Vila de São Jorge – Com calçamento de paralelepípedo quase concluído nas principais ruas do centro, o povoado perde o ar romântico que se sentia ao pisar o chão de terra batida e ganha ares de cidade. Além disso, conseguiu eleger dois vereadores para a sede da comarca em Alto Paraíso. Mais antiga que a capital federal, a Vila de São Jorge ascende ainda a uma condição de polo gastronômico. Pequeno é verdade, mas de qualidade indiscutível graças aos profissionais tops que migraram de Brasília em busca da natureza e vida saudável na Chapada dos Veadeiros.
Um deles é Lui Veronese, que comanda com a mulher Luciana, formada no Iesb, a Cozinha do Cavaleiro, restô instalado na casa de cultura Cavaleiro de São Jorge, um ambiente rústico de exposição de arte local. Lui se formou em administração pela UnB para poder abrir seu próprio espaço, enquanto a gastronomia ele traz de berço (os pais são excelentes cozinheiros) e a experiência buscou na Europa. Ganhador de muitos prêmios o brasiliense trabalhou na Espanha com grandes nomes como Juan Mari Arzak, Ferran Adrià e os irmãos Roca no El Celler de Can Roca, em Girona, próximo de Barcelona, no qual Lui estava lá quando o restaurante foi eleito o melhor do mundo em 2013.
Ingredientes orgânicos
“Minha bandeira é o cerrado. Sempre que possível faço uso de produtos do cerrado e orgânicos”, afirma o chef, que desenvolveu pratos surpreendentes como a sequência de legumes tostados, limão siciliano, castanha de baru e gergelim para preparar o paladar para degustação que está por vir. Ela pode começar com a interpretação do coquetel de camarão servido numa casquinha de harumaki com molho rosé feito de aioli de coco indaiá com recheio de guacamole de abacate orgânico do quintal da cozinha.
Traz a magia da Chapada uma sopa de cristais desenvolvida com caldo de legumes, shoyo e gelatina lapidada na faca parecendo quartzo sobre mix de castanhas de licuri, baru e pequi, finalizada com creme quente de cebola branca com creme de leite. Seguiu risoto de galinhada com pequi e outro prato de proteína suína que é o ancho duroc cozido em baixa temperatura com molho de amora da comunidade kalunga, picles de cajuzinho do cerrado, purê de couve-flor, legumes e camarões puxados na manteiga numa textura e sabor inigualáveis.
De sobremesa, o delicioso prato Predileto das araras vem com frutas frescas, abacaxi, kiwi e morangos, cajuzinhos do cerrado curtidos em baunilha do cerrado, ambos da comunidade kalunga, musse de doce de leite e sorvete de capim santo com limão.
Funciona de quarta a sexta-feira das 18h às 23h. Sábado e domingo, das 16h às 23h. Telefone (61) 99999-6343.