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Tensão continuará enquanto governo não negociar com Arthur Lira
O governo fez as contas e descobriu que, embora o deputado Arthur Lira (PP-AL) não tenha, hoje, a mesma força dos tempos em que dominava as emendas de relator, as chamadas RP9, ele precisa ser contemplado para ajudar a pacificar a relação na Câmara dos Deputados. Ele ainda tem um ano e oito meses no papel de comandante da Casa e não há governo que obtenha êxito brigando com o terceiro na linha de sucessão. Enquanto o governo não der algum alento ao parlamentar alagoano, o clima de tensão continuará.
Em tempo: ainda levará alguns dias para que os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e o do Senado, Rodrigo Pacheco, fumem o cachimbo da paz em relação às medidas provisórias. E, se passar desta semana, avisam alguns, a solução virá pelo Poder Judiciário. O governo está no limite. As medidas provisórias precisam tramitar nos próximos 30 dias, sob pena de o cidadão que precisa do novo Bolsa Família terminar prejudicado.
Muita calma nessa hora
Com a volta de Jair Bolsonaro ao Brasil, o presidente Lula tem sido aconselhado a evitar a todo custo polemizar com o adversário. O petista terá que engolir em seco e pensar duas vezes antes de repetir o que fez com Sergio Moro, o ex-juiz para quem Lula ligou os holofotes na
semana passada.
Pintados para guerra
A contar pelo clima beligerante da audiência do ministro da Justiça, Flávio Dino, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o governo não terá vida fácil nas comissões técnicas da Casa. A ordem entre os oposicionistas é não dar refresco. Depois de Flávio Dino, o alvo
das convocações será o ministro da
Casa Civil, Rui Costa.
Quem precisa de adversário?
Enquanto o governo faz maior esforço para vender seus produtos agrícolas mundo afora, o presidente da Apex, Jorge Viana, na China, vincula os números do desmatamento ao agronegócio. A turma da agricultura, que foi até lá na esperança de que Lula ajudasse a promover o agronegócio brasileiro, até aqui, estava apenas frustrada e torcendo pela melhora do presidente. Agora, está irada com a fala de Viana.
O especialista
Em palestra no Lide Brasília, o ex-secretário da Receita Everardo Maciel foi incisivo ao dizer para a seleta plateia de empresários do Distrito Federal que o projeto da reforma tributária em estudo no Congresso está cercado de incongruências. Na avaliação dele, a proposta tem tudo para tentar resolver um problema gerando outros. “PIS e Cofins, por exemplo, não têm nada a ver com consumo. É renda”. Everardo acredita que faltaram tributaristas na elaboração dos textos.
O sentimento de Izalci/ O senador Izalci Lucas, do PSDB-DF (foto), foi direto quando o presidente do Lide Brasília, Paulo Octávio, lhe passou a palavra: “Acho que a reforma tributária não sai. Em, pelo menos, duas das frentes parlamentares de que participo, agronegócio e comércio e serviços, não há apoio à reforma”, comentou.
Insegurança é geral/ O deputado estadual Léo Vieira (PSC-RJ), irmão do deputado federal Luciano Vieira (PL-RJ), escapou por pouco de um assalto em São João do Meriti. O parlamentar se preparava para sair com seu carro quando um veículo parou bem na frente. Léo Vieira deu ré e o bandido atirou em direção ao carro do parlamentar.
Lá está assim/ Léo Vieira só escapou porque seu carro é blindado. “No Rio, só dá para transitar com certa segurança de carro blindado”, diz Luciano.
Piada pronta/Alguns parlamentares que cruzam com os filhos de Jair Bolsonaro no Congresso têm agido na linha do perde o amigo, mas não a piada. Há quem solte um “E aí?
Tudo joia?”
Deputados se esforçam para entender o jogo de forças na Câmara dos Deputados
Nem Lula, nem Lira
Deputados passam o dia tentando decifrar o Congresso que tomou posse no mês passado e, até agora, a única certeza é a de que, tal e qual o presidente Lula, o comandante da Câmara, Arthur Lira, também ainda não sabe ao certo qual o tamanho do grupo que está com ele para o que der e vier. Lira não tem mais sob a sua batuta o chamado orçamento secreto. Lula, por sua vez, não tem orçamento para chamar de seu. E não tem nem pulso sobre o Ministério, uma vez que não tem liberdade para nomear e/ou demitir quem quiser.
