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Bolsonaro adota novo normal para reduzir os estragos na imagem
Coluna Brasília-DF
Em conversas reservadas, militares e líderes partidários comemoram a mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro, em relação aos outros Poderes. Está muito diferente do confronto adotado com Rodrigo Maia, em 16 de abril, quando, em entrevista à CNN, disse que o presidente da Câmara deveria respeitá-lo e que sabia qual o tipo de diálogo que ele queria. E também do “acabou, p…”, em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A ideia é tentar tirar de cena não só os inquéritos e processos em curso no Judiciário, mas também jogar no assado a postura do governo no início da pandemia de covid-19, quando o presidente não usava máscara, dizia que tudo deveria voltar ao normal, porque o desemprego mataria mais do que o novo coronavírus, que a covid-19 era uma “gripezinha” e por aí vai.
Material que está guardado para os adversários, a fim de ser usado nas ampanhas futuras, seja este ano, seja em 2022. Nesse espírito de deixar tudo no passado, houve ainda uma homenagem às vítimas do coronavírus na live de ontem.
Alívio para Flávio
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) respirou mais aliviado pela primeira vez em muitos dias. Tudo por causa da transferência, para a segunda instância, do processo das “rachadinhas” — como é conhecida a investigação sobre desvio de salários dos servidores do gabinete do 01, quando ainda deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A família torce
A esperança dos Bolsonaro, agora, é que Fabrício Queiroz seja solto e o pedido de prisão de Márcia seja anulado. Assim, Flávio ganhará discurso para levar à tribuna do Senado, quando voltarem as sessões presenciais. E, de quebra, arrefecer as iniciativas contra ele no Conselho de Ética da Casa.
O “general” de Bolsonaro
A oposição vai forçar para que as próximas parcelas do auxílio emergencial continuem na faixa dos R$ 600, nem que seja para marcar posição. A briga promete e foi justamente para defender a proposta do governo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi destaque na live de ontem, ao lado do presidente. Dos técnicos, Guedes é considerado um dos grandes comunicadores da equipe presidencial.
Esquece o outro, “talkey”?
A escolha do novo ministro da Educação, Carlos Decotelli, tem a missão de serenar os ânimos na área e tentar acalmar setor. Não dá mais para continuar com tanta tensão, em especial, com as universidades.
Tchau, Ciro Gomes/ A presença de Bolsonaro no Ceará, hoje, com um discurso político é para mostrar que, nem quando Ciro Gomes era ministro, o governo concluiu uma obra como o eixo norte da transposição do São Francisco.
Em nome do filho/ A leveza do presidente na live de ontem foi atribuída à vitória do pedido da defesa de Flávio para a transferência das “rachadinhas” para a segunda instância.
Pesou/ O fato de o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, ter feito uma doação de R$ 120 mil para João Dória (foto) foi crucial para não ser escolhido ministro.
E o Fux, hein?/ Não será um aliado de Bolsonaro no comando do Supremo Tribunal Federal, a partir de setembro. Se ele não teve fidelidade ao governo do PT, que o indicou para a Suprema Corte, não será agora que mudará. Seu compromisso, avisam os ministros, é com o STF e a Constituição.
Ops!/ A eleição dos procuradores citada na coluna de ontem foi para o Conselho Superior do Ministério Público e não para o Conselho Nacional.
Após elogiar Wassef publicamente, Flávio precisará mudar estratégia de defesa
Coluna Brasília-DF
Ao enfatizar a “lealdade e competência ímpares e insubstituíveis” de Frederick Wassef, e dizer que o advogado largou a defesa porque quis, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) põe os dois pés na presença de Fabrício Queiroz na casa em Atibaia.
Vaca no brejo
A forma de o filho 01 do presidente se eximir de qualquer relação com Queiroz, contam seus aliados, era alegar que Wassef havia quebrado a confiança entre advogado e cliente. Agora, ao dizer por escrito em suas redes sociais que não queria substituir o advogado, o senador terá que buscar outro caminho.
Distanciamento social
A tentativa de recuperar essa situação será o depoimento de Flávio pedido pelo novo advogado, Rodrigo Roca, como forma de mudar o rumo da prosa de Fred Wassef. Apesar da “lealdade e da competência” de Wassef serem consideradas insubstituíveis por Flávio, a distância é a ordem do momento.
