Ao mestre, com carinho
Ao completar oito décadas de vida, o chef Francisco Ansiliero recebe duas homenagens. A primeira, no dia do aniversário, terça-feira, durante jantar magno no qual cozinharão oito chefs escolhidos a dedo pelas três filhas de Francisco, Giuliana, Gigliola e Graziela. “Será uma maneira de retribuir à comunidade tudo o que ele já conquistou ao longo dos anos”, resume Giuliana, que herdou o gosto do pai e comanda o Dom Francisco da 402 Sul.
Na cozinha do mestre de uma geração de chefs brasilienses, operação da Asbac, se revezarão André Castro (Authoral); Gil Guimarães (Baco e Parrilla Burger); Mara Alcamim (Universal); Marcelo Petrarca (Bloco C e Lago); Rosario Tessier (Trattoria Da Rosario); Simon Lau (Aquavit) e Thiago Paraíso (Saveur e Ouriço). Aberto ao público, o jantar harmonizado com vinhos sai por R$ 290 e a renda será revertida para a creche Santo Aníbal Maria, na QE 40 Guará, abaixo do Pólo de Moda, que atende 320 crianças e adolescentes e não dispõe de convênio para manutenção.
Mais do que cozinhar
A outra homenagem será prestada por quem trabalhou com Francisco Ansiliero e dele recebeu lições que não se limitam ao comando de uma cozinha. “Eu aprendi a ter respeito humano e a valorizar a família, além de procurar ser honesto em tudo o que se faz”, declara Adilson Rodrigues, mineiro de 49 anos, que, em 1996, foi admitido como garçom no restaurante Francisco da Academia de Tênis. No ano seguinte, foi trabalhar na operação do ParkShopping, já com o nome de Dom Francisco, onde ficou até a casa fechar em fevereiro deste ano.
Na ocasião, os proprietários deixaram claro que a interrupção no funcionamento da casa se devia a dificuldades financeiras provocadas pela alta manutenção do espaço, que, seis meses depois, continua vazio. Alguns funcionários logo encontraram colocação em outros estabelecimentos, enquanto Adilson que era o gerente vislumbrou “não deixar a peteca cair”.
Porteira fechada
A oportunidade chegou mediante um cliente assíduo, Yussef (Zuza) Nimer, dono da Gravo Papers que identificou na vizinhança de seu negócio um imóvel desativado pertencente a um amigo e colega de profissão. Adilson reuniu dois investidores donos de churrascarias Claudir Lorini, da Buffalo Bio, na EPTG, e Dirceu Maronese, da Fogo de Galpão, em Taguatinga. Os três alugaram o prédio da Gráfica Vera Cruz e estão finalizando a reforma nos 600 m2, onde funcionará “nos mesmos moldes do Dom Francisco do ParkShopping, o Mestre Chiko”, anuncia o responsável pela operação.
Apenas os pratos de louça branca com a logomarca foram mandados fazer. Todo o material — copos, taças, talheres, mesas, cadeiras, caldeiras, adegas e até o balcão do bufê quente com 10 réchauds — foram aproveitados. “Giuliana nos vendeu tudo de porteira fechada”, revela o novo restaurateur, que precisou de seis caminhões para trazer toda a tralha. A ideia é inaugurar Mestre Chiko ainda este mês e, para isso, estão a postos dois imprescindíveis auxiliares: o cozinheiro Flávio Correia e o gerente Francisco das Chagas, ambos egressos da casa-mãe.
A equipe aposta atrair a antiga clientela do ParkShopping e novos fregueses, que, além de desfrutar o menu completo baseado em carnes, aves, bacalhau desfiado, tambaqui, outros peixes, massas e risoto, terá o conforto do estacionamento próprio na frente da porta. Fica no SIG, Quadra 6, telefone: 3036-5824.