Da Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg
A prisão do general Walter Braga Netto dividiu o PL. Um segmento age como se a legenda não tivesse nada a ver com isso e trata de manter distância regulamentar do suposto planejamento de golpe de Estado investigado pela Polícia Federal (PF).
Outro segmento, mais próximo do ex-presidente e grato a ele pela projeção política, quer que a legenda se dedique, dia e noite, a dizer que tudo não passa de uma armação para sufocar os conservadores politicamente. Essa é a posição, por exemplo, da líder da minoria na Câmara dos Deputados,
Bia Kicis (PL-DF).
Mas num ponto todos concordam: Bolsonaro é o maior cabo eleitoral do partido e necessário nos palanques de 2026.
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Se no PT a maior preocupação, hoje, é a saúde do presidente Lula, no PL a apreensão se dá pelo que alguns chamam de “capacidade respiratória eleitoral” de seu maior ativo — Bolsonaro. O fato de estar inelegível pesa, mas não acaba com o PL, porque o ex-presidente sempre poderá fazer o papel de vítima nos eventos partidários pelo Brasil.
Agora, se Bolsonaro for preso, a situação se complica. Isso porque, para alguns integrantes do partido, enfraquece a tese — que os bolsonaristas tentam empreender — de que o ex-presidente não teve qualquer participação nos episódios. Inclusive, viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022.
Depois da guerra pelas emendas parlamentares, as indicações para as agências reguladoras prometem ser o grande embate entre os poderes Executivo e Legislativo. Hoje, são 15 vagas disponíveis nas instituições. Até o final do mês, serão 18. E esse número vai subir para 20 até
o início do próximo ano.
As dificuldades em fechar as indicações das agências, e votar as que já foram feitas, se deve à mudança de “padrinhos”. No governo Bolsonaro, os ministros indicavam a metade das vagas das 11 agências e o Congresso ficava com a outra metade. O governo Lula quis mudar isso. O Poder Executivo indicaria 70% das vagas e os congressistas, 30%. Não colou.
Até aqui, o governo tenta resolver a conta-gotas. Aceitou a indicação do senador Eduardo Braga (MDB-AM) para uma vaga na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outra do senador Otto Alencar (PSD-BA) na Agência Nacional de Petróleo (ANP). É um meio-acordo. E não resolveu tudo. Se não repassar metade das 20 vagas, a briga vai continuar.
Com a volta de Lula a Brasília, até o final desta semana, alguns apostam que ele mudará a comunicação do Planalto. Porém, o secretário de Comunicação do governo, Paulo Pimenta, tem dito a amigos que ficará no cargo até março, na semana do carnaval.
Enquanto isso, em São Luís…/ O presidente do PL, Valdemar Costa Neto (foto), soube da prisão do general Braga Netto ao desembarcar na capital do Maranhão. “Não tenho nem o que comentar. Preciso primeiro ver os autos”, disse à coluna.
… cautela e canja de galinha/ A preocupação, agora, é organizar o partido, seus prefeitos e vereadores eleitos. Afinal, é deles que o PL pretende tirar forças para construir uma grande bancada
em 2026.
Ironia do destino/ Na quinta-feira, a PF iria cumprir o mandado de prisão do general Braga Netto, mas ele estava em Maceió com os netos. Na sexta-feira, era o dia do AI-5 e poderia parecer revanche. O sábado pareceu o melhor momento. Justamente, data do aniversário da ex-presidente Dilma Rousseff.
Da deputada Bia Kicis (PL-DF), indignada com a prisão do general Braga Netto e certa de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quer prender Jair Bolsonaro.
Os políticos do PL ainda estão tentando entender a prisão do general…
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