Eleição de 2026 atropela pacote fiscal

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Crédito: Maurenilson Freire

Coluna Brasília-DF de terça-feira, 11 de junho, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Com o processo eleitoral despontando no horizonte, vai ser difícil Congresso e Poder Executivo se entenderem sobre as medidas fiscais que deveriam compensar o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Os parlamentares não aceitam aumento de impostos para nenhum setor. E o governo não quer cortar gastos de programas que podem alavancar a popularidade presidencial. Por isso, o pacote apresentado no domingo, com aumento de alíquotas para investidores e reuniões futuras para tratar de cortes de gastos, pode ser considerado um “desastre”, conforme antecipou o advogado Luís Gustavo Bichara.

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É preciso ver no papel/ Embora politicamente as propostas de Fernando Haddad sofram resistências, os tributaristas preferem aguardar o texto para avaliar o tamanho do pacote. O certo é que, nesse vai e vem de medidas, o governo continua arrecadando com o decreto do IOF. E com as festas de São João em alta, dificilmente o Congresso irá derrubar o decreto antes do fim de junho. É dinheiro no caixa, ao mesmo tempo em que o governo negocia para tentar arrecadar mais.

Resumo da ópera

Nesta semana de depoimentos sobre a tentativa de golpe, recheados de pedidos de desculpas, os políticos resumiram assim: houve uma minuta para um golpe de Estado que só não foi adiante porque não houve clima. Agora, é ver o que a Justiça fará diante dessa patacoada.

E as emendas?

As emendas parlamentares continuam como uma pedra no sapato do governo. Isso porque o mesmo Congresso que não quer aprovar impostos não aceita cortes nas emendas. “Eles acham que vamos aprovar quando cortarem R$ 13 bilhões em emendas aqui?”, questionou um deputado de oposição. Para muitos parlamentares, o sentimento é de que o governo não tem qualidade dos gastos e que não consegue equilibrar as contas como “qualquer dona de casa faz”.

Foco nas bets…

Para alguns deputados, tributar as casas de apostas on-line é um dos poucos consensos gerais dentro do Legislativo e do Executivo. Muitos concordam que o governo deve arrecadar em torno de 60%, como é feito com bebidas alcoólicas e cigarro.

… mas com cautela

Entretanto, uma outra ala alerta para o risco de evadir o mercado do Brasil. De acordo com esse grupo, atualmente, 2/3 das bets no país são ilegais, e o Banco Central não inibe que essas recebam os valores das apostas que são feitas por Pix. E com o aumento do imposto, as empresas teriam uma concorrência desleal e começariam a sair do Brasil, fazendo com que o país arrecade menos.

CURTIDAS

Crédito: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Mais reforma à vista/ O relator da reforma administrativa, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), afirmou que deve entregar o texto, com um certo “consenso”, em 14 de julho. Ele disse à coluna que pretende repassar a proposta ao presidente da Casa, Hugo Motta (foto, Republicanos-PB), para avaliar com os líderes se a reforma será votada na última semana antes do recesso parlamentar ou após a pausa dos trabalhos.

Correr para a foto/ Enquanto o deputado André Fernandes (PL-CE) discursava na tribuna cobrando proatividade do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), quanto à defesa de seus deputados perante o Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que estava no cafezinho, saiu “correndo” para aparecer no vídeo junto ao seu colega. Outros deputados do partido também se juntaram ao seu redor como forma de apoio.

Não deixou/ Saindo em defesa do presidente da Casa, o líder do União Brasil, Pedro Lucas (MA), defendeu Motta dizendo que o PL estava sendo “injusto” ao cobrar o presidente da Casa daquela forma.

Clima terrível/ Ainda em 2024, quando se discutia o apoio à candidatura de Hugo Motta à Presidência da Casa, alguns deputados do PL foram incisivamente contra, e não somente os federais, estaduais também. Quem foi contra recebeu duras críticas da cúpula partidária, e alguns nem estão mais no partido. Colaborou Israel Medeiros

 

A última esperança para Bolsonaro se tornar elegível

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Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 15 de maio de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Os aliados de Jair Bolsonaro não desistiram de buscar o apoio do governo de Donald Trump para aliviar a situação em relação à inelegibilidade. Aliás, alguns, embora não falem publicamente a respeito, acreditam que a ajuda do presidente norte-americano é o último recurso para o respiro político do ex-presidente. Internamente, a maioria dos apoiadores sabe que a elegibilidade não virá. E que Bolsonaro precisará indicar alguém que possa concorrer em seu lugar. E, no momento em que ele fizer essa indicação, a tendência é que fique na penumbra.

