é a cartola, doce preparação de banana, queijo coalho, açúcar e canela como é feita no icônico Leite. Funciona de segunda a quinta das 12h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h, e domingo, das 12h às 23h. Telefone: 3879-1600.