O pacote é do PT
Na reunião da bancada do PMDB da próxima terça-feira virão algumas bombas estrategicamente colocadas para explodirem no colo dos petistas. A primeira se refere às medidas provisórias 664 e 665, ambas do ajuste fiscal que renderá R$ 18 bilhões. A ideia do PMDB é dispensar as relatorias e repassá-las ao PT, sob o argumento das ligações do partido com as bases sindicais. Nos bastidores, entretanto, é o momento de fazer o partido de Dilma sangrar entre a própria base e a necessidade do ajuste.
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A outra bomba em preparação na bancada será uma posição pela derrubada do veto à correção da tabela do Imposto de Renda. Embora o governo esteja fechando um acordo pela manutenção do veto, ainda não combinou com a raia miúda. Por último, virá a insistência para que o líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) escolha a relatoria da CPI da Petrobras e deixe a presidência para os petistas.
Por falar em Picciani…
A briga pela relatoria da CPI será o teste do novo líder. Se ele não defender o que for fechado por seus liderados e se ater apenas ao que deseja o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ficará difícil unir o colegiado e ainda ganhará a indelével marca de marionete.
Nem adianta
Os assessores palacianos recomendam cautela a deputados e senadores que planejam correr ao Planalto para saber das indicações aos cargos de segundo escalão. Dilma está decidida a só tratar de indicações políticas depois de divulgados os nomes envolvidos na Operação Lava-Jato. Há quem tenha dito a ela que as águas de março vão tirar muitos da lista.
Tempero completo
Como se não bastassem as investigações da Petrobras, vêm aí a lista do HSBC e as suspeitas de contas milionárias do banco usadas para lavagem de dinheiro na Suíça. O deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho, chegou mais cedo do carnaval só para colocar esse tema na avenida da política e pedir oficialmente a listagem dos correntistas. São cerca de 8,7 mil contas. Se ele vai conseguir a lista, não se sabe, mas que vai dar samba, ah, isso vai.
Fila móvel
Diante da polêmica envolvendo o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, e suas audiências com advogados de empresários presos na Lava-Jato, há deputados dispostos a pressionar pela troca de lugar na fila de ministros convidados a falar na Câmara. Em vez de Eduardo Braga, Cardozo encabeçaria a lista. O difícil vai ser “colar”. É que esse assunto vem sendo tratado intramuros como “flor do recesso”, ou seja, aquele tema que, passado o feriadão, termina reduzido a um comentariozinho aqui e outro ali.
Discurso & prática
Está difícil os políticos acreditarem numa mudança de atitude da presidente Dilma Rousseff no quesito diálogo com a classe. Muitos consideram que se ela desejasse de coração se reaproximar do PMDB, poderia ter começado chamando o vice-presidente Michel Temer para as reuniões de coordenação do governo. A primeira pós-carnaval, na quarta-feira de Cinzas, contou com os mesmos de sempre.
Sempre ele/ Se depender de José Dirceu (foto), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não terá muita paz nem tampouco apoio em reuniões com os petistas. Em seu blog, Dirceu colocava ontem em letras garrafais que a política anunciada por Levy vai na contramão do mundo.
Dois a um/ Dos três senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque e José Antonio Reguffe encabeçaram a lista de assinaturas para uma nova CPI Mista da Petrobras. Hélio José, do PSD, não apoiou a CPI. Este ano, a investigação parlamentar será exclusiva dos deputados, que o governo considera mais fácil controlar. Conversa. Ali, até Eduardo Cunha perde de vez em quando.
Intacto/ Na bolsa de apostas para mudanças de segundo escalão, ontem saíram o BNDES e seu presidente, Luciano Coutinho. Sabe como é, em tempos de possíveis CPIs e holofotes no banco, melhor não mexer nesse time que, segundo a presidente, está ganhando.
Primeira troca/ As mudanças anunciadas na TV Câmara começaram antes de o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltar do recesso. O jornalista Antonio Vital deixou a direção de jornalismo da Casa.
Por falar em tevê…/ O aumento das tarifas de água e de luz pegou forte no imaginário da população. Não há um programa com a participação de telespectadores em que o tema não seja mencionado em perguntas dos cidadãos.
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