E por falar nele… / Por mais que os partidos de centro-direita não tenham rejeitado de bate-pronto a proposta do ex-presidente Michel Temer — de montar um projeto para o país antes de afunilar a definição de uma candidatura à Presidência da República —, a sugestão está fadada a se perder no ar. O PL não fará parte do grupo. “Se juntar todos ali, não chega a 20% dos votos”, comenta um integrante do PL muito próximo a Bolsonaro

Temer rechaça rótulos

“Eu não estou propondo uma coisa à direita. Eu até tenho desprezo pelos rótulos, direita, esquerda, centro. Acho que o que o povo quer é resultado”, afirmou o ex-presidente Temer à coluna. O emedebista acredita que os candidatos precisam se unir em torno de um só nome e formarem, juntos, um projeto para o Brasil. Assim como foi o “Ponte para o Futuro” em seu mandato.

Tarcísio leal

Temer contou que foi procurado pelos governadores em busca de conselhos e, aí, propôs o projeto. Conversou, inclusive, com Tarcísio de Freitas, no aeroporto de Guarulhos, enquanto aguardavam o embarque para Nova York. Mas o governador de São Paulo não irá construir qualquer projeto alternativo a Bolsonaro. “Ele é muito correto e leal ao ex-presidente”, comentou Temer.

STF na liderança

O que o ex-presidente mais tem defendido é a pacificação do país e acredita ser um caminho viável o Supremo Tribunal Federal (STF) encabeçar o processo de anistia. “A sensação que tenho é que o Supremo se convenceu que ele próprio pode dar uma solução. Com isso faz o quê? Você não gera conflito entre o Congresso e o Judiciário”, contou Temer à coluna.

Imbróglio do Comitê Gestor I

A Frente Nacional dos Prefeitos acusa a Confederação Nacional dos Municípios de não respeitar um acordo fechado durante o processo de formulação da reforma tributária. De acordo com a FNP, as duas entidades teriam dividido as 27 vagas a que os municípios têm direito no Conselho Superior do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CGIBS). Mas a CNM teria descumprido o acerto. O 1º vice-presidente da FNP, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, afirma que a Frente tem direito a 13 nomes e a Confederação 14.

Imbróglio do Comitê Gestor II

Já a Confederação afirma que a história é bem diferente. À coluna, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, disse que esse acordo nunca existiu. A entidade seguiu o que está previsto na lei aprovada e cobra, formalmente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, por explicações em acolher uma justificativa inconstitucional. A CNM afirma que a Frente está “desesperada” por não ter números suficientes para eleger qualquer indicação ao Comitê. (Saiba mais no Blog da Denise)

CURTIDAS

Novo quer vetar/ O partido Novo vai ingressar com uma ação popular contestando a nomeação de Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, ex-prefeito de Belford Roxo (RJ) e, até pouco tempo, ex-presidente estadual do Republicanos, para ser o diretor-presidente da PortosRio. De acordo com a legenda, a Lei das Estatais proíbe “pessoas que tenham exercido função de comando partidário ou participado de campanha eleitoral nos 36 meses anteriores”. Waguinho ocupou a presidência regional da legenda até 7 de maio deste ano.

Manter a base/ O que se diz nos bastidores, é que a indicação de Waguinho é uma forma de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manter o Republicanos e o MDB em sua base e garantir um futuro apoio em 2026.

Por falar em Republicanos…/ A federação do partido com a legenda MDB está “bem adiantada”, como contaram fontes ligadas aos partidos à coluna.

Pioneiro/ Quem saiu feliz de Nova York foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. À coluna, ele contou que o projeto de inteligência artificial proposto por seu governo é aprovado pela assembleia legislativa e será um grande mote de sua campanha. A proposta recebeu total apoio da Amazon. “É, hoje, a proposta mais avançada do país”, comemora. (Leia detalhes no Blog da Denise, no site do Correio)

 

A direita quer saber quando Bolsonaro largará o osso

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Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 14 de maio de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Em almoços e jantares paralelos aos eventos da “semana brasileira” em Nova York, os políticos começam a apostar quando o ex-presidente Jair Bolsonaro vai dizer que não concorrerá à Presidência da República e, por tabela, indicará um nome para representar o bolsonarismo. Essa é, na avaliação dos conservadores, a maior incógnita rumo a 2026. Num café entre os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, que se lançou candidato, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com alguns aliados, ficou claro que Tarcísio não tem como deixar o cargo para concorrer ao Planalto e, dada a instabilidade de Bolsonaro, não é possível deixar a função de governador em abril para esperar que o ex-presidente defina um caminho. Até aqui, a maioria joga as fichas na hipótese de Bolsonaro só “largar o osso” no ano que vem.

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Veja bem/ A avaliação geral é de que, se Bolsonaro indica um nome para concorrer, sua campanha em prol da anistia ou algo que lhe permita se livrar dos processos relativos ao 8 de Janeiro perderá força. Portanto, seus mais fiéis escudeiros, no caso, os filhos, querem que ele permaneça como candidato. E ao que tudo indica, estão sozinhos nessa avenida.

