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Campanha de Bolsonaro vai se fazer de vítima no caso da Jovem Pan

Quando o remédio é demais,  vira veneno. A censura à Jovem Pan News será usada como um ativo da campanha de Jair Bolsonaro (PL) para se colocar como uma vítima e tirar do PT de Luiz Inácio Lula da Silva o discurso de defesa da democracia. Para os próximos dias, quando o petista terá mais inserções na tevê do que o presidente por causa da concessão de direitos de resposta, a turma da campanha à reeleição focará nas redes sociais.

De quebra, alguns aliados vão acusar ministros do TSE de dois pesos e duas medidas ao permitir que os petistas chamem Bolsonaro de genocida e impedir que jornalistas e comentaristas de uma emissora de tevê se refiram à condenação de Lula no processo da Lava-Jato — condenação que foi revista mais à frente por erros processuais, cujo processo foi remetido à Justiça do Distrito Federal, onde, depois da suspeição de Sergio Moro, deveria começar do zero e terminou sepultado. O arquivamento foi feito com base em pedido da Procuradoria da República no DF, que considerou a prescrição dos crimes de que Lula era suspeito. O ex-presidente, assim, passou a não dever mais nada à Justiça.

Mas há quem diga, como reforçou o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo, em agosto, no Podcast do Correio, que Lula não foi inocentado. A Jovem Pan, porém, não pode comentar mais nada a respeito. E Bolsonaro tentará surfar nessa onda.

Os trabalhos de Geraldo

Enquanto Lula sai em campanha no Sudeste, Geraldo Alckmin faz reuniões com empresários. Em Porto Alegre, por exemplo, segundo relatos feitos à coluna, o candidato a vice na chapa petista foi incisivo ao dizer que se Lula for eleito não será um governo de um partido só.

O passado não recomenda
Muitos empresários gaúchos, porém, consideram que ao ser reeleita, Dilma Rousseff tinha o país dividido e não entendeu. Já na noite da eleição, em 2014, discursou como se tivesse uma ampla maioria lhe dando suporte, e não pouco mais de 50% dos votos válidos.

E o futuro é incerto
Há quem defenda que Lula, além da carta aos evangélicos, apresente uma nova carta aos brasileiros. Há empresários dizendo que, oito anos depois da reeleição de Dilma, o próprio PT deveria deixar mais claro que não tentará impor o seu projeto partidário. Só a presença de Alckmin na chapa não basta.

A disputa do bilhão
A Câmara aprovou um projeto que manda para as Santas Casas o saldo dos recursos federais repassados aos fundos de saúde e de assistência social dos estados, DF e municípios. O Senado, porém, deseja enviar essa verba às prefeituras. Mas só vão resolver depois da eleição.

Guedes na lida
Diante das especulações de estudos sobre a desvinculação entre correção do salário mínimo e inflação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, veio a público falando de aumento real do piso e também do reajuste dos servidores. Na reta final da eleição, a hora é de promessas e de notícias que possam atrair parcelas do eleitorado.

Projeto anti-caciques/ O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) aproveita esse lusco-fusco do Parlamento antes do segundo turno para trabalhar alguns projetos. Está no forno uma proposta que tentará vincular a concessão de fundo partidário às legendas que tiverem renovação de suas direções.

Te cuida, Valdemar/ A proposta consiste em fixação de apenas uma reeleição para as comissões executivas nacionais. Há quem diga que os atuais dirigentes, como Valdemar da Costa Neto, do PL, podem até colocar um aliado no cargo, mas, pelo menos, a comissão executiva terá que ser renovada.

Falta combinar/ O projeto de Izalci ainda não foi discutido com os líderes partidários e nem com os partidos. É assunto para depois da eleição.

A escalada da tensão/ A contar pelo número de denúncias e notícias de fake news que desaguam diariamente no Tribunal Superior Eleitoral, nada
vai mudar.

Denise Rothenburg

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