Espera decantar
Dentro do Congresso, os líderes que ficarão responsáveis por dar aquela força a Flávio quando voltarem as sessões presenciais do Senado estão inseguros. Enquanto não se tiver clareza sobre o que Fabrício Queiroz e seus parentes vão falar sobre o parlamentar e o desvio de salários de assessores do gabinete, as “rachadinhas”, não dá para montar uma estratégia política firme de defesa.
Irritado, Wassef lembra aos Bolsonaros que tem nove procurações da família
Coluna Brasília-DF
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) está em xeque-mate. Ao decidir trocar de advogado, conforme revelou o Blog da Denise, na sexta-feira, o senador deixa Frederick Wassef à deriva e irritado. O advogado fez chegar à família uma mensagem: que não se esqueça de que ele é portador de nove procurações dos Bolsonaros, representando, além de Flávio, Carlos e o próprio presidente Jair Bolsonaro.
Sem controle
Parte dos aliados do presidente entendeu ainda como outro recado de Wassef aos Bolsonaros o fato de ele dizer que nunca falou com Queiroz e que não é o “anjo” — seu apelido e nome dado à operação que prendeu Queiroz em seu escritório em Atibaia. As declarações foram dadas à repórter Catia Seabra, da Folha de S.Paulo.
Aumento da covid-19 no DF preocupa Senado e Ibaneis, mas vira alívio para Flávio Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
Com poucas UTIs disponíveis no Distrito Federal em hospitais frequentados por senadores e o aumento de casos da covid-19, a cúpula do Congresso começa a cogitar a hipótese de só retomar as sessões presidenciais em agosto. A data inicial era 15 de julho, porém, com o crescimento no número de casos da doença, a administração da Casa está com receio de retornar com os trabalhos no plenário e nas comissões.
O problema é, de repente, um senador correr o risco de precisar de UTI e não encontrar um leito disponível. Na seara política, quem conversou com o governador Ibaneis Rocha, sempre atento aos números, disse que ele também está preocupado e não descarta voltar com medidas de maior restrição de circulação.
Flávio Bolsonaro
De acordo com o cronograma em debate no Congresso, o Conselho de Ética do Senado só deve voltar a funcionar quando a Casa retomar as sessões presenciais. Significa que o senador Flávio Bolsonaro ainda terá até agosto — o mês da “bruxa solta” na política — para administrar a crise deflagrada com a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz na casa do advogado Frederick Wassef, que atende ao filho 01 de Jair Bolsonaro.
Onde mora o perigo
O receio de experientes juristas em relação ao futuro do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) é de que as investigações apresentem algo que caracterize obstrução de Justiça. É o único ponto que pode resultar em abertura de processo no Conselho de Ética, porque estaria diretamente relacionado ao período do mandato atual do parlamentar.
Inclua-o fora dessa, “talkey”?
Até aqui, o senador Flávio Bolsonaro não tirou o pai do olho do furacão do caso Queiroz. Ao contrário. O tempo todo tem dito que tudo é feito por perseguição política para atingir o presidente Jair Bolsonaro. O desconforto do governo com essa situação é grande. O momento é de proteger o presidente da República.
Contradições expostas
A oposição vai explorar: se não há nada de errado com a movimentação financeira de Fabrício Queiroz, e foi tudo mesmo decorrente de compra e venda de carros, não haveria motivos para a fuga da mulher dele.
Peça-chave
A presença da cúpula jurídica do governo numa reunião presencial com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em São Paulo, foi para criar uma outra ponte com aquele que pediu vista no processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral contra a chapa Bolsonaro/Mourão. Conforme alertou a coluna há alguns dias, Moraes é, hoje, o elo entre o processo das fake news e a ação no TSE.
Se quiser, multa/ Todas as imagens do advogado Frederick Wassef na posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria, mostram que ele estava sem máscara num evento público. A ausência da proteção no DF está sujeita a multa de R$ 2 mil.
Por falar em Wassef…/ Nas rodas de Brasília, mudou o slogan. O tal “onde está Queiroz” agora é “onde está Wassef?” O advogado não deu qualquer declaração nas primeiras 24 horas
pós-prisão do ex-assessor.
Afastamento/ O presidente Jair Bolsonaro decidiu seguir o conselho de amigos e manter distância de Wassef. Isso significa, inclusive, buscar um novo advogado para Flávio. A avaliação é de que o defensor não conseguiu buscar provas capazes de levar a Polícia Federal a uma linha forte de investigação sobre a hipótese de que Adélio Bispo não agiu sozinho quando esfaqueou o presidente. E, agora, com a prisão de Fabrício Queiroz numa casa de Wassef, a relação se tornou insustentável.
