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Sem pedido, sem ministério

Henrique está só
Em conversas reservadas, ministros e aliados da presidente Dilma Rousseff afirmam que Henrique Eduardo Alves ainda não virou ministro porque, oficialmente, o que tem chegado aos ouvidos da presidente é que o PMDB não quer cargos. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, repete insistentemente que não deseja vagas no governo. O mesmo dizem outros integrantes da bancada na Câmara, onde Henrique passou os últimos 40 anos. Os senadores também não se movimentam.

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No geral, é assim que a banda toca no governo: quem se descola às vezes recebe. Quem pede nem sempre tem preferência. Quando os interessados não se movimentam aí é que não sai nada mesmo. Se ninguém pedir por Henrique, ele não será ministro.

Não tem milagre…
Os petistas estão convencidos de que a recuperação do partido passa por três pilares: 1) Dilma governar de olho na recuperação da economia e delegar todo o resto; 2) Renovar o discurso partidário com prioridade à proteção do salário e da renda; 3) Evitar que Luiz Inácio Lula da Silva vá para o ralo com aqueles enroscados na Operação Lava-Jato. É por aí.
…Nem tucano
A aposta geral do partido de Lula, revelada apenas nas rodas mais fechadas, é a de que o PSDB não conseguirá ser o protagonista da eleição de 2018. Eles calculam que virá uma nova força, mais conservadora. Quem será ainda é uma incógnita para os lulistas.
BNDES na CPI
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, foi convocado para depor na CPI da Petrobras na semana que vem. A Comissão quer ouvi-lo sobre financiamentos a empresas ligadas à Sete Brasil e, ainda, sobre os pagamentos das empreiteiras. Há notícias de que está tudo em atraso.
Esquecidos
Os integrantes da CPI da Petrobras até agora não marcaram os depoimentos daqueles parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de receber dinheiro desviado pelo esquema da Lava-Jato. A ordem é esperar passar a onda de manifestações em 12 de abril.
Lembrados
A toada para esta semana será deixar o desgaste maior na conta do governo e do PT, com o depoimento de João Vaccari Neto e as pressões para que Erenice Guerra, ex-assessora de Dilma, seja convocada ao Congresso para explicar seus laços com o escândalo desvendado pela Operação Zelotes no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).
Semana nada santa
O saldo é estarrecedor: duas crianças vítimas de bala perdida, uma no Rio de Janeiro, outra em Jardim Paulista (PE). Nos arredores de Brasília, menina de 14 anos encontrada morta num matagal, com sinais de violência sexual. Isso para ficar apenas em alguns dos casos registrados. A insegurança está em toda parte. Os governos, não.
CURTIDAS   
Só?/ O líder do PSD no Senado, Omar Aziz (foto), do Amazonas, arrisca levar o prêmio sinceridade em audiências. Dia desses, ele foi ao ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, relatar a situação de calamidade em municípios afetados pelas cheias em seu estado e diante da disposição de Occhi em visitar as áreas afetadas “o mais breve possível”, Aziz foi direto: “Não, ministro. Visita para tirar fotografia a gente não precisa, não. O que eu quero é dinheiro”.
E no Planalto…/ A franqueza do senador não se limitou às reuniões com ministros e integrantes da bancada da Amazônia. Dia desses, numa reunião de líderes com a presidente Dilma Rousseff, ele se mostrou solidário às vésperas dos protestos de 15 de março: “Eu queria prestar minha solidariedade à senhora porque envolveram a senhora neste roubo na Petrobras, que é o maior roubo da história do Brasil”. Foi aquele silêncio, todos olhando para Dilma, que deu aquela arregalada nos olhos.
WhatsApp & decoro/ Desavisados, alguns deputados do PMDB tomaram um susto ao verem o deputado Newton Cardoso Júnior quebrando uma garrafa no braço do colega Laudívio Carvalho, também do PMDB. A garrafa era cenográfica. Os parlamentares estavam no Projac, um dos maiores centros de produção audiovisual do país.
Contra fluxo/ O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, passou o feriado em Miami. Alguns aliados dele, do tipo que perdem o amigo, mas jamais uma piada, brincavam: “Sabe como é… Dólar alto… Pelo menos, lá ele escapa das vaias do movimento gay!”

Feliz Páscoa a todos!

Denise Rothenburg

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