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CARDOZO NO FRONT

Dica da prova

Em seu depoimento à CPI da Petrobras na Câmara, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, será perguntado insistentemente sobre o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, na cidade do Porto, em Portugal. A versão passada depois, de que a reunião serviu para discutir o aumento do Judiciário, não colou.  Ninguém está convencido de que foi apenas uma “passadinha” do tipo “eu não estou fazendo nada e você também”. Os deputados acreditam que foi tudo acertado para se discutir a situação da presidente longe dos holofotes brasileiros.

Essa é a forma que os parlamentares com assento na CPI pretendem adotar para escapar da pecha de ter trocado as convocações do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro da campanha de Dilma, ministro Edinho Silva, pela presença de Cardozo. Para alguns, ficou a sensação de que a CPI não é para investigar.

TSE, o foco

Em 2005, Lula não respondeu por crime eleitoral no mensalão porque o prazo para ingresso de ações relativas ao caixa dois da campanha de 2002 estava vencido. Agora, entretanto, com Dilma, ainda que as doações tenham sido por dentro, a Justiça Eleitoral está com a corda toda colhendo informações detalhadas sobre as contribuições e notas fiscais. Ainda que Ricardo Pessoa, da UTC, fique em silêncio na semana que vem, a situação de Dilma não ficará tranquila.

Quando a farinha é pouca…

… Meu pirão primeiro.

Foi essa a leitura que os próprios peemedebistas fizeram da fala do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante o evento no Rio com Eduardo Paes na sexta-feira. Cunha disse com todas as letras que havia colocado (Leonardo) Picciani como relator da desoneração para resolver os problemas do Rio de Janeiro.

Por falar em relator…

O outro Leonardo, o Quintão, do PMDB de Minas Gerais, não abre mão de relatar a medida provisória que amplia de 30% para 35% o comprometimento da renda do trabalhador com o empréstimo consignado. Há menos de dois meses, ele havia relatado uma proposta que ampliava esse limite de 30% para 40%. O governo não negociou, apenas vetou. Houve gente no governo certa de que Quintão havia feito essa sugestão apenas para agradar os bancos.

Sem estrutura

As dificuldades do governo chegaram à Casa Civil, do ministro Aloizio Mercadante. Além de Ivo Correia, da área jurídica, que foi fazer um curso fora do país, saíram as pessoas que faziam análise dos currículos e checagem de informações sobre antecedentes dos indicados a cargos. Mais um motivo para atraso nas nomeações.

A fórceps

A oposição terá dificuldades em manter o Congresso na ativa durante o período de recesso regulamentar. Há o consenso entre os partidos aliados do governo de que é melhor desmobilizar agora, ainda que seja um recesso branco, ou seja, sem a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Curtas

Citada/ Ao passar a palavra para o ministro Henrique Eduardo Alves no evento de sexta-feira, o prefeito Eduardo Paes brincou: “Agora, para falar em nome do governo, o ministro Henrique. Manda um beijo da Dilma pra gente, Henrique!”. O ministro, constrangido, apenas respondeu: “Sem comentários”.

Presentinho, ainda que tardio/ O rapaz pode até ser competente, mas por muito tempo vai ouvir gracinha pelas costas. As rodinhas de parlamentares no Congresso só mencionam a nomeação do advogado Ricardo Fenelon Júnior para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como um presente de casamento da presidente Dilma Rousseff ao genro do líder do PMDB, Eunício Oliveira (foto).

Brasília no cinema/ “A senadora Maria Pilar elabora um esquema com a ministra Ivone Feitosa para fraudar o resultado de uma licitação, mas tudo se complica quando suas assessoras resolvem montar seu próprio esquema.” Essa é a história central do filme Mulheres no poder, com as atrizes Dira Paes e Stella Miranda, no elenco principal da trama que se passa nos corredores do Congresso Nacional e em Brasília, onde foram rodadas várias cenas.

Na vida e na arte/ O roteiro e a direção de Mulheres no poder são de Gustavo Acioli. Em tempos de Operação Lava-Jato, vai ter muita gente confundindo o que é real com ficção.

Denise Rothenburg

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