Pizzaria em construção
Decidido a entregar a relatoria da CPI da Petrobras ao PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem dito a aliados que a intenção se baseia na seguinte tese: esse assunto é problema e, no caso, se vier desgaste, ficará para o PT. Dentro do PMDB e de outros partidos do blocão que elegeu o peemedebista para comandar a Casa, há, entretanto, apenas uma certeza: dar a relatoria ao PT vai soar como a reabertura da “pizzaria” que foi a CPI da legistura passada, aquela que não deu em nada.
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A aposta geral é a de que a entrega da relatoria ao PT, se confirmada, levará Eduardo Cunha a começar a queimar a popularidade alcançada com as primeiras semanas de trabalho, em que a Câmara funcionou a pleno vapor. E, numa atividade feita de gestos, como é o caso da política, há muita gente com receio de que prevaleça a versão de proteger o PT.
Toma que o filho é teu
Sondados por ministros palacianos sobre quem poderia assumir o cargo de líder do governo no Senado, os integrantes da cúpula do PMDB recusaram a oferta. É que todos preveem tempos sombrios e muito desgaste para quem ficar com a função. No caso, vai sobrar para o PT. A conversação geral é a seguinte: quem tem os ministérios “de ponta”, que dialogam com os prefeitos, é que deve ser a voz governista entre os senadores.
Promessas & dívidas
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), terá dificuldades em conciliar o cumprimento das promessas de campanha com a perspectiva de união da bancada. Um dos problemas é a Comissão de Seguridade Social, que a bancada do Sul do país estava disposta a entregar a Darcísio Perondi (PMDB-RS) como forma de apaziguar os sulistas que votaram em Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) para líder. Ocorre que o cargo foi prometido aos integrantes do PMDB de Minas Gerais, que tem o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe para ocupar o posto.
Ministérios, só de ponta
Aliados do governo seguem para a reunião de terça-feira no Planalto dispostos a deixar claro que não dá para o Congresso ficar com o ônus político das medidas econômicas propostas pelo governo, a sociedade arcar com o corte econômico, via aumento de impostos, e, nesse quadro, o Poder Executivo continuar intacto, com 39 ministérios. Vem pressão para que Dilma reduza esse festival de cargos no primeiro escalão e redistribua o “filé”, que está, em grande parte, com os petistas.
Lá e cá
A oposição não tem mais dúvidas de que não terá acordão que segure as investigações da Lava-Jato. É que o mensalão foi um caso local, envolvendo agências de publicidade, partidos e políticos com assento no governo. O petrolão é internacional. Envolve a maior empresa estatal e está sob lupa no Brasil, na Suíça, na Holanda e nos Estados Unidos. Não há mais como não investigar. Nem que seja para não passar vexame perante as apurações no exterior.
“Vaccari é o Delúbio revisto e ampliado”
Do deputado Marcus Pestana (foto), do PSDB de Minas, comparando o atual tesoureiro do PT com o antecessor, fisgado no mensalão
Prefeitos turbinados…/ Eduardo Paes (PMDB), no Rio, e ACM Neto (DEM), em Salvador, aproveitaram para testar a popularidade nesse carnaval e obtiveram bons resultados. Neto, por exemplo, apareceu mais do que o Rei Momo. Ambos são apostas para o futuro, seja em que partido estiverem.
…E em movimento/ A diferença entre eles é o estágio para o próximo passo. Eduardo Paes surge como aposta para o governo estadual em 2018 ou a Presidência da República. ACM Neto, embora ainda se mantenha discretíssimo sobre o tema, concorrerá à reeleição em 2016.
Presidente reclusa/ Em temporada de campanha, a presidente Dilma Rousseff sempre dava o ar da graça no camarote do governador da Bahia, ou mesmo no sambódromo. Em 2010, posou com Madonna e o então governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Desta vez, ficou quietinha. Sinal de que o ano não está para folia.
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