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Falta dizer a Bolsonaro que Carlos precisa ser o que é: vereador no Rio

Quem acompanha o dia a dia do Planalto tenta criar coragem para dizer ao presidente Jair Bolsonaro que passou da hora de seu filho Carlos Bolsonaro, que cuidava das redes sociais na campanha, assumir o papel que lhe cabe: o de vereador no município do Rio de Janeiro, deixando de lado os tuítes polêmicos relacionados à República. A campanha já passou e compete ao vereador, ainda que seja filho do presidente, exercer o mandato para o qual foi eleito.

Até aqui, entretanto, Carlos não percebeu que é chegada a hora de recolher os flaps e deixar o pai governar. E, dizem os mais próximos, Bolsonaro ainda não deu essa ordem a 02. Afinal, dos três filhos com mandato, Carlos é o único que não tem voz nem no Congresso nem no governo. A polêmica criada com Gustavo Bebianno, aliado de primeira hora, é visto como o momento de impor limites aos tuítes e intromissões do vereador na esfera federal.

Em tempo: Marco Maciel, vice-presidente da República nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, tinha uma máxima para resolver crises: “Não vamos fulanizar”. E, tirando a “fulanização”, o que se vê é um vereador se intrometendo em assuntos institucionais que não lhe dizem respeito — como a relação do presidente e seus ministros. Ainda que seja filho, não tem função institucional.

Climão na festa/ Na posse da nova diretoria do Sindifisco, a deputada Bia Kicis sentou-se à mesa e, na sua frente, estava o lugar destinado ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. “Se ele sentar aqui, vai ter briga”, comentou Bia com um dos convidados. Toffoli olhou para a mesa, conversou com um, com outro, de pé mesmo, e… Não se sentou àquela mesa. O presidente do STF é da paz.

Briga antiga/ A deputada é uma das maiores entusiastas da revisão da PEC da Bengala, para retomar os 70 anos de aposentadoria compulsória para os magistrados.

Me inclua fora dessa/ Na solenidade que marcou a troca de comando no Serviço de Comunicação Social do Exército do general Otávio do Rêgo Barros para o general Richard Fernandez Nunes, quem ousava perguntar ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno, sobre a briga entre Bebianno e Carlos, ele logo cortava: “Não é assunto meu”.

Chama o Michelzinho/ Alguns deputados ironizavam: “O único trabalho que o filho de Michel Temer dava ao governo era quando resolvia ‘desaparecer’, brincando nos jardins do Alvorada”. E a primeira-dama, Marcela, ficava na maior preocupação. É, pois é.

Denise Rothenburg

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