Neste cenário, o poder de fogo está nas mãos dos presidentes dos partidos. Eles têm o dinheiro e o financiamento das futuras campanhas, que dá poder sobre as bancadas. O jogo das comissões técnicas é o primeiro lance para entender essa lógica e conhecer o mecanismo desta Legislatura. Março será dedicado à construção de bases dentro de um Congresso que, no momento, nem Lula e nem Lira dominam.
Atirou no que viu…
O Movimento dos Sem-Terra invadiu as fazendas na Bahia para testar a sua força junto ao PT e o espaço no governo. Agora, com a desocupação esta semana, o MST percebeu que não terá respaldo para fazer o que bem entender. Hoje, tem reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para reabrir o diálogo.
… e acertou no que não viu
A ocupação levantou a lebre para análise do projeto de regularização fundiária aprovado na Câmara e parado no Senado. O PT se declarou contra a proposta. Agora, o partido terá que se posicionar num Congresso mais conservador.
Vai pagar para ver?
Há alguns dias, o União Brasil chegou a ser sondado sobre a indicação de um nome para o lugar de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações. A resposta foi direta: não tem nome. O União não quer ver um dos seus sair pela porta dos fundos.
Moral da história
Lula, então, ciente de que precisa de base, preferiu manter Juscelino. Não é o momento de brigar com as excelências do Centrão. Aliás, talvez esse momento nem chegue.
A pergunta que não quer calar
Ninguém entendeu por que o Ministério de Minas e Energia recebia e guardava as joias presenteadas à família Bolsonaro. Agora, com a queda do Almirante Bueno, da Enepar, ex-chefe de gabinete de Bento Albuquerque no Ministério, espera-se que esse mistério seja esclarecido. Há quem diga que, se Bento Albuquerque não falar logo, será ouvido como investigado.
A receita de Michel/ O ex-presidente Michel Temer tem encontro marcado nesta sexta-feira com os empresários do grupo Esfera, capitaneado por Camila Camargo, filha do empresário João Carlos Camargo. Sempre espezinhado pelo presidente Lula, Temer fará uma palestra centrada num recado direto ao inquilino do Planalto/Alvorada: “Serenidade e tranquilidade é o que compete ao presidente passar ao povo”.
A turma sem-pão e a com-poder/ A divisão das comissões técnicas do Senado deixou à míngua a turma que apoiou o senador Rogério Marinho (PL-RN) para a Presidência da Casa. Em compensação, o senador Davi Alcolumbre na Comissão de Constituição e Justiça é sinal que o ministro Waldez Góes, da Integração, deve ter um refresco junto ao governo.
Chapéu alheio/ A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro tem dito que quer devolver as joias ao governo da Arábia Saudita. Só tem um probleminha: ninguém pode devolver o que não lhe pertence. Até aqui, não houve qualquer pronunciamento oficial da representação da Arábia Saudita no Brasil sobre o episódio das joias retidas.
Isso o povo entende/ Quem está medindo a popularidade de Bolsonaro no estado de São Paulo, onde o ex-presidente venceu a eleição, garante que a vida ficou mais difícil depois do episódio das joias.
E o Anderson Torres, hein?/ O ex-ministro da Justiça está jogado à própria sorte. Sem advogado e sem aliado.
Dia Internacional da Mulher/ Secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, a ex-senadora Marta Suplicy está com a vida que pediu a Deus. Não tem que se preocupar com greves, serviço de saúde, educação, enfim, problemas do dia a dia de todas as grandes cidades. Ela, porém, jamais deixou de se preocupar com as questões da mulher: “Estamos numa transição. Evoluímos, mas ainda temos muito que caminhar. As mulheres ainda não são muito cobradas em todos os aspectos”, diz.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)
A votação para escolha dos presidentes da Câmara e do Senado, hoje, representa a consolidação de um pacto firmado logo após o segundo turno das eleições presidenciais entre o então candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e os presidentes das duas Casas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Diante de um país fraturado pela polarização política, os atuais comandantes do Congresso se comprometeram com Lula a trabalhar pela governabilidade da nova gestão, independentemente da coloração partidária e sem intromissões de um Poder no outro.