Para bons entendedores…

Ficou muito claro para a plateia política do 14 Lide Brazil Investment Forum, em Nova York, que o presidente da Câmara, Hugo Motta, se referia à anistia ao 8 de Janeiro quando mencionou que não pretende levar adiante “pautas tóxicas”.

Depois do PCC…

O enviado especial do governo Trump para a América Latina, Maurício Claver Carone, deixou o secretárioexecutivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, para lá de constrangido, durante o Diálogo Esfera, em Nova York. Carone disse com todas as letras que a resistência a investimentos no Brasil se deve a três “cês”: “Corrupção, crime e currency (moeda)”.

… a realidade

Durigan, que estava no palco com Carone, rebateu e afirmou que o país é um bom lugar para investimentos. Porém os empresários presentes concordaram com o americano: “É a dura realidade do nosso país”, comentou Flávio Rocha, dono da Riachuelo.

CURTIDAS

O tempo de Gilvan/ Quem entende de legislação eleitoral e prazos acredita que Gilvan Máximo (RepublicanosDF) consegue se manter no mandato até agosto, quando devem se esgotar os recursos da decisão que recalculou as sobras de votos e fez com que ele ficasse atrás de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que assumirá o mandato. Gilvan Máximo, no entanto, não ficará na chuva. O governador Ibaneis Rocha o acomodará em algum cargo.

Por falar em acomodação…/ A prioridade hoje de alguns aliados do governador é definir espaços para garantir que todos os partidos aliados a Ibaneis apoiem a candidatura de Celina Leão ao GDF.

Alô, João!/ Quem ligou para João Doria esta semana foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Só para dizer que havia visitado a Sinovac, a empresa de vacinas que o ex-governador de São Paulo buscou em 2020, ano em que o Brasil viveu o #fiqueemcasa, por causa da covid. Foi um gesto de resgate à ação do ex-governador, importante para fazer com que o governo federal, então gerido por Jair Bolsonaro, corresse atrás das vacinas.

Date romântico/ A coluna flagrou Michel Temer e a esposa, Marcela Temer, saindo para almoçar, de táxi, após o evento do Lide, sem seguranças, o que é uma raridade na vida do casal.

Marina Silva está sozinha contra o licenciamento ambiental

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Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 11 de maio de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Passado o périplo de autoridades pela China e Estados Unidos esta semana, a ordem é partir para votar o projeto de licenciamento ambiental no Senado. A relatora na Comissão de Agricultura, senadora Tereza Cristina (PP-MS), e o relator na Comissão de Meio Ambiente, Confúcio Moura (MDB-RO), conseguiram acordo com a Casa Civil e com os ministérios dos Transportes, das Cidades, de Minas e Energia, além do aval do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Restou o do Meio Ambiente (MMA), da ministra Marina Silva, que não terá força para segurar a aprovação da proposta. Uma das maiores resistências do MMA é a licença por adesão ou compromisso para atividades de baixo impacto ambiental, e a divisão de atribuições de licenciamento com estados e municípios. O MMA considera que essa atribuição deve ser federal ou do Conselho Nacional de Meio Ambiente.

Melhor que nada

No governo e na oposição, muitos avaliam que é melhor ter uma lei que sirva para reforçar o discurso do Brasil durante a COP30 do que ficar com esse texto em suspenso. Ninguém nunca imaginaria que a frase do ministro da Casa Civil, Rui Costa, numa reunião tenha sido muito parecida com aquela dita pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (Novo-SP) à coluna: “Melhor alguma coisa do que nada. Do jeito que está, não dá”.

Hora de organizar o jogo

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e deputados que estarão em Nova York vão aproveitar o tempo longe de Brasília para avaliar os próximos lances do jogo e buscar acordos. Na parte interna da Câmara, os temas que geram turbulência são inúmeros. Pedidos de CPIs, inclusive o relacionado à fraude do INSS, anistia. É preciso deixar um clima mais ameno na Casa para assegurar a votação da isenção do IR. Do jeito que está hoje, vai ser difícil.

Deu água…

O governo dos Estados Unidos não tem respondido de forma positiva aos movimentos do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em busca de uma pressão mais incisiva que ajude seu pai a sair da inelegibilidade ou do risco de prisão. Até aqui, conforme relatos de aliados, tem sido tudo muito difícil de conseguir. Nem mesmo um convite formal e pessoal para que Jair Bolsonaro fosse à posse de Trump lá atrás, de forma que pudesse comprovar um assento de convidado no Capitólio, ao lado de empresários e embaixadores. Entre os bolsonaristas, tem muita gente dizendo que o prazo está se esgotando e o deputado ainda não cumpriu a missão.

