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Coluna Brasília/DF, publicada em 25 de fevereiro de 2025, por Luana Patriolino (interina) com Eduarda Esposito
Após dias intensos, com a antecipação de acontecimentos que, a princípio, estavam previstos apenas para depois do carnaval, a República começou a semana “de ressaca”. A denúncia da PGR e a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro; e a expectativa pela reforma ministerial, além das polêmicas do governo Lula em relação ao preço dos alimentos, sugaram as energias dos Três Poderes. Nos bastidores, o clima pesado impera, e a única esperança é pela chegada do feriado.
O destino de Pacheco
À espera de um ministério, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está traçando suas estratégias para 2026. Declaradamente pré-candidato ao governo de Minas Gerais, ele tem como desafio ganhar visibilidade para as eleições e receber uma pasta para chamar de sua até o ano que vem. O parlamentar almeja a Justiça, mas há quem fale até mesmo na hipótese de ele ganhar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Pouco provável
Nos bastidores, a saída de Alckmin da pasta é considerada remota, pois causaria um enorme atrito com o PSB — que encolheu desde a ida de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Briga entre irmãos
Mesmo chateado com a campanha da ala bolsonarista da Frente Parlamentar Evangélica contra sua candidatura à presidência da bancada, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) disse que não guardará rancor de quem tentou tirá-lo da disputa. Nem mesmo do deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL, a quem chamou de “Malafaia paraguaio”. As excelências escolhem o novo líder hoje. Os candidatos são Otoni, o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) e a deputada Greyce Elias (Avante-MG).
Motta com empresários
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reúne-se com os governadores Ibaneis Rocha (DF) e Helder Barbalho (PA), além de parlamentares e empresários, no Brasil Summit, em Brasília. O evento, que ocorre em 12 de março, no Hotel Brasília Palace, debaterá as perspectivas da economia brasileira.
Normalidade?
Hoje, no Palácio do Planalto, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinará, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma portaria sobre vacinas. O evento ocorre em meio a rumores de que ela poderá ser trocada por Alexandre Padilha no comando da pasta.
Perícia contra drogas
Peritos criminais da Polícia Federal e dos estados ganham novos aliados no combate às drogas: o Programa Nacional de Integração de Dados Periciais sobre Drogas (PNIDD) e o Sistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR), lançados ontem pelo governo federal. As iniciativas fortalecem a análise científica e agilizam a identificação de substâncias ilícitas. Enquanto o PNIDD integra dados químicos, toxicológicos e epidemiológicos para aprimorar investigações, o SAR monitora a circulação de novas drogas e adulterações, emitindo alertas para embasar ações de saúde e segurança.
Urgência na regulamentação
O governo federal enviou ao Congresso um projeto de lei complementar para regulamentar o trabalho dos motoristas de aplicativos. A proposta visa garantir direitos trabalhistas e previdenciários para a categoria. Uma das principais medidas é a criação de uma remuneração mínima de R$ 32,10 por hora trabalhada, com ajustes anuais conforme a valorização do salário mínimo.
Por falar em aplicativo…
A Frente Parlamentar pelo Livre Mercado participou, em São Paulo, do debate, no Instituto Millenium, sobre a proibição, por parte da Prefeitura, de transporte de passageiros por motos de aplicativo. “Proibir é impedir que milhares de trabalhadores exerçam sua profissão e ofereçam um serviço que a população precisa”, disse o secretário do grupo, Rodrigo Marinho.
Colaboraram Israel Medeiros e Denise Rothenburg
Coluna Brasília/DF, publicada em 13 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Embora o Encontro de Prefeitos e Prefeitas tenha sido organizado pelo governo federal, os representantes dos municípios visitaram muito mais o Poder Legislativo do que o Executivo, numa demonstração clara do deslocamento do eixo de poder. O motivo do périplo ao Congresso foi cobrar dos parlamentares a apresentação de emendas e a votação rápida do Orçamento deste ano. O atraso na deliberação tem prejudicado, principalmente, municípios menores, onde cada centavo das emendas parlamentares vale muito. Os prefeitos esperam que a “briga” entre Judiciário e Legislativo termine logo para haver a liberação da verba. Mesmo que seja para fazer do jeito que o Judiciário deseja, melhor resolver logo.
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Um prefeito desabafou à coluna, lembrando que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi governador e sabe da importância que as emendas têm para os municípios. O consenso é que a disputa precisa terminar para que os recursos, principalmente de infraestrutura, saúde e educação, sejam utilizados. Os municípios brasileiros até 50 mil habitantes representam 88% (4.895) do total. Ou seja, tem muita cidade precisando da verba.
Fica, Geraldo
As associações que integram a Coalizão Indústria se reuniram num jantar em Brasília em homenagem ao secretário da Indústria e Comércio, Uallace Moreira Lima. Ali, foi repassado o sentimento do setor produtivo do desejo de manutenção do vice-presidente Geraldo Alckmin no cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, bem como de toda a sua equipe.
O peso dele
O grupo Coalizão Indústria representa 42% do PIB brasileiro e reúne os setores de maquinário industrial, brinquedos, calçados, alimentos, plástico, aço e uma infinidade de empreendedores. A avaliação deles é de que, por melhor que seja um novo ministro, não terá o peso de um vice-presidente da República.