Pacheco integra a rede de alianças do governo Lula, mas, para se reeleger, precisa vencer a oposição bolsonarista que se aglutina em torno do senador Rogério Marinho (PL-RN). A vitória de Pacheco é dada como certa pelos aliados, mas ninguém crava a quantidade de votos que ele terá — as previsões variam de 45 a 55 votos, em um universo de 81 senadores. Uma derrota, além de inesperada, comprometeria o tripé da governabilidade que Lula sonha construir. Pior: daria ao bolsonarismo mais uma base de atuação política e dois anos de confronto com o Palácio do Planalto. Por isso, os ministros-senadores de Lula estarão no Plenário da Casa pedindo votos para Pacheco.
O fator Lira
No caso de Arthur Lira, em que pese o apoio que ele deu ao governo e à reeleição de Jair Bolsonaro, a manutenção do comando da Câmara coroará a articulação que envolveu a base governista e a oposição em favor de um nome de consenso que não alimentasse tensões, principalmente no primeiro ano de governo Lula. Pesou muito para construção dessa aliança a postura de Lira logo após a eleição presidencial: ele foi o primeiro presidente de Poder a reconhecer o resultado da eleição.
Vetados
O presidente Lula vetou 18 indicações do antecessor Jair Bolsonaro. Boa parte dos vetos aplica-se a nomes escolhidos para agências reguladoras e postos em embaixadas e representações brasileiras. A lista foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Em relação aos diplomatas, o novo governo substituirá os indicados para postos importantes, como Argentina, França, Itália, Holanda, Grécia, Emirados Árabes e a representação junto à OMC.
Pedido de relaxamento
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes cobrou manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre o pedido de revogação de prisão apresentado pela defesa do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira. O militar foi preso em decorrência dos ataques terroristas do dia 8. Na petição, a defesa alega que Vieira não participou do planejamento da operação de segurança naquele domingo. O trabalho teria ficado a cargo do Departamento Operacional (DOP) da Polícia Militar.
Olha eu aqui
A terça-feira foi agitada no Congresso Nacional. Além das articulações políticas em torno da eleição para a presidência da Câmara e do Senado, da movimentação de jornalistas e do trabalho de funcionários para deixar tudo pronto para a sessão de abertura da nova Legislatura, a sede do Parlamento recebeu muito visitantes: a grande maioria, parentes de deputados e senadores eleitos pela primeira vez, que fizeram questão de visitar as instalações do Congresso, praticamente reformado após os ataques de 8 de janeiro.
Bem-vinda
Está prevista para hoje, em Brasília, a chegada de Elizabeth Frawley Bagley, a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil. Com longa experiência diplomática, ela foi conselheira sênior de três secretários de Estado da Casa Branca. Em vídeo divulgado ontem — com direito a uma saudação em português —, Bagley se disse “honrada” por representar o governo Biden e o povo norte-americano no Brasil.
Cooperação
A nova embaixadora afirmou que pretende trabalhar muito para robustecer os fortes laços já existentes entre as duas nações; apoiar e defender a democracia; os direitos humanos e o Estado de Direito. E acrescentou que pretende cooperar com o governo Lula para preservar a Amazônia. Por último, Bagley se diz ansiosa por trabalhar e conhecer um país tão diverso como o Brasil. E finaliza: “Muito obrigada!”
Elas à frente
Se confirmada a indicação da embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti para chefiar a Embaixada brasileira em Washington, as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos terão duas mulheres em cargos estratégicos. No caso do Itamaraty, a nomeação de Viotti, além do reconhecimento à competência da diplomata, confirma a decisão do governo Lula de dar mais visibilidade às mulheres na política externa.
Se não quiser inimigos na Câmara, PT deve apoiar reeleição de Arthur Lira à presidência
Pelo andar da carruagem, o PT não terá muita alternativa fora do apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara. Lira já tem o PP, o Republicanos e o PL de Jair Bolsonaro. Esta semana, obteve o apoio do União Brasil e a tendência de apoio do PDT, partidos com o qual o futuro governo esperava contar para o caso de lançar um nome à sucessão na Casa. E, nos bastidores, os líderes de siglas aliados ao atual governo e ao próximo começam a perceber que está cristalizada a ideia de que Lira representará a independência do Parlamento em relação ao Planalto. Assim, qualquer outro nome que tenha o apoio do PT será visto como submisso aos desejos de Lula.
Nesse quadro, avisam os deputados, se o futuro governo não quiser correr risco de ter um inimigo no comando da Câmara, melhor apoiar logo Arthur Lira e evitar tempestades. Afinal, o país saiu dividido das urnas e os problemas que estão à mesa indicam que não há espaço para que se crie mais um. Melhor defender logo a reeleição de Arthur, na Câmara, e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Senado, tirando mais esse foco de tensão sobre a PEC da transição ou fura-teto.
