Conselhos para Dilma
Num evento com empresários em São Paulo ontem, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, ouviu de Luiza Trajano (Magazine Luiza), Luís Carlos Trabucco (Bradesco), Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo que, se quiser sair do córner, a presidente Dilma Rousseff precisa escolher dois a três pontos da agenda capazes de recuperar a economia, e negociar olho no olho com o Congresso. A avaliação, feita especialmente por Delfim Netto, que já foi parlamentar, é a de que a capacidade de convencimento de Joaquim Levy se esgotou.
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Apesar da popularidade baixa, Delfim acredita que só mesmo a presidente pode agir para tentar reverter o quadro e ir à luta, seja para salvar o próprio governo de um fim abreviado, seja para dar curso aos projetos estratégicos para retomada da economia. Dilma já recebeu o recado. Se vai seguir a recomendação, são outros quinhentos.
Cardozo respira
Muito se especulou nos últimos dias sobre troca de comando no Ministério da Justiça. Mas, depois da Operação Zelotes e da busca e apreensão no escritório de Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula, o ministro José Eduardo Cardozo ganhou fôlego. Se sair agora, pode soar punição por causa da operação envolvendo a família do ex-presidente.
Reforço no desgaste
A busca e apreensão no escritório do filho de Lula vai ser objeto de debate hoje no Congresso. A oposição se prepara para levar o assunto ao plenário e às CPIs em curso na Câmara. O que a Operação Zelotes tem a ver com as CPIs? Nada. Mas e quem disse que eles estão preocupados com isso?
Jogos em debate
Pela primeira vez, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, falou abertamente sobre a perspectiva de legalização dos jogos de azar. Para uma plateia de empresários, disse “dos 194 países que fazem parte da ONU, em 156 os jogos são legalizados. 75% dos que ainda proíbem os jogos são islâmicos”, afirmou. “Esse é um assunto deve ser colocado em discussão. O que não pode é o Brasil, do tamanho que tem, ter temas proibidos”.
Última chamada
Deputados do PT correram ontem ao Palácio do Planalto para uma reunião com Jaques Wagner e Ricardo Berzoini ( foto ). A ideia era discutir que pontos da Agenda Brasil puxar para votação nessa reta final de 2015 e assim tentar encerrar o ano com algum alento ao brasileiro, tão baixo-astral diante das dificuldades econômicas do país. O dia passou e não conseguiram fazer a reunião.
A boa nova de Renan/ O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai decretar hoje o fim dos “jabutis”, ou seja, o contrabando de assuntos diversos em medidas provisórias. A lá Roberto Carlos promete “Daqui para frente, tudo vai ser diferente…”
Potência militar/ Dilma tem se esmerado em criar fatos. Hoje, vai homenagear os 45 atletas militares brasileiros medalhistas nos VI Jogos Mundiais Militares na Coreia e que integram o programa de Alto Rendimento do Ministério da Defesa.
Pedaladas sob nova direção/ Quem fez as contas, tem certeza de que os prazos para que a Comissão Mista de Orçamento analise as pedaladas de 2014 termina em 31 de março do ano que vem. Até lá, a CMO terá novo presidente. Calcula-se que seja um deputado petista.
Moral da história/ Entre os congressistas, é voz corrente que o ano acabou e nada andou. Nem a Desvinculação das Receitas da União (DRU) nem o Orçamento de 2016. Já tem gente vendo esses projetos como pauta para o ano que vem.