A contar pela guerra aberta na Câmara e as desconfianças políticas que minam as perspectivas da base construída no Senado, o presidente em exercício, Michel Temer, terá que renovar o fôlego para chegar a agosto com o mesmo poder que emana hoje. Isso porque cresce, entre alguns aliados, a tese de que o projeto para estes dois anos tem como pilares apenas Temer, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e Wellington Moreira Franco. Do PMDB, gravitam nesse espaço restrito os senadores Romero Jucá, Eunício Oliveira e Renan Calheiros, nessa ordem. De fora do grupo, apenas têm mais acesso os nomes vistos por esses com perspectiva de poder, o dos ministros José Serra e Henrique Meirelles. Os demais estão à margem.
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Tudo bem, dizem alguns, que 2018 está longe e ainda tem muita água de Lava-Jato para rolar sob a ponte. Porém, se o governo não monitorar de perto os grupos a fim de dissipar desconfianças de que o poder é um clube fechado para poucos, a tendência será o curto-circuito da base na Câmara se expandir no Senado. Afinal, se já tem gente falando dessas insatisfações em conversas reservadas com a coluna, é sinal de que nos jantares fechados dos parlamentares isso está se tornando voz corrente.
E o Brasil se inclina…
Pesquisa do Instituto DataSenado incluiu pela primeira vez a pergunta %u201CNa política se fala em esquerda e direita. Em uma escala de 0 a 10, onde 0 representa a posição%u201D mais à esquerda e 10, a posição mais à direita, em que número você estaria?%u201D
%u2026À direita
O resultado: 20% dos entrevistados se definiram de esquerda, com respostas de 0 a 3. Já 41% se apresentaram como %u201Cde centro%u201D (4 a 6), 32% de direita (7 a 10) e 8% não souberam responder. Somados, centro e direita representam 73%, enquanto centro e esquerda ficam com 61%. Os dados da amostragem estarão disponíveis na página do Senado na próxima semana.
O diabo mora nos detalhes
Tarimbados em discursos, alguns senadores consideraram um erro o presidente em exercício, Michel Temer, mencionar medidas %u201Cimpopulares%u201D na reunião com os representantes da Frente Parlamentar do Agronegócio. O conselho que ele recebeu de muitos foi trocar a expressão %u201Cimpopulares%u201D por %u201Cnecessárias%u201D.
Mensalão & petrolão
Os investigados na Lava-Jato fizeram as contas e começam a ficar preocupados com a perspectiva de ter que encerrar a carreira política mais cedo. É que o mensalão levou sete anos para ser julgado. O petrolão está no terceiro ano. Ninguém quer ir para a eleição de 2018 com a pecha de investigado. Nesse sentido, vêm por aí apelos para que Rodrigo Janot e o Supremo Tribunal Federal ampliem a força-tarefa para avaliar logo o caso dos políticos.
E agora, Temer?/ Como se não bastassem os problemas, vem mais este: o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) indicou o médico e ex-deputado Heraldo Rocha para a Funasa. E o deputado Claudio Cajado recomendou a mulher, Andreia Xavier, ex-prefeita de Dias D%u2019Ávila, para o mesmo cargo. Nos bastidores, há quem diga que esse será um teste de fogo para o governo: se aceita a mulher de Cajado, vai preterir um técnico conceituado. Se aceita o médico, dirão que rejeitou uma mulher. Não tem saída fácil aí.
Enquanto isso, no Senado…/ Os petistas estão cada vez mais abatidos. A maioria tem dito que o %u201Cimpeachment está resolvido%u201D, enterrando assim qualquer perspectiva de recuperar o poder no Planalto e olha cada vez para 2018. Nem mesmo a visita de Lula a Brasília reanimou o grupo.
Plano A/ Lula, entretanto, não está tão preocupado com o abatimento dos senadores. O que lhe tira o sono é a ausência de povo na rua defendendo o PT, lembrando as realizações sociais dos governos. Por isso, ele começa agora um périplo pelo país. A primeira parada será Pernambuco. A prioridade é dar uma injeção de ânimo para as eleições deste ano.
Distante/ No rol da galeria de líderes do PP, as fotos seguem a seguinte ordem: Pedro Henry, José Janene, Mário Negromonte, João Pizzolatti e Nelson Meurer, todos enroscados em alguma investigação. %u201CEsta parede é complicada, né?%u201D, comenta o atual líder, Aguinaldo Ribeiro, diante da constatação da pergunta: “E o seu nome, onde está” E ele responde: “Lá embaixo, longe”. E o interlocutor completa: “Melhor assim, né?”.
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