Te cuida, Xandão
A bancada bolsonarista vai insistir em ações contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. E o PL, por ser a maior bancada, terá a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e planeja pegar, ainda, a do Senado, caso perceba ser impossível emplacar um dos seus na Presidência da Casa.
Noves fora…
Até aqui, quem tem se movimentado é o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional. Só tem um probleminha: está difícil juntar votos para barrar a reeleição de Rodrigo Pacheco.
Daniel sob tensão
O futuro governo Lula prepara o “revogaço” de decretos de Jair Bolsonaro para a primeira semana de janeiro. Nesta lista, a equipe de transição estuda colocar aquele texto que concedeu perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Falta verificar se será possível do ponto de vista jurídico.
Esqueceram dele
Daniel Silveira foi candidato ao Senado, perdeu, e a partir de fevereiro do próximo ano, ficará sem mandato. Em abril, a relatora do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, encaminhou as ações relativas ao perdão para o plenário. Até hoje não foi julgado e não há prazo para julgamento. O parlamentar tem evitado polêmicas nos últimos tempos.
O bolso vai ficar vazio…/ “Bolsonaro finalmente consegue detonar o seu novo partido. E por conta disso, Valdemar não terá recurso financeiro para cumprir a ajuda financeira prometida”, escreveu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) no grupo de WhatsApp da legenda.
… E vai sobrar para Bolsonaro/ O PL já tem uma sala para o presidente Jair Bolsonaro despachar a partir de janeiro, e, além disso, pagará um salário fixo para o presidente e arcará com os custos do aluguel de uma casa em Brasília. Agora, a multa de R$ 22 milhões não estava no script.
Aguarde a vez/ O ex-deputado Paulo Delgado, que foi até São Paulo sondar mercado financeiro sobre o futuro governo Lula, não perde o bom humor: “Eles querem um camarote na Sapucaí, mas o futuro governo ainda não apresentou sequer a ordem de desfile das escolas de samba”.
Aliás…/ Delgado saiu de Brasília todo feliz por ter conseguido uma passagem baratíssima para São Paulo, algo em torno de R$ 200. Somente esta semana é que se deu conta do motivo: O voo era bem na hora do jogo do Brasil contra a Sérvia.
O movimento nos bastidores a uma semana das eleições indica que o Centrão — mais especificamente o PL, o PP e o Republicanos — trabalha para continuar no comando do Orçamento, seja quem for o presidente eleito. A preços de hoje, esses partidos já olham para as pesquisas, se preparando para um possível governo Lula, e as bases que pretendem impor para essa relação, algo muito diferente daquela que se deu em 2002, quando o PL de Valdemar Costa Neto indicou José Alencar para vice na chapa do petista. A decisão já tomada no calor da reta final desta campanha é que não haverá alinhamento automático com o petista, caso Lula vença, e caberá ao petista se adaptar aos novos tempos.
Os aliados de Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, lembram que o mundo mudou. Quando Lula foi eleito pela primeira vez, o Poder Executivo dominava o Orçamento e não havia emendas individuais e de bancada de liberação obrigatória. Tampouco as emendas de relator, que Lula abomina, mas uma parte de seus correligionários adota.
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Os líderes do Centrão têm dito que, nestes 20 anos, o grupamento ganhou contornos mais ideológicos, ficou mais orgânico e tomou gosto pela gerência orçamentária. Logo, ainda que o STF venha a propor alguma mudança, a destinação de recursos a determinados projetos faz parte das atribuições constitucionais do Congresso. Logo, ou Lula, se vencer, aceita isso ou haverá um embate antes mesmo de 1º de janeiro. O recado, aliás, já foi dado ao comando de campanha petista.
Digitais
Advogados aliados a Lula têm sondado o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o fim das emendas de relator. Ainda não dá para definir um placar, mas a transparência terá que ser absoluta.
Projeções I
Se as projeções das mais diversas consultorias estiverem corretas, a esquerda deve chegar a algo entre 150/170 deputados. E os mais conservadores devem dominar a Câmara. Nesse caso, o Centrão acredita que terá condições de continuar dando as cartas no Parlamento.
Projeções II
Aliás, é justamente essa projeção em favor dos mais conservadores que leva o presidente da Câmara, Arthur Lira, a fazer uma postagem em defesa dos institutos que erram em “demasiado”.
