Ao dizer ontem que não pretende mudar ministros antes de votado o processo de impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff pode ter assinado a carta para o seu afastamento. Afinal, o governo é conhecido entre os parlamentares como “aquele que não cumpre acordos”. Portanto, das duas, uma: Ou a presidente já tem votos suficientes e pode prescindir dos indecisos que sonhavam com nacos de poder, ou voltou a adotar aquela postura que deputados classificam como “arrogante”. Se for a segunda hipótese, problemas virão.
O que pode atrapalhar isso planos da presidente nesse quesito são as várias vezes em que seu governo fechou acordos que terminou não cumprindo, seja na apreciação de projetos de lei, seja na cessão de cargos. No caso de Michel Temer, todos o vêem como alguém que cumpre acordos.
Contagem diária
O balanço do grupo do PMDB pró-impeachment indicava 323 votos contra a presidente, 40 indecisos. O governo tem 150, porém, certos mesmo, essa contabilidade registrava apenas 126. Os 27 restantes são aqueles que, na avaliação dos peemedebistas, ainda podem mudar para o voto a favor do impeachment. O grupo não cogita mudança naqueles que hoje votam em favor do impeachment.
Apostas em Michel
Os políticos têm certeza de que o plenário do Supremo Tribunal Federal não respaldará a decisão do ministro Marco Aurélio Mello — de determinar à Câmara que abra uma comissão especial para proceder a análise do pedido de impeachment contra Michel Temer. “Não será a primeira vez que Marco Aurélio ficará isolado no pleno”.
Enquanto isso, no TSE…
Nos bastidores da solenidade ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o assunto era o pedido de impeachment de Michel Temer. O ex-presidente José Sarney, que vive auscultando todos os Poderes da República, foi até lá sentir o pulso da Justiça, durante entrega da medalha Assis Brasil.
…os processos caminham
O resumo da ópera foi o de que a hipótese de cassação da chapa Dilma/Temer não está tão morta como gostariam os peemedebistas ligados ao vice-presidente.
Eles queriam
Líderes partidários cogitaram ontem apensar o pedido de impeachment de Michel Temer ao de Dilma Rousseff em tramitação na Câmara. O presidente da Casa, Eduardo Cunha, não quis nem conversa sobre isso.
CURTIDAS
Jucá repaginado/ Há tempos o senador Romero Jucá não se referia a um governo brasileiro na terceira pessoa. Desde os tempos de Fernando Henrique Cardoso, ele tratava os governos como “nós”. Ontem, no histórico pronunciamento sobre a crise no país tratou a administração Dilma Rousseff de “eles”.
É a Zika!/ Fiel escudeiro de Dilma, o deputado Sílvio Costa respondia assim àqueles que ironizavam a história de parlamentar adoecer para não comparecer ao Congresso no dia em que o impeachment estiver em pauta:”No meu Estado tem muita Zika, o sujeito não pode adoecer, é?”
Dias melhores virão!/ amigos do senador Álvaro Dias (PV-PR) tentam ver se emplacam esse slogan para a campanha presidencial do senador.
Royalties/ A turma da Rede não gostou de ver o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) como o protagonista da proposta de antecipar as eleições, que, aliás, cresce em apoios. O senador Randolfe e o deputado Miro Teixeira discutem essa saída há pelo menos um mês.
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Sds
Denise Rothenburg
(61) 9987-1610
Enviada do meu iPad
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