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Governo fecha o cerco ao PT

Se correr, 

o bicho pega

… Se ficar, ainda há alguma perspectiva de futuro. Nesse sentido, Dilma Rousseff, o presidente do PT, Rui Falcão, e o líder do governo, Delcídio Amaral, dedicam as próximas horas a convencer os petistas a adotarem a máxima que, ruim com o governo nessa situação, pior é não ter nem 2016 nem 2018. E é isso que vai ocorrer, caso os congressistas insistam em votar contra o pacote. A tática do terrorismo eleitoral futuro funcionou em 2003, quando Lula assumiu e fez um forte ajuste, inclusive com muitas deserções no PT.

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Agora, embora o partido não tenha a mesma popularidade daquele ano, a ideia é semelhante e não haverá conversa: ou o PT vota o ajuste logo e tenta virar a página da crise em busca de um tempo melhor, ou vai continuar sangrando. Se votar logo, ainda tem tempo de recuperar. Caso contrário, o desastre será inevitável. É por aí que o governo levará o dia de hoje no quesito ajuste fiscal.

Vai que é tua, Temer!

Pela segunda vez consecutiva, a presidente Dilma Rousseff vai faltar à Marcha dos Prefeitos. A marcha termina justamente no dia em que ela voltará do México. No governo, há quem diga que essa missão cabe agora ao vice Michel Temer, presidente em exercício nessa semana parlamentar e articulador político do Poder Executivo.

Deixa que eu deixo

A marcha, menos de uma semana depois de anunciados os cortes, era tudo o que o governo precisava para se desgastar ainda mais nesses dias de discussão do ajuste fiscal. O ajuste, aliás, é a justificativa que o presidente em exercício deu ontem para não colocar a marcha na agenda. Temer anda atarefadíssimo.

Por falar em ajuste e cortes…

A ausência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao anúncio dos cortes tinha sido combinada no Planalto como forma de preservá-lo para a votação do ajuste fiscal no Senado esta semana. O efeito, entretanto, foi o inverso. Passou a ideia de que ele estava ainda mais enfraquecido.

Prioridade

Com a reforma política em pauta, o governo espera ter algum tempo para negociar na Câmara o projeto que acaba com desoneração de impostos para vários setores. Esse é considerado o próximo ponto polêmico na pauta da Casa, uma vez que o mexe com o bolso dos doadores de campanhas políticas.

Crédito/ O comando peemedebista era só sorrisos ontem. É que o Superior Tribunal Eleitoral (TSE) decidiu devolver R$ 39 mil aos cofres do partido, depois de considerar que não houve aplicação irregular dos recursos.

Débito/ Aliados do governo não conseguem esconder a irritação com a frase dita pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), sobre o governo “ganhar de goleada” a votação do ajuste fiscal. O momento é de humildade.

Sem marola/ O governo não pretende mover um músculo em torno da reforma política. Diante de tanta confusão e divisão entre partidos aliados e o PT, e a perspectiva de fracasso de vários pontos da proposta, todos concordam que é melhor ganhar distância desse vespeiro.

Quem diria…/ Em 2013, quando das manifestações tomaram o país às vésperas da Copa das Confederações, Dilma investiu pesado numa proposta de reforma política. Agora, entretanto, tem tanto problema pela frente que esse assunto saiu da pauta do Poder Executivo.  

Denise Rothenburg

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