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Bolsonaro procura aliado para substituir Rodrigo Maia

Coluna Brasília-DF

Ao receber os presidentes de partido ao longo dos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro não só tratou da formação de uma base mínima, conforme o leitor da coluna já sabe, como deixou entrever que deseja influir na escolha do novo presidente da Câmara, em janeiro do ano que vem.

Com a pandemia, esse tema ficou na geladeira por um tempo, mas Bolsonaro resolveu tirá-lo do freezer e deixar que descongele naturalmente, para, quando a pandemia passar, estar em condições de tentar interferir. Bolsonaro não quer nomes ligados a Rodrigo Maia. Daí, o fato de receber os integrantes do antigo Centrão — PP, PR, PSD e MDB — e não o DEM.

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Bolsonaro, entretanto, corre, nessa operação, um risco tão grande quanto a defesa do fim do isolamento social. Todos que tentaram influir em eleição do Legislativo, desprezando a correlação de forças internas no Congresso e num clima de popularidade em baixa, perderam.

Teich sob vigilância

Quando a missão do almirante Flávio Rocha na transição da Saúde terminar, quem ficará de olho no novo ministro da Saúde, Nelson Teich, será o coronel Robson Santos da Silva, atual secretário Especial de Saúde Indígena. Há, no governo, quem aposte um bom vinho de que o coronel será guindado à Secretaria Executiva, para assegurar o “alinhamento total” com os desejos do presidente Jair Bolsonaro.

Adeus Bolsonaro versus PT

A leitura dos políticos de um modo geral é a de que o PT está sendo substituído como principal opositor ao presidente Bolsonaro, espaço que vem sendo ocupado por João Dória, Rodrigo Maia e representantes de outros partidos, como o Cidadania e o Podemos. A eleição municipal é vista como a prova dos nove dessa mudança de eixo da oposição ao presidente.

Amigos, pero no mucho

Mesmo esses partidos que hoje conversam com o presidente Bolsonaro não confiam no governo e sabem que podem ser chutados ao menor estrilar de apoiadores do governo nas redes sociais. Mas ninguém está de inocente. O Planalto sabe que, geralmente, essas legendas costumam abandonar presidentes quando a coisa aperta. Ou seja, não será dali que o presidente buscará uma estabilidade política.

É o tudo ou nada

Bolsonaro aproveitou a manifestação de ontem para, mais uma vez, jogar a população contra os governadores, que, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, decretaram isolamento social. É a aposta no confronto, para que tudo volte à normalidade na marra e não quando for possível, dentro das recomendações das autoridades sanitárias.

» CURTIDAS

Não é primeiro de abril/
Tem gente dizendo sinceramente que o presidente Jair Bolsonaro deveria ouvir a ex-presidente Dilma Rousseff. Ela sabe perfeitamente como funcionam os partidos que agora se aproximam do Planalto.

Alcolumbre, o novo alvo/
Bastou o Senado apresentar dificuldades em aprovar já a carteira de trabalho verde e amarela para que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, viesse a se juntar a Rodrigo Maia nos ataques dos bolsonaristas nas redes sociais. Dados da Bites indicam que, de quinta-feira até ontem, Maia era alvo de dois milhões de posts negativos. Só na manhã de sábado, foram 264 mil posts ancorados na hashtag Fora Alcolumbre.

A magia do 3 de maio/
A intenção dos lojistas que pressionam para reabertura do comércio do Distrito Federal nessa data é aproveitar o Dia das Mães e tentar recuperar parte do que foi perdido na segunda quinzena de março e abril. Resta saber se a população irá às compras. Em tempo de desemprego, redução de salários na iniciativa privada e muita incerteza quanto ao setor público, as apostas estão mais modestas.

Por falar em comércio…/
A carreata de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e pela reabertura do comércio em Porto Alegre encontrou, em seu caminho, pessoas favoráveis ao isolamento social que, das janelas dos apartamentos, atiraram ovos no carro de som e demais veículos.

Humberto Rezende

Jornalista desde 1997.

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