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E a culpa da crise vai para…

Ensaios palacianos

Se o governo não conseguir aprovar o pacote de medidas que reforçam as receitas da União, a ordem será colocar a culpa por eventual agravamento da crise econômica no colo do Congresso Nacional, mais precisamente na Câmara dos Deputados. Nas conversas palacianas, tem sido corriqueiro ouvir que um grupo expressivo de congressistas trabalha para derrubar Dilma, e não para discutir as medidas que ela apresentou, e nem as que apresentará.

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Se o andar da carruagem seguir neste ritmo, de discutir impeachment em vez de economia, não restará à presidente muito mais o que fazer, a não ser dizer que trabalha para debelar a crise, enquanto seus adversários só pensam em tomar o poder. E não se surpreendam se aqueles que desejam o afastamento de Dilma propuserem medidas semelhantes ou até piores, caso assumam o poder.

Dilema tucano

Por mais que aposte no impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PSDB resiste em dar a vaga de oposição a Lula. É que, se o impeachment vier, o ex-presidente será o primeiro a voltar aos palanques para dizer que a sucessora caiu porque fez tudo o que estava ao seu alcance no sentido de manter os benefícios sociais. Aliás, Lula tem ensaiado esse discurso de que Dilma resiste à “sanha daqueles que não se preocupam com as necessidades do povo e só pensam em poder”.

Dilema de todos

O receio dos partidos é o de que a situação vire de repente, porque o cenário político está muito volátil. E, sabe como é, diante da volatilidade, se o discurso de Lula colar — e ele é bom nisso — a hipótese de o PT voltar ao poder não será tão remota.

Lava-Jato, o retorno

Para quem considera que a Operação Lava-Jato está meio devagar, quase parando, é bom saber que essa calmaria não vai durar muito. Já há uma série de novos mandados em formatação. E mais gente na roda. Os alvos? Nem às paredes os investigadores confessam.

“Se Dilma não apresentar uma saída para o Brasil, não tem saída para ela”

Do senador Walter Pinheiro (PT-BA)

[FOTO2] Hora de repensar a segurança/ Relator da PEC da Reforma das Polícias, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado Raul Jugmann (foto), de Pernambuco, abriu, em Florianópolis, uma série de 11 seminários com as categorias envolvidas. A intenção é debater a proposta de construir uma nova arquitetura de segurança pública no país, com a adoção do ciclo completo de polícia — em que cada corporação é qualificada para acompanhar o fato criminal em todas as etapas. A discussão promete esquentar. O método encurta caminhos e agiliza os processos. Mas muitos delegados temem “perder poder” para policiais militares.

O que é bom…/ Dois importantes personagens que atuam na Operação Lava-Jato se mostraram satisfeitos com o fato de o Supremo Tribunal Federal ter proibido as doações de empresas para campanhas eleitorais. Para eles, a decisão aperta o controle e a fiscalização sobre o fluxo de dinheiro na política.

…Dura pouco/ Os investigadores não se iludem. Consideram que sempre haverá “criatividade” para empresas fazerem caixa 2 usando pessoas físicas como laranjas. A vantagem é que a regra cria mais equilíbrio na política entre os candidatos e dá mais poder ao dinheiro do cidadão, que também tem o poder do voto.

Batizada/ Depois que Tadeu Fillippeli pegou uma gripe daquelas de ficar de molho, seus amigos da Vice-Presidência da República não resistiram. Virou a gripe Sérgio Moro. Recolhe temporariamente. Só não se sabe por quanto tempo.  

Denise Rothenburg

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