… mas ainda tem força

Eduardo é hoje o grande representante do CPAC Brasil, a conferência anual dos conservadores, e preside o Instituto Conservador Liberal (ICL), criado em 2019, bem como mantém laços com o governo Trump. Porém, os estadunidenses estão de olho por aqui para ver se a família Bolsonaro se manterá com a força na ala mais conservadora ou este posto mudará de mãos em 2026.

União do setor

Associações do setor de biodiesel entraram como “amicus curiae” na ação do Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o Renovabio. As três principais — Abiove, Aprobio, Ubrabio — ingressaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o pedido para atuarem na ação do governo que pretende suspender liminares contra metas do programa. As organizações do setor avaliam que as liminares têm permitido às distribuidoras de combustíveis descumprir metas de compra de Créditos de Descarbonização (CBIOs) dentro do programa, causando uma concorrência desleal.

Onde está o problema

As instituições ligadas ao setor afirmam, com dados do MME, que distribuidoras de biodiesel beneficiadas com liminares intensificaram sua ampliação de mercado ante àquelas que cumprem o RenovaBio. Apenas uma delas cresceu 488% neste período.

CURTIDAS

Recesso quase branco/ Com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, na comitiva de Lula à China e o presidente da Câmara, Hugo Motta, na abertura do Lide Brazil Investment Forum, em Nova York, o Congresso terá pouco movimento esta semana. Vai ficar tudo para a segunda quinzena de maio. E olhe lá.

Profissão necessária/ O Congresso Nacional receberá iluminação verde na próxima semana em homenagem aos profissionais da enfermagem. A ação integra as celebrações da Semana da Enfermagem, entre os dias 12 e 20 de maio, e busca reconhecer a atuação essencial desses trabalhadores para a saúde pública brasileira. A cor verde foi escolhida por simbolizar esperança, saúde e cuidado — valores intrinsecamente ligados à prática da enfermagem.

Que merece a homenagem/ “É um gesto simbólico, mas de profundo significado. Representa o reconhecimento da sociedade ao compromisso e à dedicação dos profissionais da enfermagem, que estão na linha de frente do cuidado em todos os níveis de atenção à saúde”, afirma o presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Neri.

Dia das Mães/ Se você ainda tem a sua por perto, mexa-se e vá abraçá-la. Se não conseguir, ligue agora. Não deixe para depois. Pois chegará o dia em que você daria o mundo para poder fazer esses gestos. Feliz Dia das Mães!

Ciro exclui candidatura de Jair Bolsonaro

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Crédito: Caio Gomes

Coluna Brasília/DF, publicada em 7 de maio de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Convidado especial do almoço palestra do grupo Líderes Empresariais (Lide) Brasília, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), deixou claro que embora Jair Bolsonaro diga, dia e noite, que é candidato ao Planalto, os maiores aliados já não consideram possível que o ex-presidente conquiste o direito de concorrer — e trabalham com a realidade. “Temos vários nomes à direita que podemos escolher. Obviamente, o presidente Jair Bolsonaro terá papel decisivo nessa escolha. Vamos ter que unificar”, avaliou, citando nomes como de Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás e que surge entre os pré-candidatos da federação União Progressista.

Cálculos políticos/ O senador não mencionou, mas empresários e políticos da plateia comentavam nos bastidores que se Bolsonaro decidir escolher um dos seus filhos ou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a tendência é uma divisão da direita. Seriam apresentados dois candidatos: um de sobrenome Bolsonaro e outro mais afeito aos partidos de centro.

O imbróglio da CPI do INSS

Embora o escândalo do INSS seja considerado o melhor flanco para desgastar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os oposicionistas não conseguem se entender sobre a estratégia mais adequada. Na Câmara, os parlamentares do próprio PL não querem retirar os pedidos de CPI que estão na fila para dar prioridade à do INSS. No Congresso, embora tenham as assinaturas para uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), os adversários de Lula estão com medo de apresentar o pedido e, até a leitura em plenário, o governo conseguir retirar os apoios ao documento.

Até breve

Diante dos empecilhos para abrir a investigação imediatamente, a ideia é esperar que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), volte da viagem à Rússia e à China para formalizar o pedido de CPMI. E, consequentemente, pressioná-lo a convocar uma sessão do Congresso para a leitura.

Planos para março

A contar pela conversa dos políticos no evento do Lide Brasília com Ciro Nogueira, sair do governo é algo para março de 2026, quando a lei eleitoral determina que os candidatos se afastem de cargos executivos. Nesse cenário de indefinição, em que a única certeza é a dificuldade de Bolsonaro ser candidato, ninguém fará movimentos muito incisivos antes da hora.

Jogo em curso

Ao deixar vazar que o deputado Guilherme Boulos, do PSol paulista, pode ser ministro da Secretaria Geral da Presidência, Lula manda um recado ao centrão: se quiserem sair, vou trabalhar com os meus. Só tem um probleminha: Lula venceu em 2022 com o apoio do centro. Se esnobar a turma de partidos, como União Brasil, PP, MDB, PSD, arrisca estreitar sua faixa eleitoral.

