Batizado de Ssam, o novo restaurante aposta na interatividade com o cliente que prepara a iguaria na mesa em um fogareiro no centro
Inaugurado no século passado com mais de 250 apartamentos, que se tornaram residenciais, o Hotel Bonaparte Brasília acolhe em seu andar térreo, pela primeira vez, um restaurante de culinária oriental. A inédita operação traz churrasco coreano com todos os acompanhamentos típicos da gastronomia da Coreia do Sul, país de cultura milenar que entrou na moda há poucos anos com uma onda de tecnologia e novo gênero musical consagrado pelo ritmo k-pop.
Trata-se da steakhouse coreana que leva o nome do dono: Ssam. Assim mesmo começando por duas consoantes iguais. É o nome de família de Paik Ssam, nascido em Seul há 48 anos, dos quais 22 trabalhando na área administrativa da Embaixada da Coreia do Sul, em Brasília. De lá saiu ano passado para realizar o sonho de montar um “negócio para divulgar a cultura e a gastronomia autêntica coreana”, frisa ele.
Há exatos 18 meses estava vago o espaço, onde várias grifes se revezaram no atendimento não só de hóspedes, mas também do público em geral, proporcionando todas as refeições, inclusive café da manhã. As negociações foram rápidas e, em seguida, Paik deu início ao projeto que logo se tornou realidade com a colaboração de um casal de cozinheiros coreanos, que por mais de 30 anos atuou em São Paulo em casas do gênero.
Folha de gergelim
A fachada ostenta o nome e a logomarca da casa: uma folha verde de gergelim coreano, que se chama kenip, sesame leaves, em inglês. Ela é muito apreciada na culinária coreana e Paik conseguiu um agricultor em Brazlândia para fornecer a folha usada do mesmo modo da alface para fazer trouxinha com carne, kimchi e outros componentes.
Assim é o cliente quem prepara a iguaria na mesa. Para tanto, Paik fez uma enorme importação da Coreia do Sul, de onde vieram equipamentos de cozinha, como chapas, fogareiros e exaustores, enquanto as mesas foram feitas por marceneiro local. No centro de cada uma há um fogareiro, que é acendido pelo garçom ao trazer a carne crua para assar no ponto que preferir. Do teto pendem sobre cada mesa – são 23 de quatro lugares cada – pequenos exaustores que não deixam fumaça, nem cheiro no ar.
Cardápio
São três opções de carne bovina: Shoulder angus (R$ 189), costela marinada em molho de soja levemente adocicado (R$ 209) e contra filé igualmente marinado em molho de soja (R$ 189). Os pratos servem duas pessoas e vêm acompanhados de kimchi, a mais famosa preparação daquele país, feita de vegetais fermentados, especialmente acelga, temperada com alho, gengibre, pimenta, rabanete na salmoura. Na Coreia do Sul há uma centena de variações presentes em todas as refeições como base da comida local.
Além do kimchi, vem em pequenas porções cebolinha desfiada com molho temperado de soja, cebola temperada, mix de folhas, pasta de gergelim, óleo de gergelim com sal e arroz oriental cozido na água, sem sal e sem óleo. A mesma guarnição acompanha a carne de porco fatiada pronta para o cozimento. São três cortes: pancetta, que é a barriga do porco, que pode vir com legumes sortidos, ambas por R$ 179 cada e costela de porco marinada em molho de soja adocicado (R$ 189).
No menu também há pratos feitos, como bibimbap de arroz, carne temperada desfiada, legumes e ovo frito (R$ 55), bulgogui de arroz, contra filé cortado bem fininho, legumes variados e ovo frito (R$ 58), além de macarrão de trigo sarraceno, fatias de carne, nabo, pepino, ovo cozido e molho picante (R$ 69) entre outros.
Para acompanhar há bebidas destiladas de batata doce (a mais típica), blueberry, pêssego e uva. Funciona no Setor Hoteleiro Sul, Quadra 2, de terça a sábado para almoço e jantar e domingo só almoço até as 16h. Reservas com o próprio Paik: 99694-3458.