A liminar que determina o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não só do cargo, mas do mandato, é vista como uma faca de dois gumes para o vice-presidente Michel Temer. Ao mesmo tempo em que representa uma folga nas pressões que Eduardo Cunha tem feito para nomeações no governo, gera insegurança quanto às votações de temas importantes para o futuro presidente quanto ao prazo para apreciação desses projetos.
Temer queria chegar apresentando proposta para votação ainda no mês de maio. A depender dos desdobramentos envolvendo Eduardo Cunha, o plenário pode entrar num período de paralisia, até que haja um desfecho final do comando da Casa, ou seja, a escolha de um novo presidente.
A ascensão do primeiro vice-presidente, Waldir Maranhão, ao comando da Câmara não é vista com bons olhos por nenhuma das forças. Nem os temeristas, nem os dilmistas, tampouco a oposição de um modo geral. Maranhão só chegou ao cargo por causa dos acordos fechados por Cunha para a eleição de presidente da Casa no ano passado, quando o PT, ao lançar candidato, terminou fora da Mesa Diretora. Diante dessa realidade, e na hipótese de o Supremo Tribunal Federal confirmar o afastamento de Eduardo Cunha, a Câmara buscará eleger um novo presidente.
Uma eleição tensa
Essa etapa eleitoral, entretanto, não se mostrará pacífica. São vários os partidos que desejam o cargo, em especial, o PMDB e o PSDB. Os tucanos chegaram a cogitar essa vaga quando das primeiras conversas com Michel Temer. O PMDB da Câmara estrilou. A bancada peemedebista na Casa está se sentindo preterida na formação do Ministério e, para compensar isso, lutará como uma leoa para garantir o espaço de comando no Parlamento, se vier uma decisão do STF que confirme a liminar pelo afastamento de Cunha. Certamente, não haverá tranqüilidade para votação de pacotes econômicos.
Outros problemas
Um receio dos aliados de Michel Temer é que Eduardo Cunha tente boicotar o novo governo, caso se sinta acuado demais. Por enquanto, o deputado está apenas buscando espaços. Deseja indicar um técnico para a Receita Federal, e também quer alguém da sua estrita confiança para líder do governo na Câmara. Diante das circunstâncias, não conseguirá nem um nem outro. Esse é o alívio para Michel. E, por enquanto, o único.
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