A dificuldade de o presidente Jair Bolsonaro fazer valer seu discurso diante da maioria da população, e a queda de popularidade detectada nas pesquisas desta semana, já levaram assessores palacianos ao diagnóstico de que, a preços de hoje, o capitão sairá da crise do novo coronavírus politicamente menor do que entrou. “O perigo é de que o presidente tenderá a se atirar de cabeça na sua zona de conforto, acirrando os ânimos de suas bases mais fiéis, o que, para a sociedade como um todo, significará mais tensão, conflito, incerteza e instabilidade, em meio a uma aguda recessão econômica”, prevê o relatório que o cientista político Paulo Kramer preparou para os palacianos.
Outras avaliações que chegam ao Planalto alertam ainda para a necessidade de o grupo mais fiel ao presidente não confundir os 57 milhões que elegeram Bolsonaro com o bolsonarismo. Desse total, parte expressiva votou nele por causa do desejo de derrotar o PT. Agora, diante da pandemia e das posições do presidente, esses grupos começam a se separar.
Bolsonaro pode até recuperar seus eleitores, a depender do comportamento diante da crise. Se permanecer na linha do conflito, a tendência é consolidar a separação entre antipetismo e bolsonarismo. Se quiser unir novamente esses grupos, terá que colar sua imagem à da equipe do Ministério da Saúde, que está com a aprovação anos-luz à frente do presidente.
As últimas declarações públicas de Luiz Henrique Mandetta foram bem recebidas pelo presidente, em especial as que colocaram as ações de combate ao novo coronavírus como obra do governo Bolsonaro. De quebra, o presidente também gostou do fato de o ministro da Saúde dizer que estava ali porque o capitão o escolheu e deu liberdade para que montasse a equipe.
O receio da turma do deixa disso é que o gabinete do ódio volte a encher os ouvidos de Bolsonaro, na semana que vem. Afinal, ninguém esqueceu o que o presidente disse a apoiadores, na porta do Alvorada: se o isolamento social não terminar, ele tomará providências.
Terminada a entrevista do ministro da Saúde no Planalto, a hashtag #ForaMandetta bombava no Twitter. Parte do material foi monitorado por integrantes da CPMI das Fake News para tentar detectar robôs destinados a esse trabalho. No final do dia, entretanto, defensores de Mandetta começaram a usar a mesma hashtag, de forma a embaralhar o jogo.
A prorrogação da CPMI das Fake News é o primeiro reflexo no sentido de preparação do terreno minado que o governo enfrentará no Congresso, depois que a pandemia da Covid-19 passar. O governo tentou evitar, mas não foi atendido. Ali, tem prevalecido a máxima de que o que for “pelo bem do país” será feito. O que for apenas pelo bem de Bolsonaro, nem tanto.
Onde mora o perigo/ Se as quadrilhas já estavam atrás das pessoas para tentar aplicar golpes nos trabalhadores, por causa do auxílio emergencial de R$ 600 às pessoas carentes, o receio agora vai no sentido inverso. É o de que essa mesma bandidagem tente fraudar e vir com trabalhadores fantasmas. Todo cuidado é pouco.
Onde mora o outro perigo/ Esses cuidados não podem ser dispensados, mas o Poder Executivo está de olho também nas cobranças dos opositores, dia e noite, com a hashtag #pagalogo.
Livre do coronavírus/ A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fez um novo teste de coronavírus, ontem. Foi o segundo desde que a pandemia começou. Deu negativo. Ela tem trabalhado todos os dias, inclusive nos fins de semana, acompanhando de perto o abastecimento.
Apelo aos católicos/ Depois do encontro de Bolsonaro, na porta do Alvorada, com pastores evangélicos, os grupos bolsonaristas de WhatsApp ligados aos católicos replicaram, como se fosse recente, uma foto do presidente rezando na Catedral de Brasília. A imagem é de 5 janeiro deste ano.
Apelo aos católicos II/ A iniciativa dos apoiadores do presidente é no sentido de tentar recuperar terreno entre os mais religiosos nessa temporada de Quaresma.
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