Cresce entre os parlamentares a ideia de que a manutenção dos sistemas de Previdência estaduais no texto da reforma não combina com o modelo de capitalização proposto pelo governo. Isso porque não garante uma renda àqueles que recebem valores mais modestos, até dois salários mínimos, por exemplo. Além disso, já se sabe que o custo de transição do sistema de repartição para o de capitalização é alto e, até aqui, os estados não disseram se vão arcar, cada um, com essa fatura ou se vão deixar a conta para o governo federal. Diante das dificuldades nas contas dos estados, alguns governadores não terão meios de garantir os recursos dessa passagem. Logo, avisam as excelências, mantida a Previdência dos estados no projeto da reforma, não dá para permanecer com a capitalização.
O fato de a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ter entrado na convocação da greve geral contra a reforma da Previdência colocou o partido sob foco. Afinal, nas hostes governistas, a greve é vista mais como uma prova para verificar a capacidade de mobilização dos sindicatos do que um movimento capaz de medir o nível de apoio da população às mudanças no sistema de aposentadorias.
Muitas autoridades do governo consideram que o presidente Jair Bolsonaro perdeu tempo por não ter aprovado a reforma previdenciária antes da posse, ainda que fosse o texto do governo de Michel Temer. Assim, poderia avançar agora com a capitalização. Ao que tudo indica, terá mesmo de se contentar com idade mínima.
Ok, a reforma da Previdência ainda não chegou ao ponto de votação e, esta semana, terá o crédito sumplementar de R$ 248,9 bilhões na roda. Mas, no geral, a avaliação é de que a estratégia de Bolsonaro em relação ao Congresso até aqui não deu tão errado como era de se supor. Os projetos caminham, e o Parlamento faz
o seu papel.
Quem acompanha tudo por dentro acredita que o único risco no momento é o presidente ficar incomodado com o protagonismo do Congresso. Até aqui, quando se incomodou, foi buscar apoio nas ruas.
“Contingenciar, cortar, reduzir, não importa a denominação. É um sinal de um retrocesso civilizatório para a educação e triste para o futuro do nosso país”
Da deputada Flávia Arruda (PL-DF),engrossando a lista daqueles que veem essa área estratégica em descompasso total.
Outros tempos I/ A decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de cancelar a sessão em homenagem ao Dia Mundial de Jerusalém, requerida pelo deputado Evandro Roman (PSD-PR), foi um pedido do PSL e evitou que o plenário se transformasse numa arena.
Outros tempos II/ O Dia Mundial de Jerusalém é comemorado nos territórios palestinos com queima de bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Informados da sessão, deputados evangélicos e do PSL, ligados a Israel, entraram no circuito e criaram um alvoroço nos bastidores.
Outros tempos III/ Os pesselistas telefonaram, primeiro para o deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA), e pediram que ele conversassse com o seu colega de partido e o convencesse a desistir da sessão. Roman fincou o pé. Foi aí que apelaram a Maia, e a sessão terminou cancelada.
Outros tempos IV/ Em 14 de junho de 2018, o mesmo Evandro Roman presidiu uma sessão idêntica sem estresse por parte dos deputados simpáticos a Israel. Agora, os bolsonaristas planejavam cerrar fileiras para protestar no plenário neste 12 de junho. No ano passado, o presidente Rodrigo Maia enviou, inclusive, um discurso pregando a paz e o diálogo. Desta vez, não teve conversa. O presidente não quer só pregar a paz. Quer paz na Casa.
Ética em segundo plano/ Até aqui, nada do Conselho de Ética do Senado.
Colaborou Rodolfo Costa
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