Assim não dá

O empresariado não esconde um certo desconforto com a obstrução promovida pelo PL na Câmara e no Senado. Não dá para parar tudo em protesto por causa da não tramitação do projeto que anistia os envolvidos no 8 de Janeiro.

CURTIDAS

Melhor evitar/ Por mais que o PL prometa que a passeata de hoje será pacífica, os parlamentares da legenda estão pedindo que a ex-primeira-dama Michelle segure Bolsonaro em casa. O ex-presidente quer ir ao encontro, mas a recomendação médica é de descanso e resguardo, para evitar infecções ou complicações. Por isso, muitos parlamentares acreditam na ausência do casal no evento.

Momento tenso/ O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) atrapalhou a fala da deputada Natália Bonavides (PT-RN) no Conselho de Ética, que julgava a suspensão do deputado Gilvan da Federal (PL-ES). Para tentar tirar o clima ruim entre eles, Lima se aproximou para pedir desculpas e argumentou que a interrupção tinha sido para reclamar da falta de defesa da esquerda a Michelle Bolsonaro quando foi ofendida pelo deputado André Janones (Avante-MG). A deputada disse à coluna que ele a interrompeu em público, mas pediu desculpas em particular.

Eles vão se dividir/ Calma, pessoal, só para atender as agendas. Enquanto Alcolumbre segue para a Rússia e a China com Lula, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), vai a Nova York para abertura da 14ª edição do Lide Brazil Investment Forum, ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e outras autoridades.

NY verde e amarelo/ O evento é um dos destaques da “Brazilian week”, que reunirá vários brasileiros em Manhattan. Brasília marcará presença no Lide Brazil Investment Forum no Harvard Club, em 13 de maio, com o governador Ibaneis Rocha entre os palestrantes do painel sobre oportunidades econômicas entre os dois países. Serão, pelo menos, 10 governadores só neste encontro.

Resta a segurança pública

Publicado em Bolsonaro na mira

Blog da Denise, publicado em 10 de julho de 2024 por Denise Rothenburg

As provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não só mandou vender os presentes de luxo que recebeu de autoridades estrangeiras — como também pode ter recebido repasses em dinheiro sobre essas vendas — deixou seus aliados cabisbaixos nas principais capitais do país. Mais: acreditam que essa história está só começando.

Se ficar comprovado o recebimento de dinheiro, ainda mais em espécie, sem declaração no imposto de renda, será muito pior. Nesse sentido, resta aos pré-candidatos mais afinados ao bolsonarismo jogar tudo no tema da segurança pública, onde consideram que é possível nadar de braçada.

Em conversas reservadas, muitos bolsonaristas avaliam que a tentativa de venda de relógios e peças ornamentais tirou desse segmento o discurso de combate à corrupção em plena campanha eleitoral. O receio agora é ouvir algo como um “tudo joia?” por onde passarem.

Até aqui, uma turma batia no peito para dizer que Bolsonaro podia ser grosseiro em algumas situações, mas jamais tentaria ganhar dinheiro além do seu salário de presidente. Esse mesmo grupo emendava com a história do triplex do Guarujá e do sítio em Atibaia, atribuídos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse discurso perdeu força e, enquanto não for refeito sobre outras bases, o maior apelo será mesmo a segurança pública.

Paz a fórceps

O escândalo da venda de presentes de luxo envolvendo Bolsonaro acirra o clima na Câmara dos Deputados justamente num momento em que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), buscava um ambiente menos conturbado para votar a reforma tributária. Justamente para evitar problemas, ele cancelou as comissões técnicas. Esses colegiados viraram ringues entre petistas e bolsonaristas.

Não vai demorar

Os processos relacionados ao caso das joias já chegaram à Procuradoria-Geral da República (PGR). A decisão sairá em pleno recesso parlamentar. Assim, a repercussão entre os políticos será menor. Quando o Congresso voltar, a decisão já terá sido assimilada pelos políticos.

O jogo da tributária

Tem muito lobista criando dificuldade para ver se consegue baixar sua alíquota do imposto. A reforma está na fase do “quem não chora, não mama”, e tem um problema: se baixar demais de um setor, outro terá de pagar a conta.

Dúvida atroz/ Bombou nas redes sociais do PSD, e na festa de ontem, o vídeo em que Bolsonaro entrega ao líder Antonio Brito (BA) a medalha dos três Is (“imorrível” e por aí vai). Resta saber se o ex-presidente levará o PL a votar no líder pedessista para
presidir a Câmara.

Duhalde e Lula/ Presidente da Argentina de janeiro de 2002 a maio de 2003, Eduardo Duhalde fez questão de comparecer à cúpula do Mercosul, em Assunção, para conversar com Lula. O simbolismo serviu para mostrar que, na Argentina, tem gente que respeita e gosta do presidente brasileiro.

