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Vitória de opositores de Aras deve ser vista como preocupação para o Planalto

Coluna Brasília-DF

Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro foram alertados de que a vitória dos opositores do procurador-geral, Augusto Aras, para o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) esta semana deve ser vista como um sinal de preocupação para o Planalto.

Composto por 10 subprocuradores, o CSMPF julga a atuação dos procuradores e é quem dá as diretrizes dentro da PGR. Embora os procuradores tenham independência, dali costuma sair o balizamento do trabalho desses profissionais.

A eleição de Nicolau Dino e Mário Bonsaglia para o CSMPF, adversários de Aras, significa que qualquer passo em falso a favor do governo poderá ter reflexos. Nesse sentido, quem trabalha para evitar a crise institucional promete prestar mais atenção a cada movimento do CSMPF.

Situação delicada

O governo começou a mapear todos os potenciais aliados do senador Flávio Bolsonaro no plenário da Casa. Descobriu que o filho do presidente não fez muitos amigos por lá neste primeiro ano de mandato. Tem trânsito na Mesa Diretora, mas não nos partidos como um todo.

Mal pela raiz

A avaliação de quem estudou o caso é de que, se houver qualquer participação dele em obstrução de Justiça no escândalo das rachadinhas e isso for ao Conselho de Ética, será um problemão. A saída para evitar que o caso fique fora de controle é impedir que a denúncia chegue a esse colegiado. Pelo menos, até agosto, não há esse perigo.

Lascou

O Centrão trabalha para levar o ex-diretor da Apex Márcio Coimbra de volta à agência. Porém, o atual presidente, almirante Sérgio Segovia, não quer saber de nomear quem demitiu. No PR do deputado Wellington Roberto, fica a seguinte pergunta: se não consegue indicar uma simples diretoria da Apex, vai indicar o quê?

De mal a pior

Depois do vexame de fazer malabarismos para conseguir ingressar nos Estados Unidos em plena pandemia, Abraham Weintraub ainda corre o risco de passar pelo constrangimento de ver seu ingresso no Banco Mundial ser por pouquíssimo tempo. É que, se for indiciado no inquérito a que responde na Justiça, a tendência é o sistema de compliance impedir sua nomeação.

Falta o “santo”/ O governador do Maranhão, Flávio Dino, tem dito que se as eleições presidenciais fossem hoje, o centro venceria. Só não diz, porém, que falta combinar com o centro quem seria o candidato. Hoje, cada um se olha no espelho como “o cara” para derrotar Jair Bolsonaro.

Queimou a largada/ A aposta dos aliados de Bolsonaro é de que o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, perdeu pontos para ministro por causa da doação de R$ 120 mil à campanha de João Doria, conforme mostrou a repórter Ingrid Soares em notícia publicada no Correio. Além disso, falou tanto desde a conversa com Bolsonaro, que deixou muitos com o pé atrás.

Muita calma nessa hora/ Bolsonaro tem dito que não pode errar na escolha do novo ministro da Educação. Hoje, são três focos de pressão pela vaga: os políticos, os técnicos e os olavistas. Agradar aos três é missão impossível.

Por falar em não errar…/ No Planalto, assessores veem o depoimento do general Augusto Heleno no inquérito que apura a interferência do presidente na Polícia Federal como uma “questão semântica”. Heleno pode até ter dito que Bolsonaro não tinha problemas em trocar a segurança pessoal. O presidente, porém, interpretou que havia. Resta saber se o Ministério Público e a Justiça vão aceitar.

Denise Rothenburg

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