A expectativa dos senadores para hoje é a de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresente um projeto estratégico para o pós-pandemia, que preserve quem ganha menos, e os números dentro da realidade do país. Se chegar vendendo terreno no céu, em troca do novo imposto sobre transações eletrônicas, não encontrará um ambiente acolhedor.
“A desigualdade deve pautar, ou já deveria ter pautado, não só a reforma, mas a política como um todo. A reforma tributária tem de nos fazer crescer, mas não vamos nos desenvolver mantendo como está o que não nos engrandece”, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que considera prioritário democratizar o modelo. “Grandes fortunas e patrimônio são o contraponto dos desafortunados. O modelo atual faz com que os mais pobres paguem mais impostos, relativamente que os mais ricos”, completa.
O novo centro nacional de inteligência, sob encomenda para manter o presidente Jair Bolsonaro informado, conforme o capitão pediu, chega com capacidade redobrada. Os agentes nunca foram tão felizes. Agora, terão, por exemplo, um software que cruza informações de detentores de empresas no Brasil com os dados do exterior.
Há quem assegure que o governo não será mais pego de surpresa quando alguém for indicado para um cargo público e tiver uma trust lá fora. Eles apostam que nem a Receita Federal fará melhor.
A entrevista do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao programa Roda Viva, da TV Cultura, deixou pelo menos dois parâmetros para os pré-candidatos à sucessão no comando da Casa: 1) não há acordo com o PP de Arthur Lira (AL), contrariando as expectativas dos progressistas; 2) o próprio Rodrigo não será candidato, mesmo se Davi Alcolumbre (DEM-AP) conseguir mudar o entendimento em vigor, de que um presidente da Câmara e do Senado não pode se candidatar à reeleição dentro da mesma legislatura.
A sucessão de Maia passou a agitar a política desde que o MDB e DEM saíram do Centrão, e essas duas premissas, apontadas de viva voz pelo presidente da Câmara, agitarão ainda mais. Integrantes do grupo de Arthur Lira, por exemplo, trabalham para tentar tirar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) do cargo de líder da Maioria. O clima só tende a piorar, até que todos se sentem à mesa e façam um acordo de cavalheiros.
Lições de Tancredo I/ Ao dizer, no Roda Viva, que se considera “bom de bastidor” e dizer que lhe falta carisma para ser candidato a presidente da República, Rodrigo Maia começa a se preparar para viver, a partir de 2021, o papel de gestor do centro na política em busca de um candidato. Foi essa uma das atribuições de Tancredo Neves, quando da redemocratização do país, posição que acabou lhe rendendo a cabeça de chapa e a vitória no colégio eleitoral, em 1985, tendo José Sarney, outro grande articulador, como seu vice.
Lições de Tancredo II/ Rodrigo Maia sabe que não terá espaço para repetir Tancredo, porque lhe falta o carisma para tal, mas nada impede que termine numa vaga de vice ou como o mago das articulações de um futuro governo, caso tenha sucesso. Nos partidos, já tem muita gente nova à procura de todas as biografias do ex-presidente.
#vossaexcelênciaprimeiro/ A nova campanha promovida por estudantes é direta sobre o retorno das aulas presenciais. “A vida de um estudante tem tanto valor quanto a de um político”, diz o texto, com a inscrição “Escola não é laboratório”. A mensagem, encaminhada num quadro pelas redes sociais, cobra ainda a retomada das sessões presenciais no Parlamento e nas assembleias legislativas. E completa: “Se os políticos acham que nas escolas não há risco de contaminação por coronavírus, que deem o exemplo, voltem primeiro”.
Vale lembrar/ A decisão de volta às aulas presenciais não foi obra dos parlamentos, e sim de governadores e prefeitos. O Judiciário, que confirmou parte das decisões dos executivos estaduais e municipais, continua no trabalho remoto.
CB.PODER/ O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, é o entrevistado de hoje. Não perca, 13h20, ao vivo na TV Brasília e redes sociais do Correio Braziliense.
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