O restaurante é conduzido pelo chef pernambucano Alexandre Faeirstein
As filas na porta do Koji, especialmente à noite, já indicam que algo de muito bom está rolando por ali. Localizada no Bloco C da 406 Sul, a casa não é nova. Pintada de vermelho por fora e de preto e branco por dentro, já tem história suficiente para ser contada por fases. A marca veio do Recife, onde o chef pernambucano de sobrenome europeu, Alexandre Faeirstein, inaugurou o Kojima no Shopping Guararapes, ainda no século passado.
Doze anos mais tarde, em abril de 2009, trouxe a marca para Asa Sul, onde está até hoje com a supressão de terceira sílaba que deixou o nome mais curto e mais fashion: Koji. Durante a pandemia a casa funcionou no sistema de delivery, um serviço que faz muito sucesso.
Rigor na escolha
Nada é mais prazeroso para o gourmet do que ver o chef, de braços fortes e tatuados, manipular as facas sobre os pescados com precisão e delicadeza dignas de uma alma oriental. Sobressai nele o profissionalismo que o tornou exigente a ponto de selecionar as melhores salmoarias e fornecedores de peixes e legumes.
“Compramos o atum do sul do Brasil, onde a água é mais fria, e por isso ele chega mais gordo, com uma textura e sabor diferentes”, revela Faeirstein. Já com relação ao salmão, o chef aplica o processo chamado shiojime em todo a superfície que, segundo ele, remove impurezas, reduz a umidade e firma a carne.
“Após a chegada, cada peixe é lavado, descamado e passa por essa técnica tradicional japonesa de salga, resultando em cortes mais precisos e uma textura ideal para serviço no balcão. É esse cuidado que garante um produto limpo, estável e de sabor refinado”.
Sequência de sabores
De fato, o sabor é surpreendente em cada bocado do niguiri ao tempura, da barriga de salmão brullé ao tiradito de peixe branco, do hossomaki de pepino ao hot roll de salmão trufado, com destaque para o atum com foie gras. Não faltou nem a guiosa (trouxinha recheada típica da culinária chinesa, difundida para o Japão) na deliciosa degustação da culinária asiática, que caracteriza a casa de 95 lugares, quase sempre lotada em seus três ambientes: térreo, sobre loja e jardim.
A experiência custa R$ 159 por pessoa. Criança de 4 a 10 anos paga meia sequência. Fora dela há um variado cardápio, no qual você encontra também pratos quentes, como teppan de salmão grelhado com legumes e arroz à moda da casa (R$ 80) e teppan de pescado do dia, que pode ser tilápia recém chegada e grelhada com legumes e arroz (R$ 65).
Nova direção
A nova fase do Koji pode ser considerada “mais madura e mais afiada” até pelo próprio chef Alexandre Faeirstein, que agora tem mais tempo para criar e fazer o que ele sabe de melhor. Recentemente, passou a compartilhar a administração da casa com o Grupo 3V, que também cuida das marcas Cantucci e Superquadra Bar. O nome do grupo se refere à famosa frase de Julio Cesar quando comunicou ao senado romano que havia vencido uma batalha: Veni, vidi, vici, que significa vim, vi e venci.
Participam do Grupo 3V os sócios Andrei Prates, Felipe Wanderley, Guilherme De Sordi, Rodrigo Melo (o chef das outras casas) e Tarso Frota, bastante presente no Koji. Reservas: 3443-0118 e @kojibsb.