Categorias: coluna Brasília-DF

O modelo é o da Petrobras

Os planos do presidente Michel Temer para o setor elétrico, no qual também há uma lupa da Lava-Jato, passam pelo mesmo molde adotado para a Petrobras. Para cada empresa, a ideia é buscar alguém com nome no mercado, de estatura técnica e gerencial, capaz de sanear o setor. As mudanças, porém, serão feitas devagar e com muito jeito, de forma a não criar muitos atritos e garantir boas escolhas, fundamentais em tudo na vida. Falta combinar com os partidos, ávidos por indicações, e com aquele ar de quem não aprendeu nada com Lava-Jato.

Candidato avinagrado
Ministros do governo Michel Temer se preparam para abortar a candidatura do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) à Presidência da Câmara. “Ele é um fator de desunião. E se não une a própria bancada, vai unir quem?”, pergunta um dos mais próximos ao presidente Temer.

Olha o Paulo Câmara…
A defesa que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, tem feito da candidatura de Márcio França ao governo de São Paulo é vista um movimento com vários reflexos. O visível aos leigos da política é Câmara se apresentar para o apoio a Geraldo Alckmin, caso o governador paulista seja mesmo candidato a presidente da República e apoie Márcio França para a reeleição. (Márcio FRança assume o comando do Palácio dos Bandeirantes, se Alckmin se licenciar).

…embaralhando o jogo
A leitura invisível a quem não é do ramo da política é outra. Sabe-se hoje que o PSDB de São Paulo, balaio de tantos iluminados, não admite ceder o governo local a um candidato de outro partido, ainda que seja França seja vice-governador. Sendo assim, Paulo Câmara já começa a construir o discurso para virar o leme do PSB a outra candidatura que não a de Alckmin. Leia-se Aécio Neves.

O desafio da hora
Em meio à reforma política, o desafio dos parlamentares é o financiamento da campanha. A Lava-Jato afugentou o empresariado, que hoje quer distância das campanhas políticas. O orçamento público não comporta mais essa despesa. E, para completar, o eleitor está tão avesso à política que não está disposto a dar seu suado dinheirinho para candidatos.

Outra reforma
A reforma da Previdência Social segue para o Congresso entre o primeiro e o segundo turno da votação da emenda do teto de gastos. A trabalhista, para tristeza do empresariado, irá apenas em 2017.

CURTIDAS

Vale lembrar/ Em tempo de imposição de limites a supersalários, circula pelo WhatsApp uma lista publicada no ano passado pelo Novo Jornal, do Rio Grande do Norte, com os 50 maiores vencimentos do estado. O topo era o de uma desembargadora, R$ 179 mil.

Vale o esforço/ Não por acaso, muitos juízes vêem a proposta do presidente do Senado, Renan Calheiros, como uma “vingança” ao Poder Judiciário. Razões à parte, pagar 179 mil de salário mensal quando há um teto de vencimentos na administração pública pode ser visto como abuso de autoridade.

Roteiro/ Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, têm traçado o caminho para tentar emplacar a reeleição do democrata. Em novembro, criar um clima. Em dezembro, levar o assunto à Comissão de Constituição e Justiça.

Tudo no livrinho/ Na Constituição brasileira cabe de tudo. Até o final deste ano, estará no texto constitucional um artigo para isentar os templos religiosos do pagamento de IPTU. Hoje, não pagam. Mas a ideia é prevenir. Se nesses tempos de crise, algum estado pensar em estabelecer essa cobrança, terá que mudar de novo o texto constitucional. Aí, nem Deus.

Denise Rothenburg

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