Por falar em Lula…/ Os pais do real que votaram em Lula em 2022 não entendem por que o governo não comemorou, com pompa e circunstância, os 30 anos da moeda. Os petistas, porém, explicam: o partido votou contra o Plano Real quando do seu lançamento.

Joias de Bolsonaro são tabu na campanha municipal

Publicado em Bolsonaro na mira, Economia, Eleições

Blog da Denise, publicado em 9 de julho de 2024, por Denise Rothenburg

O relatório da Polícia Federal (PF) que coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro como recebedor de US$ 25 mil em espécie, resultado da venda das joias presenteadas pelos sauditas, fará com que as campanhas eleitorais virem suas narrativas para os assuntos municipais. A estratégia é evitar que sejam contaminadas pelos temas nacionais negativos, tais como as joias. Afinal, nenhum candidato pretende transformar sua corrida eleitoral em palanque para a defesa do ex-presidente, num caso que nada tem a ver com as administrações municipais. Nesse sentido, a ideia é ter a imagem de Bolsonaro defendendo os candidatos, mas sem entrar nessa questão.

Em tempo: muitos aliados do ex-presidente estão preocupados, porque esse tema é de fácil entendimento pela população. O desgaste maior será quando confrontarem as falas de Bolsonaro sobre as joias e o relatório da PF.

Comparações

Cresce entre os fiéis escudeiros de Bolsonaro no Congresso a ideia de se revezar no plenário, exigindo a lista de presentes recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste e em outros mandatos, tal como o relógio Piaget que usou no ano passado. Aliás, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) falará isso na Câmara em breve.

Vacina

A forma de o governo Lula resolver isso, dizem os petistas, é municiar os deputados do partido com a lista de presentes que o presidente e a primeira-dama receberam. E demonstrar que está tudo registrado no patrimônio da União.

A lição da França

Se tem algo que animou os aliados de centro do governo Lula foi a união da esquerda com o centro para evitar a vitória da extrema direita, no segundo turno eleitoral. Emmanuel Macron sabia que não venceria sozinho. Por aqui, embora o sistema seja presidencialista, a avaliação do centro é de que Lula não terá meios de derrotar um candidato conservador, caso não mantenha a grande aliança que o levou ao Planalto.

A hora da tributária

A segunda-feira só terminou na madrugada de hoje para o grupo de trabalho da reforma tributária. Vêm aí mudanças no texto. E há quem diga que não será com a inclusão da carne na lista de produtos isentos
de impostos.

Agenda de costumes… / A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial coloca em pauta, hoje, o projeto do ex-deputado Clodovil Hernandes sobre a inclusão do casamento homoafetivo no Código Civil. A ideia é se contrapor ao projeto do deputado Pastor Eurico (PL-PE, foto), que, no ano passado, aprovou uma proposta na Comissão de Previdência proibindo a união entre pessoas do mesmo sexo.

… permanece forte/ O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia se pronunciado de forma unânime, equiparando o casamento homoafetivo à união estável. Porém, o projeto do deputado Eurico evitou que fosse incluído no Código Civil. Agora, volta à cena, incluído na pauta pela presidente da CDH da Câmara, deputada Daiane
Santos (PCdoB-RS).

Sobrou para os diplomatas/ Está no relatório da PF sobre o caso das joias: ao ouvir de uma funcionária do consulado do Brasil, em Orlando, que ela não iria ao aeroporto nem tinha motorista para buscar uma mala a ser entregue em Miami, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, responde: “Putz, pessoal do Itamaraty é enroladinho, hein?”

Olho nele/ Não foi por acaso que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, lançou Eduardo Bolsonaro como candidato ao Senado por São Paulo. O parlamentar é visto como a maior promessa da família na política. É o 03, aquele que disse em 2018 que, para fechar o STF, bastava um cabo e um soldado.

 

Bolsonaro curte feriado em Balneário enquanto PGR elabora parecer sobre ida dele à embaixada

Publicado em Bolsonaro na mira, coluna Brasília-DF

Por Luana Patriolino —  Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) elabora um parecer sobre a ida de Jair Bolsonaro à Embaixada da Hungria, após ter o passaporte apreendido, o ex-presidente decidiu relaxar e ir para Balneário Camboriú (SC), aproveitar o feriado da Sexta-Feira da Paixão. Em imagens que circularam nas redes sociais, ele surge sorridente, andando de jet ski e tirando foto com apoiadores na praia.

Bolsonaro deve ficar em Santa Catarina até amanhã. E a manifestação da PGR deve sair na próxima semana. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que só vai se manifestar sobre o caso após o parecer do procurador-geral, Paulo Gonet. A visita de Bolsonaro à embaixada, com os vídeos mostrando a presença dele no local, foram revelados pelo jornal NY Times.