Fato positivo e animador/ O Sistema de Saúde Hapvida comemora, com razão, a cura de quase 8 mil pacientes vítimas da covid-19, internados em várias de suas unidades, em todo o país, e que, agora, já estão em casa, em franca recuperação. De fato, há motivos para festejar. O sistema atende, em sua maioria, pessoas que vivem nas regiões Norte e Nordeste, locais mais afetados por esse vírus devastador.
Frederick Wassef será afastado da defesa de Flávio Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro decidiu seguir o conselho de amigos e manter distância de Frederick Wassef e isso significa, inclusive, buscar um novo advogado para Flávio. A avaliação de amigos do presidente é a de que Wassef não entregou ao presidente o que prometeu. Primeiro, não conseguiu buscar provas capazes de levar a Polícia Federal a uma linha forte de investigação sobre a hipótese de que Adélio Bispo não agiu sozinho quando esfaqueou o presidente durante a campanha. E, agora, com a prisão de Fabrício Queiroz numa casa de Wassef em Atibaia, a relação se tornou insustentável.
O filho 01 está em busca de um bom profissional da área criminal no Rio de Janeiro e pretende fechar o nome até segunda-feira, para não virar mais uma semana com a sombra da casa de seu advogado pairando no processo. Resta saber se o afastamento será suficiente para convencer os investigadores. Wassef até agora não apresentou uma versão para a presença de Queiroz na sua propriedade.
Coluna Brasília-DF
Qualquer semelhança… É mera coincidência. Atibaia ficou conhecida nos tempos da Lava-Jato como sede do sítio atribuído a Lula e agora volta à cena com a prisão de Fabrício Queiroz na casa do advogado de Flávio Bolsonaro. E a cor da camisa oficial do time de futebol da cidade, o Sport Club Atibaia, é… Laranja
Bolsonaro é aconselhado a se afastar do caso Queiroz, de Flávio e de Wassef
Coluna Brasília-DF
A prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, coloca o senador Flávio em xeque e o presidente obrigado a deixar que o filho tome distância regulamentar do Planalto, a fim de evitar que o caso da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro contamine a esfera federal e desgaste ainda mais o presidente. Pelo menos, esse foi o conselho que o presidente recebeu dos seus. Deixar que Flávio administre o caso, preservando o pai e o governo.
A dúvida entre aliados é se o presidente terá equilíbrio emocional para ficar totalmente longe desse tema, deixando que Flávio siga o seu destino. Todas as situações que envolvem os filhos deixam o presidente pra lá de irritado e muitas vezes fora de si.
Nessa quinta-feira (18/6), por exemplo, ele reclamou muito de que houve uma prisão “espetaculosa” envolvendo o ex-assessor de Flávio e de que não teria havido nada em relação a outros assessores de outros deputados estaduais com problemas semelhantes. “Que prendam o Queiroz, mas cadê os outros?”, cobrou. A raiva era tanta que o presidente teve dificuldades de cuidar de outros assuntos.
Sai daí rapidinho
Os generais querem o presidente longe de Frederick Wassef, o advogado que hospedava Fabrício Queiroz. Ou o presidente se descola do amigo, a fim de deixar que Frederick e Flávio cuidem desse assunto, ou o tema continuará pairando sobre o governo.
Izalci volta ao tabuleiro
A saída de Abraham Weintraub fez crescer os olhos dos aliados do presidente Jair Bolsonaro. Na área, entram os nomes do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e do presidente da Comissão de Educação do Senado, Dario Berger (MDB-SC). Os senadores ainda não têm um ministério para chamar de seu.
Tem um senão
O primeiro suplente de Izalci, Luiz Felipe Belmonte, é aliado do presidente, vice-presidente do Aliança pelo Brasil, e, no início da semana, passou pelo constrangimento de ser alvo da operação Lume, destinada a investigar o financiamento de manifestações que pregaram o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal com ameaças aos ministros. O segundo suplente, André Felipe, também viu seu nome envolvido numa operação da Polícia Federal no Pará, sobre a compra de respiradores.
Depois de Weintraub…
Quem vai para a prancha por onde os ministros se dirigem ao mar é… O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Ele é considerado bom de papo, alegre, porém, termina contando a um partido ou deputado o que o outro recebeu. Assim, o apetite da galera cresce e as reclamações sobre ele, também.
