Manaus – “Responsável pela renovação da comida regional amazônica.” Com essas palavras, o catarinense Felipe Schaedler foi apresentado à plateia da Feira Internacional de Gastronomia Amazônica (Figa), evento de três dias realizado no último fim de semana, que coloca Manaus na rota do turismo de alta gastronomia. Schaedler, de 29 anos, vive lá desde a adolescência, quando chegou com a família em 2004. Interessou-se pela cozinha, fez curso de gastronomia e abriu o restaurante Banzeiro, onde foi eleito três vezes o chef do ano por uma publicação local.
Não demorou a descobrir o cogumelo nativo na selva depois de uma visita a São Gabriel da Cachoeira, a 850 km de Manaus, onde viu que os índios yanomami tinham o hábito de consumir a variedade que lhe fez lembrar o shiitake. Além do cogumelo, o chef usa tucumã, uma coquinho redondo e carnudo com o qual faz o chibé (mistura de água com farinha), castanha-do- Brasil, folha azedinha e abacaxi, que é o mais doce que já comi.
“Esqueça os talheres e coma com as mãos”, ensina o chef ao servir costelas de tambaqui picantes, suculentas e agridoces. Feita de uma forma diversa da usual, ela é empanada no amido de milho e vem no molho de shoyo, pimenta e açúcar mascavo, polvilhada de gergelim. É um dos carros-chefes do Moquém, o segundo restô de Felipe (mais sofisticado que o Banzeiro), que completou um ano na Galeria Cristal, térreo do Shopping Manauara. Lá, você encontra uma carta de drinques irresistíveis, com ingredientes típicos do lugar.
A repórter viajou a convite da Abrasel-Amazonas