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União de insatisfações

Blog da Denise publicado em 5 de dezembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A praticamente duas semanas do recesso parlamentar, o governo vê reunidos vários segmentos contra o pacote de corte de gastos que, associados à queda de braço pelas emendas, resultam em dificuldades até mesmo para fazer valer um simples pedido de urgência para esses projetos. Somaram-se os insatisfeitos coma demora no pagamento das emendas, a mexida no Fundo Constitucional do Distrito Federal, os conservadores que desejam ver votada a proposta de emenda Constitucional (PEC) do aborto, e por aí vai. Nesse clima, apesar da aprovação da urgência, o mérito do pacote corre o risco de ficar mesmo para o ano que vem.

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Veja bem/ No caso das emendas, o governo começou a pagar aquelas impositivas— individuais e de bancada relativas a anos anteriores. Só tem um probleminha: os deputados consideram que isso não é mais do que a obrigação do governo. E, para votar um pacote impopular, aqueles que estão insatisfeitos por causa das liberações de verbas querem mais do que isso.

Onde mora o perigo

No final da tarde de quarta-feira, com o plenário da Câmara vazio, o sentimento dos governistas era de que, se o Planalto não conseguisse reunir votos para aprovar um simples pedido de urgência, o recado aos investidores seria de que não há clima para medidas econômicas no Parlamento. Seria o pior dos mundos em termos de sinalização, especialmente depois da pesquisa Quaest, junto ao mercado financeiro, que detectou uma avaliação negativa do governo Lula na casa dos 90%.

Lira fora

Em conversas reservadas, alguns líderes partidários aliados de Lula dão nota 10 ao deputado Arthur Lira na prova de agilidade para tramitação do pacote de contenção de gastos. Embora tenha dito, com todas as letras, que governo não tem votos para aprovar os textos, o presidente da Câmara fez tudo o que estava ao seu alcance. Deu urgência aos projetos e encaminhou a proposta de emenda constitucional direto para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O governo que pediu que retirasse.

Quem enrolou o pacote

Em caso de não haver tempo para votar as medidas de contenção de gastos este ano, os deputados são praticamente unânimes em colocar o governo como o principal responsável. Foram semanas até que se conseguisse fechar as propostas. “Recebemos os projetos na quinta-feira passada. Não dá para culpar o Parlamento”, diz o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

Mercosul unido

A reunião de cúpula do Mercosul, hoje e amanhã, em Montevidéu, vem no momento certo para mostrara união dos países do bloco em torno do acordo com a União Europeia. Deve ficar ainda explícita a ansiedade para a decisão de amanhã, na Europa.

“QI” de alta cúpula

Em Brasília, a sigla QI vale também para “quem indica”. No caso do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, entre seus padrinhos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro.

CURTIDAS

Crédito: Divulgação

Diferenças importantes/ Na Câmara, onde o pacote de contenção de gastos deve ser analisado primeiro, o café de Arthur Lira está quase frio, enquanto ode Hugo Motta sequer foi servido. Nesse cenário, está difícil os deputados se acertarem. No Senado, não é bem assim.

Gestão compartilhada/ Entre os senadores, o atual presidente, Rodrigo Pacheco, e Davi Alcolumbre, que comanda a Comissão de Constituição e Justiça, tocam de ouvido. E estão jogando juntos para votar a regulamentação da reforma tributária.

Setor industrial/ Indústria verde, inovação e sustentabilidade vão reger os grandes negócios da indústria no próximo ano. O tema foi destaque no2º Seminário de Política Industrial, capitaneado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI),presidida por Ricardo Cappelli (foto).A abertura coube ao vice-presidente Geraldo Alckmin.

Nem tanto/ A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) discorda do líder do seu antigo partido. “O Brasil não é binário, não é pífio, não se resume a dois homens. O Brasil é maior que isso. E está na hora de acabar com essa polarização”, afirmou, em palestra no Forum Lide Brasil, comandado pelo ex-governador de São Paulo João Doria.

Denise Rothenburg

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