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O “suplente” presidencial

Com Lula preso, Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) combinaram de percorrer o país juntos em campanha, como se a chapa fosse formada pelos dois. Assim, diante de uma campanha curta e com a perspectiva de a Justiça logo ali na frente impugnar a candidatura do ex-presidente, já estará consolidada a parceria. Conforme a coluna divulgou há mais de um mês, os petistas já contam com uma derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda acreditam na possibilidade de o ex-presidente conseguir a candidatura por liminar do Supremo Tribunal Federal, a depender de quem for o relator.
No caso de Lula conseguir uma liminar, Haddad renunciará a vice e Manuela assumirá. Na hipótese de Lula ser impugnado, Haddad passa à cabeça de chapa e Manuela, à vaga de vice. Na prática, Haddad está na chapa para substituir Lula e a vice é Manuela. Como o PT não queria abrir mão da cabeça de chapa de modo algum, Lula inventou a suplência da candidatura presidencial.

O medo do PT e do PCdoB
Nas reuniões mais fechadas do último fim de semana, os petistas avaliaram que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ganhou terreno demais nesses últimos dias, embora as pesquisas divulgadas e registradas ainda não tenham detectado. Com muito jeito, aliados de Alckmin uniram forças em estados importantes, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Por isso, a hora é de se preparar para enfrentar o tucano e não mais o ex-capitão Jair Bolsonaro, do PSL.

A volta de Delcídio
Ex-líder do governo Dilma acusado de tramar a fuga de Nestor Cerveró do país e inocentado, depois, pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-senador Delcídio do Amaral será candidato ao Senado pelo PTC de Mato Grosso do Sul.

Sem estresse
Delcídio não terá problemas com seus colegas de partido. O senador Fernando Collor votou a favor da revogação da prisão em novembro de 2015. E o candidato a presidente da República apoiado pelo PTC, Álvaro Dias, não compareceu à sessão.

O pulo de Adalclever
O MDB tem lá seus motivos para insistir na chapa de Márcio Lacerda ao governo de Minas Gerais. É que não existe hoje uma vaga ao Senado à sua disposição, nem no PT, tampouco no PSDB. Além disso, se der errado, terão o ex-prefeito fazendo campanha para Adalclever Lopes na cabeça de chapa. Se brincar, ainda terão a foto de Márcio na urna eletrônica.

Mal-estar na Câmara/ Candidato a presidente da República pelo Patriotas, o deputado Cabo Daciolo (foto) vai ter que se explicar à Mesa Diretora da Câmara. No discurso de lançamento da candidatura, o pastor mandou ver contra o Congresso: “Tem exceções? Poucas. Aquilo ali é uma quadrilha. Não votam pauta nenhuma para o povo, só medida provisória e para banqueiros, maiores vilões e bandidos da Nação”.

Foi ele!/ Muitos, ontem, atribuíam a José Dirceu as dificuldades de fechar a chapa. É que o ex-ministro não queria o ex-prefeito Fernando Haddad no topo da cena política com o nome do PT.

Numerologia/ Os candidatos do PSL ao Senado estão meio constrangidos por causa dos três números da candidatura. Ninguém quer ser o 171, popularmente conhecido como o número dos estelionatários.

Mulheres na campanha/ Depois do impeachment de Dilma, muitos diziam que as mulheres não teriam mais chances numa eleição presidencial. Porém, há duas candidatas, Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU). E cinco vices: Ana Amélia Lemos, de Geraldo Alckmin (PSDB); Kátia Abreu, de Ciro Gomes (PDT); Sônia Guajajara, de Guilherme Boulos (PSol); Suelene Balduíno, de Cabo Daciolo (Patriotas).
A quinta é Manuela D’Ávila,
que será incluída na chapa petista
mais à frente.

Denise Rothenburg

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