Expertise gaúcha
Os grandes assadores do Brasil têm uma história comum. Vieram do interior, de famílias modestas, trabalharam duro e chegaram às grandes cidades. Pode-se citar vários com esse perfil, como o mais famoso, o gaúcho Arri Coser, fundador da rede Fogo de Chão, e, até hoje, o único brasileiro cuja atuação no setor de alimentação deu certo nos Estados Unidos.
Outro gaúcho, Marcos Cesar Meyer, 49 anos, ostenta uma trajetória semelhante. Nascido na Esquina Colorado, interior de Tenente Portela, onde nem luz elétrica havia, estudou até a oitava série, quando foi ser faxineiro em restaurante. Aos 17 anos, não encontrou dificuldade de passar do serviço de limpeza para o de copeiro. Dali para garçom, depois para assador foi um pulo. Trabalhou em várias churrascarias, inclusive na do conterrâneo Coser por um ano. Ao chegar à função de maître e, depois, à de gerente, pode-se dizer que já sabia tudo do ofício.
“Foi minha faculdade, tudo o que sei aprendi na prática e com muita força de vontade, bastava o patrão falar uma vez”, recorda o empresário, que tem hoje em seu currículo uma rede de churrascarias chamada Fogo Campeiro com cinco unidades. A quinta loja foi inaugurada em maio no lugar da Portal Grill, na Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Águas Claras, Conjunto 12, Lote 48, em frente ao Riacho Fundo 1.
Variedade no menu
Depois de uma ampla reforma, a casa abriu com mais de 100 lugares para almoço e jantar servido todos os dias no sistema de rodízio de carnes e bufê com acompanhamentos. Saladas, queijos, sushi, sashimis e frutos do mar, inclusive polvo, estão entre as opções frias, enquanto os rechauds quentes trazem escondidinho de carne de sol, arroz carreteiro, biro biro, bacalhau, pasta e até feijoada oferecida sábado.
“São cerca de 35 pratos”, informa o gerente Renato Loureiro, 32 anos, outro gaúcho de Três Palmeiras (fronteira com Santa Catarina), mesma origem do enólogo Silvano Dias, prefeito da cidade, que elabora o vinho da casa. Batizado com o mesmo nome da rede Fogo Campeiro, o tinto vêm em três versões: Tannat, Merlot e Cabernet Sauvignon. Todos por R$ 60 a garrafa. “De boa acidez, os vinhos ajudam a limpar o paladar da gordura da carne”, observa Jocimar Hullen, um dos gerentes.
Cortes de muito boa qualidade compõem o rodízio que vai à mesa quente e no ponto desejado. Costela premium, ancho, shoulder, alcatra, maminha, cupim, granito e cordeiro servido com geleia de menta e molho de hortelã, além de linguiça, coração, frango, javali e pão de alho.
Aposta no preço
“Sempre me espelhei em pessoas que estavam acima de mim”, declara Marcos Meyer para justificar o sucesso. Depois de trabalhar em São Paulo, no Rio e até no exterior (ficou três anos em Portugal), tornou-se sócio com outro colega gaúcho, Luiz Vargas, da Sal e Brasa, em Fortaleza. Quando os dois desfizeram a parceria, ficaram com duas unidades transformadas na Fogo Campeiro, que tem mais duas lojas no Nordeste: uma em Teresina e outra em Juazeiro.
Ao chegar à capital, o grupo já formado por quatro sócios, estava convencido de que preços promocionais são a atração. “A nossa proposta em todas as casas é oferecer o legítimo churrasco gaúcho com qualidade e preço incomparável”, afirma Meyer, ele próprio carnívoro. “Não como peixe, nem camarão”, informa.
O rodízio sai a partir de R$ 39,90 de segunda a quinta no almoço e no jantar. Sexta e sábado para R$ 44,90. No domingo, o bufê de almoço enriquecido de salmão grelhado e camarão sai por R$ 54,90 e no jantar por R$ 39,90. Reservas: 3399-2800.