Alguns pontos do pronunciamento de Wilson Witzel, o governador afastado do Rio de Janeiro, indicam que vem por aí uma longa guerra entre ele e o presidente Jair Bolsonaro e movimentos para tentar puxar para a sua defesa a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a classe jurídica e parte da política.
A acusação ao governador alega que a suspeita de pagamento de propina se dá por causa de pagamentos ao escritório da primeira-dama, Helena Witzel. O governador disse que todos os contratos de advocacia da sua mulher foram por serviços prestados e estão todos registrados no imposto de renda, algo que não aconteceu no caso da mulher de Sergio Cabral.
Witzel pediu ainda que a OAB se pronuncie a respeito. “Quer dizer que filho de ministro, esposa de ministro, se advogar, está cometendo um crime? (…) A OAB precisa se pronunciar. Querem criminalizar a advocacia. O processo legal brasileiro está se transformando num circo”, comentou o governador, indignado, tentando colocar os mastros de tribunais superiores que têm filhos e esposas advogando no mesmo caso em que ele se encontra agora.
Paralelamente a essa busca de apoio da classe jurídica, Witzel rebateu as acusações, se disse inocente e afirmou que há muitos interesses que desejam afastá-lo do cargo e culpou o presidente Jair Bolsonaro: “Ele já me acusou de perseguir a família dele. Mas a Polícia Civil e o Ministério Público são independentes. Por que 180 dias ( de afastamento), se em dezembro tenho que escolher o novo procurador de Justiça?”, diz, ele, numa clara insinuação de que tudo está sendo feito para evitar que ele escolha o futuro chefe do Ministério Publico no Rio de Janeiro, a instância que investiga o caso das rachadinhas no gabinete de vários deputados estaduais do Rio, inclusive o do atual senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). “Bolsonaro sempre disse que queria o Rio de Janeiro”, diz Witzel num determinado momento da sua fala.
Witzel, que já foi juiz e chegou ao governo do Rio com uma campanha contra a politica tradicional, tenta agora se cercar de apoios e se dizendo vítima de perseguição. Citou inclusive os casos do ex-governador Fernando Pimentel (PT) e do ex-presidente Michel Temer (MDB) como atores que foram perseguidos.
O governador afastado agora passará a se dedicar integralmente à própria defesa. Resta saber, na política, quem lhe estenderá a mão. Afinal, até aqui, Witzel não se mostrava moto disposto a confraternizar com os poéticos tradicionais, caso de Temer. Agora, nessa situação em que se encontra. Estende a mão aos políticos. Essa novela está apenas começando.
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