Mais do que produtos farmacêuticos, metalúrgicos e têxteis fabricados pelos homens além de suas máquinas maravilhosas – quase voadoras -, como Ferrari, Lamborghini e Maserati é na mesa que reside a maior riqueza da Itália conhecida por nós. Depois da Espanha, a Itália é o país europeu que mais exporta produtos alimentares para o Brasil. Além do azeite, pasta e vinho, vêm pães, doces, biscoitos, vinagres, arrozes, conservas e até frutas frescas, como o kiwi, que embora seja australiano, se deu bem no país da bota e virou artigo de exportação.
Nesta semana, foi como se a Itália tivesse se transportado para Brasília. Por três noites, a bonita sede italiana, concebida pelo arquiteto Pier Luigi Nervi, exalou os melhores aromas resultantes do convite para que produtores dos dois países mostrassem o que fazem de melhor. Numa iniciativa do embaixador Francesco Azzarello, o vinho brasileiro teve chance de exibir a qualidade de rótulos, como os das tradicionais vinícolas Miolo, Salton, Perini, Don Guerino, Don Giovanno, Maximo Boschi e a novíssima Alma Trento, da serra catarinense, que surpreendeu pela excelência de suas criações, como o rosé Olga, feito de pinot noir, numa homenagem pelo centenário da avó do idealizador da vinícola Daniel Trento, cujo nome de família é o mesmo da região italiana. Olga, Serra do Corvo Branco e o blend Alma Trento estão disponíveis na Más Vino (306 Sul).
Pela primeira vez, o vinho brasiliense carimbou passaporte ao ser degustado em território estrangeiro representado pela legação italiana. Os vinhateiros locais, que estão construindo a Vinícola Brasília, às margens da BR- 251, na região do PAD-DF, submeteram a um público especializado os rótulos Seu Claudino, da Villa Triacca; Tapiocanga Vinhedo da Vereda, da Ercoara; Monte Alvor e Belkiss, da Toscana do Cerrado, todos feitos de sirah, além do Pipe de sauvignon blanc, do Miro.
Queijos, vinhos e salame
Outro destaque foram os queijos brasileiros, apresentados pela chef Kézia Pimentel, que selecionou entre os premiados da Serra da Canastra o meia cura Pedacin da Serra; o tradicional de casca amarela Jacob; Monte Velhano, que fica em caverna subterrânea com presença de mofo branco e o Pingo de Amor, feito com leite cru de vacas Caracu e Girolanda.
Já os embutidos vieram da Itália, como o versátil presunto cru de Parma, que vai bem no café da manhã, no lanche, como entrada nas refeições e também com azeitonas; salame milano, excelente ao natural com queijos e pães artesanais; mortadela Bologna de carne suína nobre e pedaços de pistache; salame finocchiona, que em italiano significa feito de funcho, sabor marcante de erva-doce com toque picante e ainda bresaola, típica de Valtellina, vale dos Alpes na Lombardia. Corte-a em fatias finas e coloque por cima rúcula regada com uma emulsão de azeite extra virgem e suco de limão, ensina o chef da embaixada, Valerio Centonze, numa receita de fácil execução.
O ponto alto da quarta edição do Vini D´Italia foi mesmo a degustação de vinhos, que desde a primeira, em 2018, têm sido escolhidos pela especialista do setor Sueli Maestri. Mais de 180 rótulos das principais regiões italianas, como Piemonte, Vêneto, Puglia, Toscana, Umbria, Sicília, Campanha, Trentino Alto Adige, entre outras, trazidos por 17 das mais representativas importadoras e distribuidoras do mercado de vinho do país estiveram disponíveis.
Entre as novidades estão o Prosecco 18K, lançado recentemente na Itália e vindo pela Del Maipo; o Sessantanni Rosé Primitivo, feito na Puglia, e o Gelso D`Oro, da Italia Mais, escolhido pelo único master of wine italiano, Gabrielli Goreti, para a masterclass no estande da ITA (Italian Trade Agency) durante a Wine South America 2022, realizada em Bento Gonçalves.