Cidade bolsonarista

Jair Renan Bolsonaro (foto), do ex-presidente, anunciou sua filiação ao PL e lançou pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú. Embora seja natural do Rio de Janeiro, o “04” mora no município catarinense desde março de 2023. Ele exerce a função de auxiliar parlamentar no escritório de apoio do senador Jorge Seif, do mesmo partido.

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Contra a milícia

O PSol do Rio colocou na rua a campanha “Com a milícia não tem jogo”, um manifesto contra a presença de milicianos em espaços de poder. “A prisão dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes escancarou o que os moradores do Rio já sabem há muito tempo: é inaceitável que milicianos sigam ocupando tribunais de conta, parlamentos ou secretarias”, destaca a campanha. “Esse manifesto se propõe a juntar todo mundo que sabe que com a milícia não tem jogo.”

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Comunistas contra Brazão

O líder do PCdoB na Câmara, Márcio Jerry (MA), anunciou o apoio da bancada de sete deputados de seu partido pela manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (RJ), expulso do União Brasil. A legenda também defende a cassação do mandato dele. “O partido defende o cumprimento do rito regimental, sem atrasos, e está comprometido em apoiar a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, assim como o pedido de processo de cassação que está em curso no Conselho de Ética da Casa”, disse Jerry à coluna.

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De volta a Paris

O presidente da França, Emmanuel Macron (foto), virou meme no Brasil por conta de seu “casamento” com o presidente Lula. Agora, ele volta para Paris, onde receberá a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, para discutir questões globais, incluindo o apoio à Ucrânia, a prevenção da expansão do conflito em Gaza e a estabilização do Haiti. Em fevereiro, o americano se encontrou com o presidente brasileiro para tratar de temas bilaterais e mundiais.

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Leilão de luxo

O Ministério da Justiça e Segurança Pública realiza, até 17 abril, um leilão eletrônico com mais de 100 artigos de luxo, entre bolsas de grife, quadros de pintores famosos, joias e relógios. Os itens estão na página do Leiloeiro Público Oficial Renato Guedes, com lances mínimos que variam de R$ 1,5 mil a R$ 382,2 mil.

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Itens oferecidos

Entre os produtos disponíveis, estão 79 bolsas de luxo, de marcas como Chanel, Christian Dior, Louis Vuitton, Prada e Hermés. Também há 16 obras de arte de pintores como Cícero Dias, Carlos Scliar, Manoel Santiago, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Sílvio Pinto, Heitor dos Prazeres, Carybé e Roberto de Souza. O leilão inclui, ainda, sete joias com diamantes, das marcas Cartier e Bvlgari. Os bens apreendidos são da Operação Voto Vendido, da Polícia Federal, que investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Colaborou Evandro Éboli

 

Antes da prisão de Bolsonaro, investigação sobre tentativa de golpe terá outros alvos

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados

Por Denise Rothenburg — Antes de partir para a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, a investigação sobre a tentativa de golpe terá outros alvos. Como o leitor assíduo da coluna já sabe, o braço financiador de atos, os acampamentos e os movimentos em prol da ruptura institucional ainda não foram totalmente detalhados. A tendência da Policia Federal, agora, é tentar comprovar se há veracidade nas citações de áudio encontrado no celular de Mauro Cid, em que há reverências, por exemplo, ao empresário Luciano Hang, da Havan.

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Enquanto os investigadores fazem seu trabalho, a defesa de Bolsonaro pode se preparar para perder alguns de seus pedidos. Os ventos do Supremo Tribunal Federal não se inclinam no sentido de atender aos pedidos da defesa do ex-presidente nem no quesito devolução do passaporte, muito menos na ideia de tirar o ministro Alexandre de Moraes do caso.

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Expectativa…

O governo espera que, depois da liberação de emendas da semana
pré-carnaval, os deputados voltem mais tranquilos desse longo recesso que já dura, praticamente, dois meses.

…realidade

A turma, porém, quer mais. Até aqui, as emendas deste ano não saíram do papel. O governo só liberou as pendências do ano passado. No Poder Executivo, a avaliação é que a liberação deste ano será a conta-gotas.

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Os desunidos

União Brasil e PSDB enxergam o seguinte cenário atrapalhando a construção de uma alternativa ao bolsonarismo e ao petismo: uma parte do centro da política está próxima de Lula, e o outro pedaço, afeito à direita bolsonarista. Nesse ritmo, não sairá nada com força eleitoral para vencer os extremos.

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O construtor

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, aproveita esse feriadão no Parlamento para buscar uma reaproximação com os tucanos da velha guarda. Recebeu, por exemplo, o ex-deputado Nárcio Rodrigues. No PT, ninguém tem dúvidas de que Geraldo Alckmin é quem mais pode ajudar nessa tentativa de levar o PSDB para as reuniões governamentais.

