A luta de Lula
Que ministério que nada. O que o presidente Lula está disposto a discutir no momento é o tema Poder Judiciário. Por isso, reuniões intermináveis com advogados e juristas nos últimos dias. O debate que ele e o PT não enfrentaram no mensalão, quando viram a cúpula partidária na cadeia, o ex-presidente pretende fazer agora no petrolão. Sabe como é: pimenta nos olhos dos outros levou Lula a adiar o tema no passado, para não jogar luz sobre algo incômodo ao PT, especialmente, quando se tratava de temporada eleitoral. Entretanto, neste momento, em que ele próprio, Lula, entra no centro do debate e no risco da prisão, não dá mais para fugir. Ainda que seja um ano eleitoral, é aí que o ex-presidente pretende dispender sua energia.
A malemolência do PMDB
Diante das incertezas sobre o futuro, o PMDB vai ficar hoje com uma pizza metade calabresa, metade mussarela. A ideia de deixar os pedidos de rompimento com o governo para votação daqui a 30 dias é sinal de que o partido ainda não tem segurança sobre o fim do governo Dilma, tampouco confia nos tucanos para lhe ajudar a reorganizar a economia, caso venha o impeachment e Michel Temer assuma o poder. Afinal, todos têm seus planos para 2018.
Por que 30 dias?
Daqui a um mês, calculam os peemedebistas, haverá mais clareza a respeito das conversas deflagradas essa semana com o PSDB sobre as saídas para a crise. De mais a mais, qualquer atitude agora dividiria um partido que quer se mostrar unido para tentar convencer as demais forças políticas de que consegue tocar o barco, se houver um impeachment de Dilma.
Ele sabe
A outra variável que deixa o partido de Michel Temer no lusco-fusco entre governo e oposição é a Lava-Jato. Os peemedebistas estão inseguros sobre o que virá nas delações em curso. Embora Delcídio do Amaral tenha dito a amigos que não mencionou os peemedebistas, outros delatores o fizeram. Ontem mesmo houve mais um pedido de abertura de mais um inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Risco
Depois de uma nota de promotores e procuradores com críticas ao que chamam de “banalização da prisão preventiva”, acendeu-se um pisca-alerta nos partidos de oposição. Há quem esteja preocupado com a hipótese de Lula se transformar em vítima nesse contexto.
Dilma falante
A entrevista da presidente Dilma Rousseff ontem vai se repetir mais vezes. Ela gostou de falar e voltará a fazê-lo em breve.
CURTIDAS
Walter, o recolhido/ Pouco tem se ouvido do senador Walter Pinheiro (foto), do PT-BA, a respeito da crise política em plenário. Justifica-se: ele está a caminho do PSD do senador Otto Alencar (BA).
Sono difícil/ As olheiras de Dilma indicam que o batidão diário não está fácil, apesar das pedaladas matinais.
Por falar em pedaladas…/ Nos bastidores do Planalto, esse tema é visto como matéria vencida. Ou seja, na visão palaciana, não será por aí que se conseguirá o impeachment da presidente Dilma.
E o Beto Richa, hein?/ Com a abertura de inquérito para investigar o governador do Paraná, Beto Richa, que é do PSDB, os petistas se preparam para provocar os tucanos na semana que vem no embate congressual.
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