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TCU, A PANELA DE PRESSÃO

A próxima encrenca

Aumenta a pressão para que o Tribunal de Contas da União (TCU) analise as pedaladas fiscais antes das contas de 2014. O uso de dinheiro dos bancos para pagamento das contas governamentais, se considerado um crime, vai enroscar muita gente boa que está no governo. Correm o risco de ser responsabilizados, além do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior, hoje presidente da Caixa Econômica Federal; o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, hoje comandante da Petrobras; e ainda o ex-presidente da Caixa Jorge Hereda. Se esses atores forem condenados, estarão sujeitos a oito anos fora do serviço público, ou seja, o país corre o risco de, numa tacada só, ficar sem presidente da CEF e da Petrobras.

A conta que não fecha

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem feito as contas sobre os votos para o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Descobriu que hoje não tem os dois terços (343) necessários para abertura de processo contra ela. Ele voltará a fazer a contabilidade depois do protesto de 16 de agosto.

Razões atuais

Se não houver uma pressão popular forte, como foi a de 1992 contra Fernando Collor, o impeachment não sai. Geraldo Alckmin é contra, assim como, nos bastidores, o próprio Aécio Neves. Afinal, ninguém despreza a habilidade de Michel Temer em construir um governo de união nacional e conquistar apoios para o futuro.

O tempo é o senhor da razão

O governo vai tentar ganhar tempo para a votação das contas de 2014 no TCU. A ideia é a de que algum ministro peça vistas ao processo, adiando o parecer final da Corte para meados de setembro. Assim, Dilma teria tempo para tentar recompor alguma musculatura, ver os efeitos da reforma ministerial que pretende colocar em curso e mais prazo para verificar os desdobramentos da Lava-Jato. Ou seja, saber se vem aí algo mais contundente contra o homem que conta os votos pró-impeachment.

Codesp loteada…

Os partidos abandonam o governo, mas não os pedidos de cargos. Em 22 de julho, Beto Mansur (PRB-SP) fez chegar uma lista de três pedidos ao gabinete do vice-presidente Michel Temer para preenchimento de diretorias da Cia. Docas de São Paulo (Codesp). Encabeça a lista Carlos Eduardo Bueno Magano, para diretor comercial e de negócios, indicado por ele e Ricardo Izar, do PSD.

…Por divergentes

Os outros dois indicados são Cleveland Sampaio Lofrano, para diretor de Infraestrutura e Obras, apadrinhado de Milton Monti (PR) e Nelson Marquezelli (PTB). Por último, Francisco José Adriano, funcionário de carreira da companhia, para diretor de Planejamento e Assuntos Estratégicos, indicado por Marcelo Squassoni (PRB) e Baleia Rossi (PMDB). Em tempo: o PTB, de Marquezelli, anunciou que está fora da base governista.

Eduardo na lida

Houve quem dissesse que Eduardo Cunha acenou com a perspectiva de acordo com o Planalto desde que Dilma Rousseff entregasse a cabeça dos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Justiça, José Eduardo Cardozo. A presidente não topou.

Kátia no ensaio

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, foi conversar com Michel Temer dia desses. Lá pelas tantas, entra 2018 em cena. Kátia quis saber de Temer se ele pensava em ser candidato a presidente da República. Diante da negativa, a ministra se empolgou. Pode ser candidata.

CURTIDAS    

Sucessão, a largada / As homenagens póstumas aos 50 anos que Eduardo Campos faria nesta segunda-feira reunirão vários dos potenciais candidatos à sucessão de Dilma Rousseff. Lá estarão Lula, Aécio Neves, Marina Silva e Geraldo Alckmin. Sim, o governador de São Paulo já confirmou presença. Chegará com o seu vice, Márcio França, que era um dos maiores entusiastas de Eduardo Campos. Mesmo ausente, Eduardo não deixou de ser uma referência.

Sem recibo/ Publicamente, o governador Geraldo Alckmin (foto) não reclamou. Mas, nos bastidores do PSDB, ele registrou sua frustração por ter ficado de fora das inserções do partido que foram ao ar por esses dias.

Tic-tac-tic-tac/ Essa história de alguns governistas dizerem que Dilma Rousseff vai esperar a conclusão da Lava-Jato para promover a reforma ministerial soou a muitos como uma tentativa de evitar qualquer mudança a curto prazo. É que a operação não tem data para terminar. E, se for no espelho da Operação Mãos Limpas da Itália, ainda falta pelo menos um ano. Ou seja, reforma só depois das Olimpíadas.

E hoje os políticos respiram/ Os fins de semana são aqueles momentos em que até os enroscados na Lava-Jato dormem um pouco mais sem receio de acordar com a Polícia Federal na porta. Hoje, então, o domingo tem um gosto especial para todos, inclusive eles. Feliz Dia dos Pais a todos os leitores!


Denise Rothenburg

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