Tensão no MDB/ Os emedebistas olham com preocupação para Roraima, onde o ex-senador Romero Jucá tenta voltar à ribalta. É que o Ipec desta semana por lá apontou Dr. Hiran, do Progressistas, com 36% de intenções de voto e Jucá, 27%.
Primeiros acordes/ Passadas as eleições, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chamará a turma que deseja concorrer para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) a fim de buscar um acordo de cavalheiros entre Soraya Santos, Jonathas de Jesus e Hugo Leal, todos aliados de Lira.
A lei das compensações/ A ideia é quem for eleito deputado abrir mão para o colega. Se os três conseguirem se reeleger, a preferência do grupo de Lira será por Jonathas.
Ciro em modo avião/ A forma como Ciro Gomes tem se referido à estratégia do PT de buscar o voto útil em cima de seus eleitores afastou de vez o pedetista de Lula.
Quando foi candidato a presidente da Câmara, em 2015, o então deputado Eduardo Cunha ajudou a buscar recursos para seus potenciais eleitores junto à elite brasileira. Agora, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem feito algo parecido. Alguns empresários receberam uma lista de nomes com pedidos de doação de recursos na pessoa física. O movimento não tem nada de ilegal, mas mostra que Lira está ajudando seus aliados. É a pré-campanha para mais dois anos no comando da Câmara.
As apostas para o pós-eleição
Embora o PT esteja convicto de que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, vá derrubar as emendas de relator, a avaliação de ministros é a de que nada será feito sem uma negociação com o Congresso. A aposta de quem conhece a fundo o andar da carruagem do Supremo é de que a nova presidente exigirá transparência total na aplicação desses recursos.
Os comerciais é que valem
Lula está convencido de que será tão atacado no debate do SBT, no fim de semana, que preferiu ficar de fora dessa roda. A aposta da campanha é a de que os ataques a ele vão desaguar em direito de resposta.
Sintomático
Nas campanhas adversárias à de Lula, o fato de o petista trocar o debate por comícios em Minas Gerais foi recebido como um sinal de que a vantagem por lá começou a cair.
Precavido
O encontro de Lula com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Douglas Koneff, é visto pelos aliados do petista como mais uma forma de buscar apoio para evitar reclamações por parte de Jair Bolsonaro (PL), caso o presidente não se reeleja no primeiro ou no segundo turno.
Qualquer semelhança…
O mesmo PT que agora reclama do discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas foi, em 2014, acusado de “usar o discurso na ONU para fazer campanha”. Naquela época, a então presidente Dilma Rousseff era candidata à reeleição e citou as eleições na tribuna. Em entrevistas, quem reclamou foi o então candidato ao Palácio do Planalto, Aécio Neves (PSDB), com quem Dilma concorreu no segundo turno.
…não é mera coincidência
Bolsonaro fez seu discurso mais moderado ao longo de seus quatro anos de governo e sem deixar de citar todos os pontos que aborda na campanha para o público interno. Guardadas as devidas proporções, foi o que Dilma fez em 2014.
Vice hoje, candidato amanhã/ A turma de Geraldo Alckmin olha é para 2026 e, embora ainda tenha uma semana e meia de campanha, muitos já falam em “quando terminar o governo Lula”.
Reguffe vai de Tebet/ O senador Reguffe (sem partido) tem dito que votará em Simone Tebet (MDB) para presidente da República. “O Brasil precisa ser pacificado. Considero que ela é quem tem condições de promover essa pacificação, ter responsabilidade na condução da economia e, também, preocupação com o social”, afirmou à coluna.
Por falar em Reguffe…/ Ele vai tirar uma temporada “sabática” da política quando terminar seu mandato de senador, em janeiro de 2023. Mas, aos amigos, sempre faz questão de lembrar que, em 2026, tem nova eleição.
Veja bem/ Se conseguir um mandato de deputada distrital, Ana Cristina Vale, ex-mulher de Bolsonaro, já vai chegar precisando se explicar. Os partidos de oposição acompanham com uma lupa as investigações sobre a mansão e as movimentações financeiras da mãe de Jair Renan. Já a campanha de Bolsonaro tem dito que Ana Cristina não é problema do presidente.
