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Segura a língua, general

Numa reunião a portas fechadas num hotel em São Paulo, os bolsonaristas fecharam várias estratégias para esta reta final de primeiro turno. A primeira delas é dar ao candidato a vice, general Hamilton Mourão, um discurso lastreado no modelo de controle civil do país nos últimos 30 anos e que essa receita não será alterada. Até aqui, avaliam os aliados de Jair Bolsonaro, o discurso de Mourão é considerado um entrave à campanha. Ontem, por exemplo, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, bateu duro na declaração em que o general se referiu a famílias chefiadas por mães e avós como “fábricas de desajustados”. “Isso é uma ofensa às mães que criam seus filhos com dificuldade, com sacrifício, às vezes dois, três filhos, sozinhas. Às avós, que são verdadeiras heroínas. É lamentável esse tipo de declaração”, afirmou o tucano.

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Paralelamente às falas de Mourão, os bolsonaristas preparam o discurso para o segundo turno, quando os temas econômicos estarão mais visíveis. A ideia é levar a campanha do candidato para o centro, abusar das expressões “liberal-democrata” e defender a economia de mercado como pilar do resgate da dívida social. A ordem é destacar a expressão “resgate da dívida social”. Afinal, dizem aliados do capitão reformado, quem quer vencer tem de caminhar para o centro.

Fácil & difícil
Os estrategistas de Jair Bolsonaro concluíram que, enquanto a campanha estiver voltada para o anti-Lula, o candidato deles nada de braçada. Quando chega a hora de discutir política pública, a equipe e o próprio candidato escorregam. Nesse ponto, conforme a coluna já escreveu há alguns dias, seus estrategistas consideram que o candidato terminou preservado.

Fácil agora, difícil
no segundo turno
Para alívio do candidato, esses estrategistas consultaram especialistas em pesquisas, que lhes garantiram que, a esta altura do campeonato, o capítulo política pública só será explorado no segundo turno.

Santo de casa
Os coordenadores políticos da campanha do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, estão convictos de que a melhor forma de o candidato tentar ganhar fôlego nesta reta final é reconquistando os votos dos paulistas e paulistanos e apostando forte ainda em Minas Gerais. Se não for por aí, adeus.

Precauções jurídicas
Autoridades do governo de Michel Temer começaram a consultar medalhões da advocacia para saber o que o futuro lhes reserva em 2019. O cenário não é nada bom. Seja para o presidente, seja para os ministros. Ninguém, entretanto, pensa em sair do país em 1º de janeiro.

Por falar em Temer…
Em São Paulo, os adversários do candidato do MDB ao governo, Paulo Skaf, passaram a massificar a mensagem de que o emedebista é o candidato de Temer. É uma tentativa de desgastar Skaf e deixar que ele chegue enfraquecido ao segundo turno.

Companheiros I/ No voo que o levou para São Paulo, ontem no fim da manhã, a fim de participar de reuniões de coordenação da campanha de Bolsonaro, o general Augusto Heleno (foto) sentou-se ao lado de um padre francês. Lá pelas tantas, entra o tema eleição, e o padre pergunta em quem
o general votaria para presidente. Na hora, o general conta que pensou: “Pronto, vou dizer que voto no Bolsonaro, e o padre vai se benzer”.

Companheiros II/ A preocupação
do general não durou 10 segundos. Ao ouvir que Heleno votaria em Bolsonaro, eis que o padre sorri e diz: “Ah, sou amigo da Marie Le Pen”. O general suspirou aliviado.

Eu sou legal!/ O candidato do PT, Fernando Haddad, sentiu o desgaste no fim de semana em que o governador de Minas, Fernando Pimentel, mencionou o indulto a Lula como o primeiro ato de governo do postulante petista a presidente da República. Por isso, disse, com todas as letras, que não dará a liberdade ao ex-presidente e respeitará a decisão da Justiça.

Eu sou legal II!/ A avaliação é de que os votos do PT, com ou sem indulto, Haddad terá. Ele quer agora é conquistar aqueles eleitores que votam em candidatos de centro, porém, rejeitam totalmente Jair Bolsonaro.

Denise Rothenburg

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