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Curtidas

“Esse ato na Paulista não será, certamente, para que Bolsonaro se defenda dos crimes que praticou nem pode ser visto como liberdade de expressão. É mais uma tentativa de se contrapor ao devido processo legal, já que as provas contra ele e sua turma não param de aparecer. Será para seguir ameaçando as instituições e os adversários, que ele trata de inimigos. Será para mentir ainda mais sobre suas próprias mentiras”

Gleisi Hoffmann, presidente do PT

Grandes diferenças/ Diplomatas descontentes com o governo Lula comentavam à boca pequena: O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi recebido no aeroporto pelo presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. O presidente Lula foi recebido pelo ministro do Turismo, Ahmed Issa.

Grandes diferenças II/ Os aliados de Lula, porém, lembram que Turquia e Egito estão no processo de reatar laços, e a ida de Al-Sisi ao aeroporto foi justamente para mostrar que os dois países estão em nova lua de mel.

 

Presença de Bolsonaro em reunião da frente do agro enfraquece diálogo com governo

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, GOVERNO LULA, Senado

Por Denise Rothenburg — A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na reunião da Frente Parlamentar do Agro (FPA) soou para integrantes do governo como uma declaração de guerra, por causa do veto do presidente Lula ao marco temporal de demarcação das terras indígenas. Era esse justamente o receio da turma que ficou para lá de incomodada com o convite ao ex-presidente para comparecer ao encontro.

A resultante foi um racha no grupo mais poderoso do Congresso Nacional e as associações e confederações que contribuem para o Instituto Pensar Agro (IPA), o braço técnico de planejamento da Frente. A presença foi considerada inoportuna, especialmente, por ocorrer num momento em que o agro tenta negociar com o governo.

A avaliação de parte das entidades que compõem o IPA e de parlamentares é a de que a pauta extensa da Frente — marco temporal, agrotóxico, reforma tributária — ficou em segundo plano. Bolsonaro participou da reunião a convite do deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS). A FPA, que luta para não parecer bolsonarista,
acaba de colocar um carimbo na testa.

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Além dos vetos

A agenda econômica do governo passa por um momento crucial no Parlamento, justamente quando os deputados perceberam que parte dos petistas trabalha no sentido de obter um acesso direto para irrigar as prefeituras no ano eleitoral, de forma a prescindir das emendas de deputados e senadores. A estratégia tem tudo para atrapalhar ainda mais o governo.

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Veja bem

As emendas impositivas são de liberação obrigatória, ou seja, a concessão de recursos de forma voluntária, longe das emendas, exigirá do governo dois orçamentos para cumprir, o do Executivo e o das propostas do Legislativo. Em segundo lugar, os deputados estão irritados com a demora na liberação de seus pedidos e a cada dia reclamam mais do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

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Tic-tac-tic-tac

Se o governo não agir rápido para resolver essas diferenças, a resposta do Congresso aparecerá no painel de votações, quando as propostas cruciais para o Poder Executivo estiverem em pauta. O aviso já foi levado ao Planalto.

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Curtidas

A volta de Araújo/ Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores no governo Bolsonaro, se incorporou a campanha pró-Javier Milei na Argentina. Em entrevista ao canal Ahora Play, ele disse que a “nova direita” portenha tem a vantagem de ser novo no pedaço: “(Em 2022), Bolsonaro era presidente e havia um desgaste. Milei tem uma mensagem nova e é a primeira vez que concorre”.

As escolhas da OAB I/As listas sêxtuplas do Conselho Federal da OAB para preenchimento de duas vagas de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) contemplaram todas as advogadas mulheres que concorreram e um advogado representante do movimento negro. Mais de 20 profissionais apresentaram candidatura aos postos abertos com a ampliação do tribunal pela Lei n. 14.253/2021. Coube a OAB fazer duas listas, ambas com seis nomes.

As escolhas da OAB II/ As advogadas Rebeca Moreno, Clarice Viana Binda, Larissa Tork de Oliveira e Liz Marília Vecchi Mendonça e o advogado negro Thiago Lopes Campos compõem a lista que será analisada pelo TRF-1. A escolha foi feita pelo plenário da Ordem, em votação na segunda-feira. Agora, o próprio TRF1 reduzirá cada lista a apenas três nomes, e o presidente da República escolherá um de cada para preencher as vagas.

As escolhas da OAB III/ Os selecionados são os seguintes: Lista 1: Diogo Condurú, Flávio Jaime de Moraes Jardim, Thiago Lopes, Clarice Viana Binda, Marcus Lara, Liz Marilia Guedes Vecci. Lista 2: Eduardo Martins, Rebeca Moreno da Silva, Larissa Tork, João Celestino, Vicente de Paula Moura Viana e Marcus Gil.