Para um siciliano fazer de um limão uma limonada não é apenas trocadilho com o principal produto agrícola que caracteriza a deslumbrante ilha italiana no Mediterrâneo. Gente de enorme criatividade e capacidade de trabalho, o siciliano quando emigra já se torna um vencedor. Foi o que aconteceu com Gianluca Scribano, que deixou Ragusa, uma das nove províncias da Sicília, para vir ao Brasil trabalhar na área que mais gosta: gastronomia.
Depois de tocar por seis anos a Trattoria Mediterrânea, na Asa Norte, o chef Luca, como é conhecido, prestou consultoria e aulas de culinária até assumir as caçarolas da Avenida Paulista no Centro de Lazer Beira Lago, frente à Ponte JK. Do mesmo dono da homônima de Curitiba, o restaurante daqui também serve pizza. Mas era nas preparações fora do forno a lenha que se destacava o talento do cozinheiro, como o ravióli de ricota ao molho de nero di seppia (tinta de lula) e o ragu de polvo. Assim foi até março deste ano, quando o restaurante teve de reduzir a equipe durante o fechamento, que só permitiu serviço de delivery por conta da covid-19.
Aí entra a limonada que o siciliano começou a preparar em casa com diversos ingredientes em forma de conservas — uma arte que aprendeu, desde menino, com a mãe Maria Gianpiccolo. “Com 30 anos de trabalho dia e noite, tive tempo livre para desfrutar a família e encontrar os amigos, com reserva por causa da pandemia”, diz Luca.
Três molhos
O chef, que se orgulha de pertencer à FIC (Federação Italiana de Chefs de Cozinha), seção brasileira com sede em São Paulo, desenvolveu três molhos artesanais sem glúten com ingredientes que remetem à Itália. São dois pestos, à base de manjericão, azeite de oliva extravirgem e nozes, um “alla genovese” com parmesão, caju, alho e sal. O outro, “alla siciliana” leva ainda tomate, ricota, parmesão, caju, alho e sal.
O terceiro sabor é caponata, prato típico da Sicília, que consiste em berinjela salteada num refogado de tomate e cebola em azeite, temperado com alcaparras, vinagre de vinho branco, sal e açúcar. Na receita de Scribano, ainda vai castanha-de-caju. Embalados em vidros com peso total de 342g, os molhos estão sendo vendidos na Banca 202 Sul, especializada em queijo da Serra da Canastra, e também comercializados pela Apulia Queijos e Mozzarella Artesanais, grife de dois amigos nascidos na Puglia, região italiana cujo nome em latim é mesmo Apulia.
O portfólio de conservas em breve será acrescido de mais três sabores: Pomodoro Pelati e pesto; Pomodoro Pelati e espinafre e Pomodorini Confit, que é tomate-cereja confitado. Os pedidos poderão ser feitos ainda no Instagram do autor: Cheflucascribano_