Presidente Jair Bolsonaro obteve um dia inteiro de transmissão ao vivo
A contar pela pressa de seus adversários em ações judiciais para que o presidente-candidato Jair Bolsonaro (PL) seja proibido de exibir as imagens dos eventos do 7 de Setembro no horário eleitoral gratuito, e investigado por uso da máquina, a estratégia da campanha reeleitoral funcionou. Bolsonaro obteve um dia inteiro de transmissão ao vivo para os eventos híbridos, ou seja, solenidades oficiais seguidas de atos de campanha. Chamou Luiz Inácio Lula da Silva de “quadrilheiro de nove dedos”, e repetiu a frase do ex-governador Geraldo Alckmin, hoje candidato a vice na chapa do petista, sobre o PT voltar “à cena do crime”. E, por tabela, viu seus apoiadores tomando as ruas por todo o país em volumes para lá de expressivos. Sua equipe de campanha estava eufórica com o saldo da mobilização e saiu convencida de que a eleição caminha para o segundo turno.
Em tempo: entre os petistas, há quem, olhando pelo retrovisor, calcule que tenha sido um erro Lula não ter preparado uma agenda para este 7 de Setembro. Há quem diga que ele deveria ter ido, por exemplo, ao Rio Grande do Norte ou à Bahia, estados governados pelo PT. Ciro Gomes (PDT), por exemplo, fez uma movimentação em Ouro Preto (MG), e Simone Tebet (MDB), em São Paulo.
Seguiu o script
Não eram só os marqueteiros que estavam eufóricos com o saldo do 7 de Setembro em favor de Bolsonaro. A coordenação jurídica da campanha considera que o presidente fez tudo o que foi acertado para evitar conflito com o Poder Judiciário.
Questão de sobrevivência I
De olho nas pesquisas em Alagoas que apontam Lula na liderança, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), preferiu guardar distância de Bolsonaro. A 25 dias das eleições, a ordem é não correr riscos. De quebra, ele deseja ainda concorrer a um segundo mandato no comando da Câmara, independentemente de quem seja o futuro presidente da República.
Questão de sobrevivência II
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), também preferiu ficar distante, porque aposta no papel de pacificador do país logo após as eleições. Pacheco é do PSD, partido de Gilberto Kassab, que ficou neutro justamente para seguir neste papel.
À la Zema
A candidata do MDB, Simone Tebet, olha com esperança para o que ocorreu com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na eleição de 2018. Em 8 de setembro, ele tinha 5% das intenções de voto e venceu. Por isso, a presidenciável acredita que a eleição está em aberto.
Reforço/ O resultado do plebiscito sobre a nova Constituição do Chile servirá de argumento para que os bolsonaristas continuem questionando as pesquisas de intenção de voto no Brasil. Lá, as sondagens indicavam 46% contra a nova Carta. O resultado final foi de 62% contra, ou seja, 16 pontos percentuais a mais.
A visão dela/ Presente à solenidade do 7 de Setembro e ao comício de Bolsonaro, logo depois, em cima de um caminhão de som, a deputada Bia Kicis (PL-DF) não viu nada demais no fato de o presidente comparar as primeiras-damas. “Ué, ele não pode elogiar a própria mulher?”, reagiu.
Enquanto isso, em São Paulo…/ Sem a presença de Bolsonaro, quem aproveitou o embalo na Avenida Paulista foi o ex-ministro Tarcísio de Freitas, candidato ao governo local. Lá, conforme avalia o cientista político Leonardo Barreto, está em aberto quem irá para o segundo turno contra o petista Fernando Haddad, que lidera a disputa — se Tarcísio ou o governador-candidato, Rodrigo Garcia, do PSDB.
Por falar em PSDB…/ Em caso de derrota do governador paulista, os tucanos fecharão seu ciclo de poder no estado, comprometendo, inclusive, a bancada no Parlamento. É em São Paulo que o partido tem seu berço político, daí a preocupação geral.
Para o bem ou para o mal, Arthur Lira é o grande líder do governo
Nos tempos dos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, seria normal os líderes do governo emprestarem seus gabinetes para que os ministros políticos recebessem os deputados e cabalassem votos em favor das propostas governamentais. Essas situações hoje são raras. Por esses dias, ao longo das negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o Auxílio Brasil e cria o auxílio-caminhoneiro, quem fez esse papel foi o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ao contrário de outros governos, ninguém precisou pedir a ele que adiasse a votação da PEC. Para o bem ou para o mal, ele é o grande líder do governo.
