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Fundão de R$ 5,7 bilhões é sonho de sobrevivência de muitos parlamentares

Um fundão para poucos

O fundo partidário de R$ 5,7 bilhões aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias virou o sonho de sobrevivência de muitos parlamentares. É que alguns consideram que esse dinheiro, acoplado à instituição do Distritão, permitirá que boa parte dessa verba seja destinada às campanhas dos próprios deputados. O Distritão é o sistema pelo qual só os mais votados se elegem, e os partidos que apoiam essa proposta trabalham, inclusive, com o lançamento de pouquíssimos candidatos, com uma espécie de reserva de vagas àqueles que já são parlamentares.

A destinação desse valor tão elevado, porém, já deixa o eleitor com ar de enfado diante dos parlamentares. É que quem já fez as contas sabe que o valor gasto nas campanhas será muito maior do que o orçamento da maioria das cidades brasileiras. São José do Rio Preto (SP), por exemplo, tem um orçamento de R$ 2 bilhões para este ano. Ou seja, pouco mais de um terço do está destinado às campanhas.

O que falta desvendar

Os integrantes da CPI da Covid querem aproveitar o recesso para mapear os grupos de lobby que atuaram no Ministério da Saúde durante o período da pandemia, em especial no quesito vacinas.

As pistas

Até aqui, os senadores estão convictos de que houve um grupo mais próximo do ex-diretor de Logística do ministério, Roberto Dias — mais afinado com os políticos —, e outro capitaneado pelos coronéis da reserva que atuaram por ali. Até agora, os senadores não põem a mão no fogo nem por um nem por outro segmento.

Lira pode assumir

Se o presidente Jair Bolsonaro tiver que se afastar da Presidência, e Hamilton Mourão não estiver no país, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumirá e, quem quiser, que recorra. Um dos casos envolvendo o presidente da Câmara com a Lava-Jato já foi arquivado. O outro inquérito no Supremo Tribunal Federal está com recurso pendente de julgamento e, enquanto não for julgado, a defesa considera que ele não é réu.

Só que não

Bolsonaro, porém, não pretende se licenciar do cargo. Vai administrar o país do hospital.

Calmaria aparente/ Com o presidente ainda internado, o esforço de todos por esses dias é dizer que tudo transcorre dentro da maior normalidade no comando do país. No Congresso, porém, os aliados só tiveram mais confiança nessa normalidade quando o boletim médico informou que a sonda nasogástrica havia sido retirada e o presidente deve começar a se alimentar ainda hoje.

E as emendas, hein?/ As famigeradas emendas de relator continuarão a vigorar no ano eleitoral. Mais uma mamata para os amigos do rei que o baixo clero não conseguiu extirpar.

Tensão no PSDB/ Está num crescente o desconforto no ninho tucano. A longa declaração do deputado Aécio Neves (MG), em que ele pede para sair da Comissão Especial que avalia a proposta do voto impresso, expôs mais um mal-estar no partido.

E ansiedade no Podemos/ Muitos integrantes do partido estão meio apreensivos com os rumores de que Sergio Moro (foto) planeja retomar os planos de uma candidatura presidencial. É que, hoje, há muitos aliados do governo por ali. E sabe como é: se Bolsonaro se recuperar, essa turma apoiará o presidente.

Denise Rothenburg

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