Categorias: Política

Perfil “lavajatista” trava indicação de Mendonça e abre espaço para Aras

A preços de hoje, o ex-advogado geral da União e ex-ministro da Justiça André Mendonça pode começar a se preparar para um derrota no Senado. E nem é pelo fato de ser um nome “terrivelmente evangélico”. É que, se tem algo hoje que une muitos senadores é a ojeriza à Lava Jato. Uma parte não gosta de quem defende a operação comandada por Sérgio Moro porque expôs correligionários. Outro segmento não gosta porque considera que os atores que comandaram a investigação criminalizaram a política como um todo. E o apoio de Mendonça à operação __ e o receio de um defensor desse ecossistema lavajatista no Supremo Tribunal Federal __  já lhe tirou muitos votos nesse período em que os senadores começam a frequentar mais as rodas de conversa e a trocar ideias sobre o futuro.

Diante dessas dificuldades, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem segurado a análise do nome de André Mendonça, numa manobra para ver se consegue levar o presidente Jair Bolsonaro a fazer a substituição pelo nome de Augusto Aras, que já teve o nome aprovado para mais um mandato à frente da Procuradoria Geral da República.  Em conversas reservadas, senadores têm dito que Bolsonaro já se comprometeu a, em caso da recusa do nome de André Mendonça, enviar o nome de Aras para ministro do STF, onde o procurador tem a simpatia, por exemplo, de Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Alcolumbre, porém, só vai colocar o nome de André Mendonça para votação na CCJ depois que o presidente Jair Bolsonaro confirmar a recondução de Aras ao cargo de Procurador Geral da República, com a publicação no Diário Oficial da União. Assim, Aras terá um porto seguro à espera de que Bolsonaro o indique para o STF.

Só tem um probleminha: O segmento evangélico, do qual Bolsonaro precisa cada vez mais para garantir lastro eleitoral no ano que vem, pretende manter um nome para chamar de seu, caso André Mendonça seja mesmo recusado pelo Senado. A pressão vai ser grande, seja do grupo aliado a Aras, seja dos evangélicos para que Bolsonaro indique outro nome.

Denise Rothenburg

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