E, embora alguns integrantes do PP fiquem constrangidos, Lira não largará essa função e trabalhará, ao longo do fim de semana, para garantir os votos em favor da PEC. Afinal, independentemente de Bolsonaro, o parlamentar quer o discurso de que aprovou e concedeu um alento maior àqueles que mais necessitam.
São dois turnos, e ponto
O ex-presidente Lula, bastante pragmático, já avisou ao seu pessoal que pare de falar em primeiro turno. O partido sempre venceu em dois turnos e tem de se preparar para esse cenário.
Aí, não/ O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, não acreditou no que estava ouvindo quando a deputada Paula Belmonte disse que apoiaria o senador Izalci Lucas ao GDF, caso o líder tucano no Senado renunciasse ao mandato para que o primeiro suplente, Luiz Felipe Belmonte, marido dela, ocupasse a vaga. Foi ali que ela perdeu qualquer chance de fazer valer a sua vontade de levar a federação a apoiar Reguffe. Os tucanos contam que Bruno não entendeu como uma deputada de 46 mil votos fazia uma proposta dessas a um senador que obteve 406 mil e é o líder do partido.
Abriu e voou/ Na sessão mais rápida da história do Parlamento, aquela que durou um minuto, na manhã de ontem, o vice-presidente Lincoln Portela cumpriu o roteiro combinado com Arthur Lira e saiu da Câmara direto para o aeroporto, rumo a Montes Claros (MG). Estão todos focados na pré-campanha.
Aliás…/ No início da noite, quando Lira encerrou a sessão, inúmeros deputados estavam em voos pelo Brasil afora ou em compromissos de pré-campanha. Agora, o presidente da Câmara exigirá a presença em Brasília na terça-feira.
Arthur Lira curte a “maçaranduba do tempo” do tempo. A expressão muito comum no Nordeste está diretamente relacionada à madeira dura e resistente, como o implacável tempo. É nessa linha que está o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Pelo menos, até o final do ano, será fiel a Jair Bolsonaro. Porém, se na virada de 2021 para 2022 o desgaste presidencial se mostrar irreversível, o deputado encontrará um meio de buscar outros rumos.
O projeto do presidente da Câmara é a reeleição como deputado federal e mais dois anos no comando da Casa. Se Bolsonaro se recuperar e for reeleito, será positivo para o plano de voo de Lira. Se o presidente não apresentar sinais de recuperação de popularidade, o deputado não poderá ficar comprometido com o governo no ano eleitoral, sob pena de atrapalhar suas metas.
Piores momentos
Empresas que desde o início do ano medem diariamente o comportamento das interações relacionadas a Bolsonaro nas redes sociais, em especial o Twitter, começaram a notar que as menções negativas vêm subindo e apresentam alguns pontos elevados, entre cinco e seis milhões de posts negativos em três situações, com um descolamento brutal entre menções positivas e negativas.
CPI na veia
O primeiro pico negativo veio em 14 de março, aniversário da morte da vereadora Marielle Franco, com mais de seis milhões de menções negativas. O segundo foi na morte do ator Paulo Gustavo, em 4 de maio. Por último, aparece o depoimento dos irmãos Miranda na CPI da Covid, com mais de cinco milhões de posts negativos contra o presidente.
Se acalma ou perde mais terreno
As investigações das suspeitas de prevaricação envolvendo Bolsonaro são vistas por aliados como uma chance até para recuperar sua popularidade, caso nada seja comprovado contra ele. Agora, dizer que não vai responder e ficar brigando com jornalistas, senadores e quem mais chegar, só vai desidratar ainda mais a campanha reeleitoral. Afinal, todos os destemperos já estão devidamente registrados para exibição no horário eleitoral em 2022.
A campanha do Exército
O Exército mantém seu pessoal da ativa engajado na campanha “ajudar está no nosso sangue”. Em 2018, quando essa iniciativa foi lançada, a Força conseguiu quase 10 mil doações de seu efetivo. No ano passado, com a pandemia, esse número subiu para 41 mil doadores. Agora, o primeiro semestre de 2021 fechou com 25.639 doações de sangue, beneficiando 102.556 pessoas. Com essa marca em um semestre, a ideia é fechar o ano com, pelo menos, 50 mil doadores.
O tempo de Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), só tratará de 2022 depois de outubro. A ideia é não ir tão rápido que pareça afobação, nem tão devagar que possa passar a imagem de receio da disputa.