Ele é o Paulo de hoje/ O fato de Fabrício Queiroz ter ligado primeiro para a filha levou muitos tarimbados dos tempos da Lava-Jato a pensar que o ex-assessor de Flávio vive a mesma situação vivida no passado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. À hora que a investigação colocou os filhos na roda, ele decidiu delatar.
Os riscos/ No Congresso, começa a pressão para que os conselhos de ética da Câmara e do Senado voltem a funcionar logo, em horários alternativos ao plenário.
Cada um no seu quadrado/ No Senado, o alvo da oposição é Flávio. Na Câmara, há uma montanha de processos sobre deputados bolsonaristas, por causa das fake news. Por sinal, as investigações continuarão a pleno vapor no Supremo Tribunal Federal (STF), conforme decidido ontem por 10 a um.
Pacificação de Bolsonaro com parlamentares não inclui vida fácil para Flávio
Coluna Brasília-DF
A forma como o presidente Jair Bolsonaro tratou os governadores e parlamentares é vista como a senha de acesso para distensionar o ambiente político, a fim de levar o governo a aprovar os projetos de seu interesse no plenário da Câmara –– inclusive a manutenção do veto a reajustes salariais. Chega ao ponto de não ser nem colocado no rol de testes da nova base.
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Só tem um probleminha: a distensão não inclui no pacote vida fácil para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), caso as investigações apontem para alguma irregularidade ou influência na Polícia Federal, conforme denúncia do empresário Paulo Marinho –– que ao longo da campanha conviveu diariamente com a família Bolsonaro. Nos dois depoimentos que prestou, ele disse ter entregado provas de que houve essa interferência. O caso agora está nas mãos da PF e do Ministério Público.
Déjà-vu
As declarações de Marinho, de suspeita de devassa nas suas contas, lembrou a muitos políticos o movimento de Antonio Palocci no governo Lula. O então ministro da Fazenda foi demitido porque um caseiro teve a conta bancária invadida para verificar se havia sido pago para prestar informações sobre a presença de Palocci numa casa suspeita no Lago Sul.
Difícil I
Bolsonaro evita a imprensa, mas não deixa de dar o recado aos apoiadores. Ontem, informou que o comércio do Rio de Janeiro reabrirá em breve. Só tem um probleminha: o número de casos no estado continua em alta. No país, o recorde de mortes nesta semana indica um momento difícil para a sonhada reabertura geral.
Difícil II
A depender dos pais de alunos, aulas mesmo só em agosto. É que, quanto mais pessoas doentes, mais cresce o número daqueles que temem ter um quadro grave da doença, apesar dos números apontarem 40% de recuperação para os casos de infecção. O índice coloca a população numa loteria às avessas. Ninguém quer levar os filhos de volta sob risco de infecção, mesmo aqueles que não têm qualquer comorbidade. Afinal, há episódios de pessoas que não tinham histórico de risco e terminaram internadas.
Vai insistir/ A reunião de hoje de Bolsonaro com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, é para saber do resultado das pressões para volta à normalidade. Ninguém sabe ao certo quando será.
Coluna Brasília-DF
Se até aqui as denúncias de tentativa de influência na Polícia Federal se referiam apenas ao embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o depoimento de mais de cinco horas do empresário Paulo Marinho põe o senador Flávio Bolsonaro e seus auxiliares diretos também no olho do furacão.
A tendência é de que as informações sobre o vazamento da operação Furna da Onça sejam incorporadas ao inquérito que investiga as denúncias de Moro, aumentando o potencial de estrago à imagem do clã Bolsonaro.
Dentro do Congresso, o Centrão esfrega com as mãos com muito álcool em gel, com alguns já pensando no que essa mistura pode render em termos de necessidade de apoio ao presidente no Senado. Ali, o mais experiente é o MDB, que já arrematou os cargos de líder do governo no Congresso, com Eduardo Gomes (TO), e de líder do governo no Senado, com Fernando Bezerra Coelho (PE).
O Centrão está de olho na posição de líder do governo na Câmara, hoje ocupada pelo major Vitor Hugo (PSL-GO). A aposta é a de que nem só de FNDE e Dnocs viverão os partidos.
Promessas e serviços
A declaração do presidente Jair Bolsonaro de que Eduardo Pazuello permanecerá um bom tempo como ministro da Saúde vai muito além da vontade de ter ali alguém que faça tudo o que o Planalto prega. A ideia de Bolsonaro, conhecedor profundo de como funciona o Centrão, é deixar os partidos potenciais aliados com expectativa de poder.
