Os obstáculos e a força de cada um rumo a 2018

Passadas as eleições municipais, o país parte para a propalada reforma da Previdência e medidas para promover a criação de empregos, no campo minado da economia, enquanto 2018 surge no horizonte dos partidos. Eleitoralmente falando, 2016 termina com alguns personagens “se achando” e outros obrigados a colocar nas promessas para o ano vindouro recuperar terreno. A base de Michel Temer se saiu bem, porém, precisa passar pelas reformas e recuperar a economia para conseguir se manter no poder daqui a dois anos. Inclua-se aí o PSDB, grande vencedor dessa temporada e dividido no quesito pré-candidatos a presidente da República.

Os tucanos já haviam apresentado um bom desempenho no primeiro turno e agora arremataram quase tudo que disputaram nesse segundo turno. Belo Horizonte, capital das Minas Gerais de Aécio Neves ficou fora dessa conta, o que pode levar Aécio ao time dos que prometem melhorar no ano que vem. Porém, enquanto presidente nacional do PSDB, ele tem o que comemorar e faturar.

Entre aqueles que começam bem do ponto de vista eleitoral está Geraldo Alckmin. O candidato dele, João Dória, venceu na primeira rodada entre os paulistanos e ontem varreu o PT do chamado cinturão vermelho da Grande São Paulo. O PSDB venceu em Santo André e em São Bernardo, tradicionais redutos petistas, e o PSB arrematou Guarulhos. O PSDB sai forte e o PMDB, se quiser algum sucesso, terá que cuidar de preservar os tucanos ao seu lado. E o PT tem que torcer para que nada dê certo para os adversários.

Climão de disputa
NO WhatsApp de tucanos paulistas ligados a Geraldo Alckmin circulou a foto de Aécio Neves com cara de descrença ao lado de João Leite em Belo Horizonte. Há quem jure que Alckmin curtiu essa imagem tanto quanto a vitória de seus candidatos nos municípios paulistas.

PSB no pêndulo
Sem um nome forte para 2018, o PSB do falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos, desponta como um potencial aliado dos tucanos. Será importante observar o jogo entre o vice-governador de São Paulo, Márcio França, empenhado no projeto de Geraldo Alckmin, e o prefeito reeleito de Recife, Geraldo Júlio, mais afeito ao senador Aécio Neves, de quem Geraldo Júlio se aproximou no segundo turno em 2014.

E a família se dividiu…
A derrota do irmão de Eduardo Campos, Antonio Campos, para prefeito de Olinda foi vista com um alívio na base do PSB de pernambuco. A candidatura tinha o apoio da ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, mas constrangeu os socialistas por causa do PCdoB, que há tempos administrava a cidade. Com a disputa, o Solidariedade levou a melhor e vai governar a histórica cidade pernambucana.

PT no mar dos incertos
2016 é um ano que o PT deseja esquecer. Nada deu certo e a fumaça que sufoca seus planos não se dissipou. A única cidade desse segundo turno que o PT quase chegou lá foi Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O partido agora buscará a renovação e isso pode inclusive significar Lula fora da disputa de 2018 mesmo se escapar da Lava Jato.

Sempre governo
Chamou a atenção o desempenho do PR e do PP nessa eleição. Enroscados na Lava Jato e com dirigentes que passaram pela prisão, ambos cresceram em número de prefeitos. Ambos são ex-aliados de Dilma Rousseff assim como o PSD e o PDT, outros que ampliaram o espaço em número de prefeituras

Por falar em PDT…
Ciro Gomes comemorou a vitória de Roberto Cláudio como se fosse a chancela do eleitorado de Fortaleza à sua candidatura à Presidência da República. Tudo porque, dias antes, Ciro afirmou que, se o prefeito não se reelegesse, sua participação corrida presidencial em 2018 estaria comprometida.

E o Cristovam, hein?
Com tanta gente querendo tirar casquinha da eleição municipal, há quem diga que o senador Cristovam Buarque também tem o que comemorar, embora não tenha eleição em Brasília. Ele percorreu várias cidades ajudando os candidatos do PPS.

Denise Rothenburg

Compartilhe
Publicado por
Denise Rothenburg

Posts recentes

Queda de braço na segurança pública

Coluna Brasília/DF, publicada em 13 de abril de 2024, por Carlos Alexandre de Souza com…

1 dia atrás

O show do “Desunião Brasil”

Coluna Brasília/DF, publicada em 12 de abril de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

2 dias atrás

O governo, a anistia e o União

Coluna Brasília/DF, publicada em 11 de abril de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

4 dias atrás

A saia justa do União Brasil

Coluna Brasília/DF, publicada em 10 de abril de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

5 dias atrás

Por enquanto, sem espaço para anistia

Coluna Brasília/DF, publicada em 9 de abril de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito…

6 dias atrás

O cálculo de Motta com o Judiciário

Coluna Brasília/DF, publicada em 8 de abril de 2024, por Carlos Alexandre de Souza com…

7 dias atrás