Apesar de existirem 1.360 cepas catalogadas, cerca de 80% do vinho mundial é feito com apenas 20 variedades. Por muitos anos, a indústria do vinho girou em torno da monocultura que valorizava as uvas mais rentáveis, mas, ultimamente, têm surgido correntes que buscam vinhos feitos com uvas hoje pouco conhecidas. Além da procura de castas abandonadas, há experimentação de novos processos ou a volta de métodos antigos, como os vinhos de ânfora, como eram feitos na Roma antiga há 2 mil anos.
Um dos enólogos mais respeitados do mundo, o francês Pascal Marty virá a Brasília em 1º de fevereiro — no primeiro grande evento vínico do ano — para lançar um vinho branco feito com a Sauvingon Blanc chilena com leveduras de saquê. O vinho, que ainda não tem rótulo porque está sendo desenhado no Japão, ganhou 94 pontos no guia Descorchados. Em sua última passagem por Brasília, Marty revelou que se sentiu “muito lisonjeado por ser o primeiro ocidental a ter acesso às leveduras de saquê processadas pela academia real japonesa que regula o produto”.
O lançamento será realizado no restaurante Dom Francisco (Asbac) e o vinho deverá custar cerca de R$ 92, informou Gilberto Avelar, sócio da Del Maipo, importadora que traz a bebida ao Brasil. Dono de um dos currículos mais invejáveis no mundo do vinho — participou da elaboração do californiano Opus One e do icônico chileno Almaviva —, Pascal Marty foi contratado, há quase dois anos, para fazer a revitalização dos vinhos da vinícola gaúcha Peterlongo. Ele comanda no Chile, a vinícola Marty.
Vinhos exóticos
Há sete mil anos já se fazia vinho na Geórgia. A descoberta do método de vinificação é o tema do filme Meridiano do vinho, detentor de vários prêmios internacionais, que estreou em setembro no 9º Slow Filme, Festival Internacional de Cinema e Alimentação, realizado em Pirenópolis. Nele, é explicado o ancestral processo de produção que ocorre dentro de odres de argila senterrados no solo e detalha a grande variedade de uvas, entre elas, a Saperavi, que pôde ser degustada após a exibição.
“Frescos, frutados e acessíveis”, assim são descritos os vinhos produzidos pela vinícola Familia Puklavec apresentados, ano passado, na Embaixada da Eslovênia na primeira degustação de rótulos daquele país. Pela terceira vez, a Puklavec Wines foi eleito a melhor produtora de vinho do ano de 2018. A maior parte dos vinhos eslovenos são brancos (63%) contra 27% de vinhos tintos e 10% de espumantes.