Ele viu de perto
Ex-integrante do PP, Bolsonaro sabe há muito tempo que, nos partidos, a expectativa de poder deixa, pelo menos por um bom tempo, a turma muito mais feliz do que o nome de um aliado no Diário Oficial da União. Invariavelmente, uma nomeação deixa um feliz e outros dois insatisfeitos. Portanto, em tempos de pandemia, o presidente tem uma boa desculpa para não escolher logo um novo ministro.
Aí, não, talkei?
Os rumores de que o governo estaria estudando um Estado de Sítio ou de Defesa voltaram a agitar os bastidores da política e aumentar o receio de que o presidente Jair Bolsonaro planeja um golpe para fazer valer a sua vontade em relação à pandemia e tirar os holofotes de cima do senador Flávio Bolsonaro. O presidente tem negado diuturnamente qualquer ação nesse sentido e, ao seu lado, quem tem juízo já avisou que não é por aí.
Nem vem
Afinal, um Estado de Sítio, por exemplo, teria que passar pelo Congresso Nacional, onde não há hipótese de aumentar os poderes presidenciais. Até aqui, o Congresso ganhou algumas, inclusive a batalha do adiamento do Enem, algo que o governo resistia em fazer.
PF, o último bastião/ Considerada uma das instituições mais confiáveis do país em todas as pesquisas de opinião, a Polícia Federal torce a distância para que as denúncias sobre o vazamento na corporação sejam rapidamente esclarecidas. “Trabalhamos muito para ter credibilidade perante o Brasil. Esperamos que tenha elementos e tudo seja apurado e quem errou, seja punido”, diz o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva.
Joio & trigo/ As operações da Polícia Federal sobre os importadores de equipamentos hospitalares começam a tirar o pessoal sério e técnico desse mercado. Há muita gente com receio de tentar ajudar e, depois, terminar na carceragem.
Preventivo/ O governo terá mais problemas do que imagina se decidir abrir empresas chaves do setor elétrico para indicações políticas. A Associação dos Empregados de Furnas, por exemplo, divulgou nota de repúdio às nomeações desse tipo, reforçando que a companhia é “sexagenária, lucrativa, do povo”, com resultados financeiros e operacionais que geram “lucros decorrentes do baixo endividamento”. O texto reforça que a empresa precisa “retomar seu perfil de geração de empregos para o Brasil. “É fundamental que tenhamos líderes com autoridade técnica e sem compromissos com agendas políticas de qualquer natureza”, finaliza a nota.
À la Alvim/ Jair Bolsonaro caminha para o quinto secretário de Cultura em seu governo. Mário Frias, o ator que fez sucesso em Malhação, terá que ser quase como Roberto Alvim, o antecessor de Regina Duarte. Alvim foi classificado como o melhor até agora, mas caiu porque tornou pública sua admiração pelo nazismo.
E a Regina, hein?/ As redes sociais não perdoam. As rodas políticas no mundo virtual faziam o seguinte comentário: Na “separação” quase que consensual, a atriz Regina Duarte levou a cinemateca de São Paulo como “pensão”.
Troca na PF: governo defenderá versão de que Bolsonaro se preocupava com a segurança dos filhos
Ministros palacianos ouvidos no inquérito que investiga a tentativa de influência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal estão fechados com a versão de que o capitão tratou da segurança dos filhos quando fez referências ao Rio de Janeiro na reunião ministerial de 22 de abril — o encontro retratado no vídeo exibido ontem na sede da Polícia Federal.
Em depoimento, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, por exemplo, disse que esse foi o seu entendimento no caso. A fala do ministro aos investigadores vai ao encontro do que afirmou o presidente Jair Bolsonaro na rampa do Planalto: que sua preocupação era com a segurança dos filhos.
Falta combinar
A ideia é disseminar essa avaliação daqui por diante, de forma a tentar colocar em descrédito a denúncia do ex-ministro Sergio Moro. Falta combinar, entretanto, com os investigadores, procuradores e com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
Até porque a segurança da família está a cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e não da Superintendência da PF no Rio, ou mesmo do Ministério da Justiça. Como o presidente sempre diz, a verdade libertará.
Memória fraca
O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, repetiu várias vezes em seu depoimento que não se recordava de determinadas situações perguntadas pelos investigadores. Outros ministros, idem.
Santa espera, Batman!
Investigadores, procuradores, o ex-ministro Sergio Moro e seus advogados esperaram duas horas e 40 minutos para começar a exibição do vídeo na sede da Polícia Federal. Foi o tempo que levou para fazer a cópia.