Um deputado silenciado
Para que o deputado Glauber Braga (PSol-RJ) consiga preservar o mandato, os membros do Conselho de Ética da Câmara pretendem aprovar a exigência de três meses de silêncio. Para um deputado, o fato de não poder usar a tribuna é um castigo. Glauber agrediu fisicamente o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, em abril de 2024, e, agora, responde por isso no Conselho de Ética.
Governadores contra os vetos
Em visita à Câmara, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), conversou com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a dificuldade de seu estado em aderir ao programa de financiamento da dívida dos estados (Propag). É que mesmo com a isenção concedida pelo governo devido à calamidade de 2024, o Rio Grande do Sul teria que pagar mais de R$ 3 bilhões por ano. Leite e outros governadores reunidos no Rio de Janeiro, na semana passada, planejam uma ofensiva pela derrubada dos vetos no Parlamento.
CURTIDAS
“Padre” Kelmon, o retorno/ Lembra daquele candidato a presidente do PTB, o “Padre” Kelmon (foto)? Pois é. Ele hoje está filiado ao PL, de brochinho do partido no peito, coordenando nacionalmente o “Foro do Brasil”, “uma instituição que se contrapõe ao Foro de São Paulo” em todos os estados.
Nacional e estaduais/ Kelmon está convocando um deputado de cada unidade da federação para comandar as coordenadorias estaduais. Em Pernambuco, por exemplo, quem estará à frente do “Foro do Brasil” é o deputado Coronel Meira (PL-PE).
Lira, o discreto/ O deputado Arthur Lira (PP-AL) chegou ao Congresso, ontem, sozinho. Apesar de falar ao telefone, cumprimentou quem quis falar com ele.
Ministros presentes/ Orientados pelo Planalto, os ministros foram, em peso, ao Encontro de Prefeitos e prefeitas. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, por exemplo, passou a manhã de ontem por lá. À coluna, disse que espera a votação do Orçamento para dar continuidade aos trabalhos em conjunto com outros ministérios para impulsionar políticas públicas transversais. “Acho que o maior legado da nossa gestão é quando falamos com outras pastas sobre transversalizar e juntar”, disse. Colaborou Israel Medeiros
Em guerra interna, União Brasil sonha com o segundo escalão do governo Lula
O União Brasil terá sua primeira reunião no final deste mês e, a contar pelas conversas que dominam os bastidores, a tendência é mesmo de independência em relação ao governo. Isso porque os ministros anunciados, Daniela do Waguinho, Juscelino Filho e Waldez Góes não representam a maioria dos deputados. A esperança dos ministros é de que, até lá, eles possam ter força para tirar o eixo de poder das mãos do líder Elmar Nascimento (União Brasil-BA) ou acalmá-lo. A de Elmar, avisam seus fiéis escudeiros, é emplacar bons aliados em postos-chaves, como a Codevasf. A corrida para saber quem controlará o partido segue até o final do mês.
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Com tantos aliados interessados nos “filés” do segundo escalão e o que isso passou a representar na correlação de forças da frente ampla e internamente nos partidos, o presidente Lula precisou antecipar a reunião ministerial. Melhor conversar agora do que deixar que essas rusgas virem uma crise de, como se diz no jargão da política, de vaca não reconhecer bezerro.
Todo o cuidado é pouco
Servidores do Planalto desconfiaram de pessoas sentadas nas antessalas e tentaram saber de quem se tratava. Eram ocupantes de cargos de confiança do governo Jair Bolsonaro que simplesmente ficaram por ali. Delicadamente, foram encaminhadas à porta de saída.
Difícil missão
Muito bem acomodado no primeiro escalão, o PSB terá dificuldades em emplacar os seus integrantes nas estatais e outros cargos. O partido, inclusive, já foi avisado.
Emplacou e desgostou
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, entrega hoje três nomes para assumir a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), área cobiçada também pelo PSD de Carlos Fávaro. O nome mais forte é Edegar Pretto, que esteve cotado inclusive para ministro. A Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) preferia a Conab no Ministério da Agricultura.
Alckmin para acalmar
A alta na Bolsa de Valores foi vista como um alívio pelos ministros do governo Lula 3, mas não vem sendo atribuída apenas à declaração de Jean Paul Prates, futuro presidente da Petrobras, sobre não-intervenção nos preços do petróleo. Houve também o discurso seguro e em defesa da iniciativa privada e da reforma tributária feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, em sua posse como ministro de Indústria e Comércio.
Tempo esgotado
Vence hoje o prazo de 48 horas para que sindicatos e associações do setor de combustíveis e até o Instituto Brasileiro de Petróleo prestem esclarecimentos sobre a manutenção dos preços elevados, mesmo depois de o governo prorrogar a isenção. Se não explicar, punições virão.
A queda de braço não cessa/ A bolsa subiu, mas, enquanto o governo não disser a que veio em termos de âncoras fiscais, o dólar não baixa. Entre os ministros, a ordem é manter o sangue frio, mas, na bancada do PT, nem tanto: “O mercado precisa descer do palanque”, diz o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Elas vão ter que se entender/ Com a ex-ministra do Meio Ambiente Izabela Teixeira muito bem instalada na ONU e com muito trânsito internacional, a ministra Marina Silva pode ter em Izabela uma ponte para ajudar. O nome de Marina tem peso como representante da floresta, e Izabela tem fama de boa gestora.
Virou moda/ Dona Lu Alckmin, esposa do vice-presidente Geraldo Alckmin, saía do salão nobre do Planalto quando um menino da sua cidade lhe mostrou as meias coloridas. Alckmin fez escola com seu estilo divertido nos pés.