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O negociador Paulo Guedes se queimou no Senado

A notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixa seu dinheiro lá fora, numa offshore ativa nas Ilhas Virgens Britânicas, caiu como uma dinamite nas negociações para aprovar a PEC da reforma do Imposto de Renda. Os senadores começam a pensar que não dá para o ministro proteger o próprio dinheiro num paraíso fiscal e taxar justamente os lucros e dividendos daqueles que mantêm seus recursos por aqui, tentando ajudar a recuperação da economia e a geração de empregos.
Conforme o leitor já sabe, Guedes vem sendo atacado pela seara política há tempos, porque os aliados do governo estão cada vez mais impacientes com as dificuldades na economia e a falta de perspectiva para um milagre econômico no período eleitoral. Agora, esses ataques vão aumentar e vai ter muita gente dizendo que o ministro perdeu o verniz para negociar as reformas.

O nó da questão
Os políticos estão quebrando a cabeça para tentar descobrir se houve operações de mercado com os recursos depositados nas offshores de banqueiros reveladas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Sem esse detalhamento, fica difícil saber se há alguma irregularidade.

Lá atrás
Nos tempos da Operação Lava-Jato, Sergio Moro conseguiu informações sobre as offshores de alguns enroscados no caso porque se tratava de suspeita de corrupção. Até aqui, não há nada que caracterize esses recursos como tal. Até porque a maioria declarou ao fisco.

Resumo da ópera

A manifestação do último 2 de outubro selou o que já se sabia: não haverá unidade na esquerda e nem na centro-esquerda. Assim como em 2018, o PT apostará na polarização contra o presidente Jair Bolsonaro porque acredita que, desta vez, sairá vitorioso num segundo turno.

Prévia do DF
Aliados de Bolsonaro não se mostram dispostos a fechar logo com o apoio à reeleição do governador Ibaneis Rocha. Querem, primeiro, que ele explique os lockdowns no início da pandemia. Naquele período, sem vacina, a maioria dos governadores e prefeitos optou por fechar tudo.

Melhor ficar/ A menos de uma semana da fusão DEM-PSL, ainda há dúvidas sobre o real tamanho que o partido terá. As apostas são as de que se Bolsonaro for para o PP, muitos bolsonaristas não conseguirão acompanhá-lo. Se optar pelo PTB, idem. O PSL tem recursos para financiar campanhas. Coisa que outros partidos não terão meios de oferecer a quem está chegando. Se houver acordo para o financiamento, muitos ficarão.

A data de Rodrigo/ Secretário de Projetos Especiais de São Paulo, o deputado licenciado Rodrigo Maia só definirá seu destino depois da prévia do PSDB. Se João Doria perder, o caminho deverá ser o PSD de Gilberto Kassab.

Eles não perdoam/ Quem passou pela prisão em Curitiba e no Complexo de Pinhais reza dia e noite para que Moro não seja candidato a qualquer mandato eletivo. Muitos não esquecem da humilhação a que foram submetidos. Alguns se sentiam como animais em um zoológico, expostos à visitação de estudantes de Direito.

E as redes, hein?/ Sinceramente? WhatsApp, Facebook e Instagram não fizeram muita falta. Há muito mais vida — e notícias! — fora dessas redes sociais.

Denise Rothenburg

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