De olho na cozinha sustentável, o festival Goût de France está de volta, trazendo tradicionais participantes e nomes novos também
São muitas as excelências que a França produz – de aviões a vinho, de perfumes a remédio, do licor às sementes –, mas no imaginário do brasileiro nenhum é mais representativo que a gastronomia. Não é preciso ter ido à França para saber o gosto do croissant, do foie gras, do queijo de leite de cabra e muitas outras invenções francesas. Esses sabores são incluídos todos os anos na maior celebração da culinária francesa no mundo, desde 2015.
Chama-se Goût de France e se realizava uma vez por ano. A pandemia interrompeu a prática no ano passado. Agora, porém, o evento está de volta não por um dia apenas, mas por uma semana inteira para celebrar a retomada dos encontros, dos jantares, dos cafés com amigos. Já começou e até sexta-feira, 22, você vai poder curtir a boa mesa em 21 endereços da cidade, além de mais um na Chapada dos Veadeiros.
Outra novidade é o foco na “gastronomia do amanhã”, como os franceses estão denominando a sustentabilidade, fruto de uma cozinha responsável que valoriza os produtores locais, as cadeias de fornecedores e os produtos da estação. Com uma atitude consciente, quer a França que sua gastronomia seja “portadora de uma mensagem universal para as gerações futuras, a de proteger o planeta e suas riquezas”, ressalta o portal da Embaixada daquele país em Brasília.
O evento, que nesta sexta edição homenageia o Vale do Loire, região conhecida pelos seus castelos e vinhos, também celebra o aniversário de 10 anos da inclusão, pela Unesco, da gastronomia francesa na lista do patrimônio imaterial de humanidade. Um dos seus principais expoentes, Alain Ducasse, cujos restaurantes na Europa, Ásia e Estados Unidos, chegaram a lhe garantir 18 estrelas no Guia Michelin, foi o patrocinador e principal idealizador do Goût de France.
Menus autênticos
Dos restaurantes que estrearam na noite de 13 de março de 2015, pelos menos cinco participam da sexta edição, ainda que com outro nome. Aquavit, Daniel Briand e Downtown (na época comandado pelo chef Gustavo Maragna) se mantêm. Já o bistrô da Aliança Francesa, que era o L´Atelier do chef Lionel Ortega, mudou para Le Jardin Bistrot. A grande transformação, porém, se deu nos domínios de Gabriela e Luis Carlos Alcoforado que levaram o restaurante Inácia da 103 Sul para a Chapada, onde a pousada do mesmo nome abriga o restaurante L’Alcofa.
Além disso, o casal abriu as portas da Vinalla, loja de vinhos instalada no Centro Comercial Gilberto Salomão, para um bistrô comandado pelo chef/revelação Léo Bisky, de 25 anos, que começou lavando pratos na Chapada e se tornou exímio cozinheiro. Elaborou delicioso menu com canapé de foie gras em torradinha com ameixa flambada e vieira com creme de ervilha e tira de bacon, na entrada. Magret de canard com pera ao vinho vem no principal com ravióli de queijo de cabra e espinafre com molho de amêndoas. Nos menus predomina mesmo a carne de pato, pela qual os franceses têm predileção.
Como no L´Amour du Pain (115 Sul), onde o chef boulanger Serge Segura servirá patês de porco e de pato, salada com creme de queijo de cabra quente e coxa de pato no molho de sidra com cebola, cogumelos, creme de leite e batatas com três doces de mirtilo, limão e caramelo na sobremesa, enquanto La Boulangerie, outra casa francesa, elegeu para o café da manhã croissant, omelete com champignons de Paris ao aroma de trufas negras, queijos e macarrons ao vinho branco.
Não há um valor único para os menus. Cada participante determina o preço em função do que será oferecido. Participam os seguintes estabelecimentos: Aquavit, Cantucci, Daniel Briand, Downtown Senac, Dudu Bar, Iacina, L´Amour du Pain, La Boulangerie, La Chaumière, La Fleur Bistrô, L`Alcofa, Le Jardin Bistrot, Nossa Cozinha, Sagrado Mar, Sallva, Santé 13, Santé Lago, Saveur Bistrot, Taypá, The Queen´s Place Greenhouse, Ticiana Werner e Vinalla. Os menus serão atualizados no site da Embaixada da França. Veja: https://br.ambafrance.org