Curtidas
Cai o mito/ A maioria dos partidos considera que o ex-governador Geraldo Alckmin derrubou a tese de que o governador de São Paulo é sempre nome obrigatório de ser levado em conta numa eleição presidencial. Ele era governador e ficou lá atrás em 2018. Agora, tem muita gente mencionando isso nos bastidores para tirar João Doria do páreo.
Haja oração/ O pedido de Bolsonaro para rezar um Pai Nosso no meio de uma entrevista, tudo por causa de uma pergunta que ele não gostou, foi para tentar se acalmar. Se está assim agora, diante de jornalistas, imagine nos debates eleitorais em 2022.
Distensão com cada um no seu quadrado/ Depois do encontro entre Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, a cúpula dos Poderes quer aproveitar o embalo para tirar qualquer dúvida sobre a realização das eleições de 2022. Com ou sem voto impresso, decisão que cabe ao Congresso.
Muita calma nessa hora/ A população cansou do distanciamento social, porém, diante das novas variantes, dificilmente a vida voltará ao normal. Os epidemiologistas têm dito em todas as oportunidades que não está no momento nem de tirar a máscara nem de promover aglomerações.
MP da Eletrobras pode ser parâmetro para medir a força de Arthur Lira
Todos os aliados mais fiéis do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), trabalharam para ajudar a acionar o rolo compressor e aprovar a medida provisória de privatização da Eletrobras. Não que Arthur seja o mais governista dos governistas. É que, no papel de presidente da Câmara, ele deseja deixar claro que, se algo der errado para o governo Jair Bolsonaro mais à frente, o Executivo não poderá pôr a culpa no Congresso.
Nesse caso, porém, tem um probleminha: se a conta de luz aumentar, como preveem os técnicos, vai sobrar para o Congresso também o desgaste de ter aprovado a medida provisória. O momento é de fazer as contas e, se for o caso, mais à frente buscar os culpados pelos prejuízos.
A terceira onda
Ao mesmo tempo em que termina essa fase de demarcar as responsabilidades pelo descontrole da covid-19 no Brasil, a CPI da Covid entra no aquecimento para acusar formalmente o presidente Jair Bolsonaro pelo patamar de 500 mil mortos.
O primeiro movimento
O governo vai continuar tratando dessa tentativa de investigar o presidente da República na CPI como parte da disputa política rumo a 2022. Na avaliação do Planalto, a comissão de inquérito é apenas mais uma batalha política.
PSDB em jogo duplo
Os tucanos querem montar uma candidatura presidencial de oposição para 2022, mas, na Câmara, votaram a favor da medida provisória de privatização da Eletrobras, um texto que sai do Congresso sob medida para atender o Centrão, aliado de Bolsonaro. Não será por aí que, segundo os integrantes da terceira via, os tucanos conseguirão construir uma alternativa viável para a corrida eleitoral.
Esqueçam as PECs
A tirar pelo placar do texto-base da proposta de privatização, ontem, na Câmara, o governo tem muito chão pela frente para aprovar qualquer proposta de emenda constitucional. Foram 258 votos a favor. As PECs só passam com 308 votos favoráveis.
Sinais de recuperação
O setor portuário movimentou 380,5 milhões de toneladas, entre janeiro e abril deste ano, um crescimento de 9,73% em relação ao primeiro quadrimestre de 2020. O presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Eduardo Nery, comemora: “A tendência é de que se mantenha esse viés de alta ao longo do ano”, diz.
O VAR de Júlio Delgado/ Ao orientar contra a votação da medida provisória de privatização da Eletrobras, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) mostrou o vídeo em que o próprio Bolsonaro se colocava contra a venda da empresa no passado. Nem Arthur Lira deixou de sorrir com a fala do socialista.
A criatividade cresce/ O deputado Leônidas Cristino (PDT-CE) foi direto ao definir o projeto de privatização da Eletrobras que saiu da Câmara: “Esse projeto pode até não ter jabutis, mas tem quelônios”, disse, referindo-se à ordem em que os jabutis estão classificados.
Quem diria…/ O Partido Novo, de viés liberal, e o PSol votaram juntinhos contra a proposta de privatização e capitalização da Eletrobras.
Muita calma nessa hora/ Quem conhece o presidente Jair Bolsonaro considera que o destempero e as agressões verbais a jornalistas, como as que ocorreram em Guaratinguetá, virão num crescente, daqui até a eleição. Pode apostar.